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‘Indústria dos EUA não tem autossuficiência’, diz presidente do Aço Brasil, sobre tarifaço de Trump

Publicado 13/02/2025 • 11:37 | Atualizado há 1 mês

Redação Times Brasil

KEY POINTS

  • Os Estados Unidos retomaram a tarifa de 25% sobre o aço importado, repetindo a medida adotada em 2018.
  • Segundo o presidente executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Melo Lopes, o Brasil precisa renegociar um acordo para amenizar o impacto, já que a indústria siderúrgica dos EUA depende do aço brasileiro.
  • "Os Estados Unidos não têm autossuficiência na produção de placas e importaram 6 milhões de toneladas no ano passado. O Brasil, com 3,5 milhões de toneladas exportadas, é um grande fornecedor", disse o especialista, em entrevista ao jornal 'Real Time' desta quinta-feira (13).

Os Estados Unidos retomaram a tarifa de 25% sobre o aço importado, repetindo a medida adotada em 2018. Segundo o presidente executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Melo Lopes, o Brasil precisa renegociar um acordo para amenizar o impacto, já que a indústria siderúrgica dos EUA depende do aço brasileiro.

“Os Estados Unidos não têm autossuficiência na produção de placas e importaram 6 milhões de toneladas no ano passado. O Brasil, com 3,5 milhões de toneladas exportadas, é um grande fornecedor”, disse o especialista, em entrevista ao jornal ‘Real Time‘ desta quinta-feira (13).

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Lopes explicou que a cadeia siderúrgica entre os dois países é interdependente. O Brasil importa dos EUA cerca de US$ 1,2 bilhão em carvão metalúrgico e, por outro lado, exporta cerca de US$ 3 bilhões em aço.

“Esse fluxo de comércio envolve US$ 7,6 bilhões e é favorável aos Estados Unidos, que têm superávit”, disse. Para Lopes, esses fatores justificam a retomada do acordo, que vigorou desde 2018 até recentemente, evitando a aplicação da tarifa para o Brasil.

O executivo alertou para os desafios que o Brasil enfrentaria caso a taxa seja mantida. “O mercado americano representa 42% das exportações brasileiras de aço. Se perdermos esse espaço, será difícil redirecionar a produção, já que o mercado global está saturado, com um excesso de capacidade de 560 milhões de toneladas, principalmente na China”, explicou. Ele também lembrou que o Brasil tem um alto ‘custo Brasil’, o que já dificulta sua competitividade internacional.

Para Lopes, é preciso um crescimento do mercado interno de forma sustentável. Segundo ele, a prioridade do setor é negociar um novo acordo com os Estados Unidos, evitando medidas agressivas como retaliações. “A solução está no diálogo, porque esse acordo não beneficia apenas o Brasil, mas também a indústria americana”, disse.

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