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Entre julgamento de Bolsonaro e visto renovado de Haddad, Brasil testa equilíbrio político e diplomático em semana tensa para o mercado
Publicado 08/09/2025 • 21:51 | Atualizado há 2 meses
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Publicado 08/09/2025 • 21:51 | Atualizado há 2 meses
A renovação do visto de entrada do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pelos Estados Unidos nesta segunda-feira (8) oferece ao governo brasileiro um raro respiro em meio à escalada de tensões com Washington. O gesto, embora protocolar, ocorre na mesma semana em que o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) entra em fase decisiva, reacendendo preocupações de que uma condenação possa servir de gatilho para novas reações do presidente americano, Donald Trump.
Desde julho, quando Trump impôs tarifas de 50% sobre produtos brasileiros e citou Bolsonaro como alvo de perseguição política, a relação bilateral se deteriorou. O Planalto respondeu com a ameaça de aplicar a Lei da Reciprocidade, mas viu crescer o temor de uma escalada com impacto direto no comércio e nas cadeias de investimento.
Nesse contexto, a renovação do visto de Haddad não elimina a tensão, mas sinaliza que ao menos os canais formais de diálogo seguem funcionando. Para diplomatas em Brasília, o gesto tem valor simbólico: afasta o risco de constrangimento imediato — um ministro da Fazenda barrado de participar da Semana do Clima de Nova York, neste mês, e do encontro anual do FMI e do Banco Mundial, em outubro. Mas o alívio é frágil: a dúvida é se a liberação indica algum arrefecimento ou se representa apenas uma concessão mínima para evitar que a crise tarifária escale mais rapidamente.
Enquanto isso, em Brasília, o STF retoma nesta terça-feira (9) o julgamento de Bolsonaro e de outros sete aliados acusados de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. A denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República menciona o plano chamado “Punhal Verde e Amarelo”, que previa sequestros e assassinatos de autoridades, além da chamada “minuta do golpe”, que poderia ser usada para decretar estado de sítio e impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva em 2023.
Na abertura da sessão, o relator, ministro Alexandre de Moraes, apresentará seu voto, seguido pelos demais integrantes da Primeira Turma — Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. Uma maioria simples de três votos será suficiente para definir pela condenação ou absolvição.
Se houver condenação, a prisão de Bolsonaro não será imediata. As defesas ainda poderão recorrer por meio de embargos de declaração. Além disso, se o placar terminar em 3 a 2 com votos pela absolvição, o caso poderá ser levado ao plenário do Supremo.
Do ponto de vista dos investidores, a incerteza é dupla. De um lado, a tensão comercial e diplomática pressiona o câmbio e mantém em aberto a possibilidade de novas retaliações dos EUA, que poderiam incluir sanções financeiras ou novas barreiras comerciais. De outro, o julgamento de Bolsonaro aumenta a percepção de risco político interno.
“O investidor é movido pela confiança. O risco de atrito com os Estados Unidos pode fortalecer o dólar e encarecer importados, pressionando a inflação e alterando expectativas sobre juros”, explica Adriana Ricci, fundadora da SHS Investimentos.
A equação que se desenha para o mercado é complexa. A eventual condenação de Bolsonaro não apenas altera a correlação de forças na política interna, como pode servir de munição para Trump endurecer ainda mais sua retórica contra o Brasil. Nesse cenário, o visto de Haddad aparece como contraponto, mas insuficiente para dissipar o temor de que a disputa entre os dois presidentes se torne o principal vetor de volatilidade até 2026.
Como resume um gestor de recursos ouvido em off: “O visto evita o vexame imediato, mas não reduz o risco estrutural. Se Bolsonaro for condenado, o dólar pode disparar não só pela incerteza doméstica, mas pelo risco de Trump retaliar o Brasil em plena campanha presidencial.”
Assim, entre o gesto diplomático que garante a presença de Haddad em fóruns internacionais e o risco de instabilidade política associado ao julgamento de Bolsonaro, o mercado se vê operando no fio da navalha. Qualquer sinal de distensão pode oferecer trégua momentânea, mas a crise tarifária, já instalada, continuará sendo o termômetro real da relação entre Brasília e Washington — e da confiança dos investidores.
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