Ibovespa B3 cai com início de julgamento de Bolsonaro; dólar fecha em R$ 5,46

O Ibovespa B3 encerrou a sessão desta terça-feira (2) em retração de 0,62%, aos 140.410,04 pontos, pressionado por um aumento significativo na percepção de risco político. O índice deixou no campo negativo 872,97 pontos no pregão, refletindo caminhos incertos diante do início do julgamento de Jair Bolsonaro pela Primeira Turma do STF, aliado a indicadores econômicos mistos.

Nesta terça-feira também houve atenção ao resultado do PIB brasileiro no segundo trimestre de 2025, divulgado pelo IBGE — com expansão de 0,4%, acima do esperado, mas em desaceleração em relação ao trimestre anterior — o que, somado ao julgamento, contribuiu para um sentimento de cautela entre os investidores.

A retomada do julgamento de Bolsonaro, focalizada na acusação de tentativa de golpe em 2022, representa risco político elevado e gerou repercussão nacional e internacional.

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No cenário corporativo, algumas ações destoaram da tendência geral. Azul (AZUL4) permaneceu estável, encerrando a R$ 0,80, enquanto Raízen (RAIZ4) recuou 1,61%, para R$ 1,22. Magazine Luiza (MGLU3) avançou modestamente 1,10%, a R$ 8,28, e Cosan (CSAN3) teve alta de 3,42%, cotada a R$ 6,05.

Entre os bancos, Banco do Brasil (BBAS3) destacou-se negativamente com queda de 2,84%, para R$ 20,49 — possível reflexo das incertezas quanto ao ambiente regulatório e diplomático.

As condições de mercado também ficaram mais voláteis. A taxa DI para 1º de setembro manteve-se em 14,90%, e o Índice DI de 2/9 registrou 51.798,86 pontos. Já o S&P/B3 VIX, termômetro de volatilidade, disparou 7,82%, a 15,86 pontos, ampliando o quadro de nervosismo entre os investidores.

Dólar fecha em alta com incerteza política e cenário externo

O dólar comercial fechou cotado a R$ 5,4674 na compra e R$ 5,4680 na venda, com valorização diante das preocupações políticas e da percepção de maior risco no Brasil.

Desde a abertura, a moeda foi pressionada pela reabertura do mercado americano e pela atenção dos investidores às movimentações do Fed e dados macroeconômicos globais.

Internamente, o julgamento de Bolsonaro, com potencial impacto nas relações diplomáticas e comerciais, foi visto como um fator de instabilidade. O avanço do real vem sendo freado diante do aumento da volatilidade local e da escalada de temores sobre retaliações ou sanções externas.

No front doméstico, o quadro fiscal voltou à berlinda após o déficit primário de julho e o início das sessões sobre o orçamento de 2026, somados à agenda inflacionária e ao quadro internacional. Esse ambiente menos favorável adicionou pressão ao câmbio e reforçou o movimento de “fuga para a segurança” para o dólar.

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Felipe Pjevac

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