O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou nesta semana o relatório anual referente à consulta com o Brasil realizada no âmbito do Artigo IV do seu Convênio Constitutivo, destacando o “forte crescimento” da economia brasileira nos últimos três anos.
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FMI eleva previsão de crescimento da economia brasileira para 2,3% em 2025
Segundo o relatório, a economia brasileira cresceu 3,2% em 2023 e acelerou para 3,4% em 2024, impulsionada pelo consumo das famílias, estímulos fiscais e fatores de oferta.
Para 2025, a previsão é de moderação, com crescimento de 2,3%, diante de condições monetárias e financeiras mais restritivas e da redução do apoio fiscal.
No médio prazo, a expectativa é de retomada gradual, com crescimento potencial de 2,5%, sustentado pela normalização da política monetária, pela implementação da Reforma Tributária do consumo – considerada pelo FMI como essencial para elevar a eficiência – e pela ampliação da produção de hidrocarbonetos.
Inflação e política monetária
O FMI projeta que a inflação encerrará 2025 em 5,2% e retornará ao centro da meta de 3% até o final de 2027. A alta inflacionária de 2024 foi atribuída à forte demanda doméstica, aos aumentos nos preços dos alimentos e à desvalorização cambial. A retomada do ciclo de aperto monetário pelo Banco Central em setembro de 2024 foi considerada “apropriada e consistente” com os objetivos de ancorar as expectativas e conter pressões inflacionárias.
Avaliação fiscal e riscos
O FMI reconhece os esforços do governo brasileiro em buscar equilíbrio entre responsabilidade fiscal e aumento dos investimentos sociais e sustentáveis, mas recomenda medidas adicionais para garantir a sustentabilidade da dívida pública.
A proposta de Reforma do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), apresentada em 2025, foi elogiada por contribuir para a progressividade tributária e o fortalecimento da arrecadação interna.
Entre os riscos apontados estão a incerteza política global e as tensões comerciais internacionais, que podem afetar negativamente o desempenho da economia brasileira. Ainda assim, o consumo doméstico resiliente e o avanço de reformas estruturantes — como o Plano de Transformação Ecológica (PTE) — podem gerar impactos positivos no crescimento de médio prazo.
Liderança brasileira
A Diretoria Executiva do FMI destacou a condução da política econômica brasileira nos últimos anos e a resiliência do sistema financeiro nacional. Foram reconhecidos os esforços do país em liderar a agenda de transformação ecológica, reduzir o desmatamento e fomentar a inovação financeira com foco em inclusão e competitividade.
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