SP: Quase 87% dos consumidores voltam para a inadimplência
Publicado 18/05/2025 • 19:11 | Atualizado há 6 horas
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Um homem e uma mulher escolhem brinquedos em uma loja repleta de brinquedos
Victoriano Izquierdo/Unsplash
O número de inadimplentes paulistas cresceu. É o que diz o último levantamento do SPC Brasil em parceria com a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo (FCDL-SP): o avanço de 5,41% em abril foi superior à média da região sudeste (3,4%) e da média nacional (4,59%). Além disso, 86,95% das negativações registradas foram de consumidores reincidentes, clientes já incluídos no cadastro de inadimplentes no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) nos últimos 12 meses.
Para Maurício Stainoff, presidente da FCDL-SP, a inadimplência crescente e o encarecimento do crédito formam um cenário de atenção para o varejista, que precisa se preparar para um ciclo menor de consumo nos próximos meses.
Stainoff afirma que o cenário aponta para uma maior restrição do crédito nos próximos meses, uma vez que a taxa Selic pode chegar aos 15% – na última reunião do Copom em 7 de maio, a taxa básica subiu 0,5 ponto percentual, alcançando 14,75%. Trata-se do maior patamar da Selic desde 2006.
“Essa alta reflete a tentativa de conter a inflação persistente, que, juntamente com a volatilidade cambial, tem reduzido a capacidade de crescimento econômico e o consumo das famílias”, disse. A perspectiva do presidente é que a Selic comece a entrar em queda a partir do ano que vem, a depender da evolução dos indicadores econômicos.
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A inflação também seria um dos principais fatores no aumento da inadimplência no estado, considerando que o aumento dos produtos do cotidiano das famílias de supermercados e farmácias, por exemplo, ultrapassam o IPCA de 5,5%. Ou seja, apesar do crescimento em empregados no Brasil, a renda das famílias não está acompanhando a inflação dos produtos básicos.
“Em São Paulo, o índice de inadimplência tem sido mais elevado, influenciado por fatores como o maior custo de vida”, afirmou Stainoff. A maior parcela dos reincidentes está na faixa de 30 a 39 anos (27,97%), com uma distribuição equilibrada entre os gêneros: 52,74% são mulheres e 47,26% homens.
Segundo a FCDL-SP, as dívidas com instituições financeiras representam cerca de 80% dos registros de inadimplência no país. Para o executivo, é “natural” que os bancos adotem medidas como o aumento das taxas média de juros e implementem mecanismos de proteção a fim de mitigar riscos associados à inadimplência. Exemplo de alta na oferta do crédito com menos risco foi revelado em uma pesquisa de abril feita pela consultoria Tendências.
Segundo o levantamento, o crédito consignado privado, direcionado a trabalhadores CLT, movimentou mais de R$ 8,2 bilhões em empréstimos em menos de 30 dias. Em comparação, o antigo modelo de consignado privado movimentou em um mês inteiro, em média, R$ 1,6 bilhão.
“Sempre uma oferta de crédito com taxas menores potencializa a tomada de recursos, que alavancam as vendas do comércio”, afirmou Stainoff. “Porém, o empregador precisa ficar atento às suas responsabilidades, pois poderá ter dificuldades nas obrigações acessórias e recolhimento de tributos.”
No estudo da FDCL-SP outro dado importante diz respeito a recuperação de crédito, que no Estado de São Paulo caiu 12,91%, uma retração ainda mais acentuada do que a média nacional (9,37%). A dificuldade dos consumidores em regularizar suas dívidas levanta um alerta para o comércio. “A baixa recuperação preocupa porque sinaliza uma dificuldade crescente para as famílias limparem seus nomes. Isso trava o acesso ao crédito, freia as vendas e acende um alerta para a sustentabilidade do varejo a curto e médio prazo”, afirmou o executivo.
Diante de um cenário desafiador, o presidente da FCDL-SP diz que o corte de custos, para o varejista, é algo “essencial para a saúde financeira de qualquer negócio”. “Manter estoques adequados e evitar produtos de baixo giro são estratégias eficientes para reduzir despesas e otimizar recursos”, disse. Para isso, o executivo afirma ser necessário que o varejista se prepare primeiro para um ciclo menor de consumo. Se o empresário considerar oferecer ele próprio opções de crédito ao cliente, o executivo afirma ser importante fazer uma varredura ampla sobre as opções disponíveis no mercado.
“Atualmente, com o avanço das tecnologias e ferramentas oferecidas pelos birôs de crédito, os lojistas têm a possibilidade de retomar o crediário próprio com maior segurança”, disse. “Recomenda-se iniciar essa oferta de forma gradual, até que a operação atinja um nível de maturidade e segurança adequado.”
Para desafogar o consumidor, Stainoff ressalta a importância de programas como o Desenrola, que auxiliam inadimplentes na quitação de dívidas. “Com ele muitos retornaram ao mercado de crédito, o que impulsionou as vendas no comércio”, afirmou. No entanto, o executivo destaca que é importante que esses consumidores não retornem aos cadastros de inadimplentes, e essa virada não é tão simples. “A solução para o aumento do consumo e a redução da inadimplência reside no crescimento sustentável da economia. Emprego, renda e crédito são os pilares fundamentais para a estabilidade e a confiança no mercado.”
O valor médio pago pelos consumidores para sair da inadimplência foi de R$ 2.865,50, mas metade das pessoas (50,87%) quitaram dívidas de até R$ 500. Por fim, o levantamento mostra que o volume de dívidas bancárias – como cartões de crédito, cheque especial e financiamentos – continua liderando a inadimplência, representando 62,7% do total. Na sequência, aparecem os débitos com o comércio (12,5%), serviços básicos como água e luz (8,6%) e financeiras (7,2%).
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