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EXCLUSIVO: falta de profissionais na Indústria 4.0 ameaça avanço tecnológico no Brasil, diz presidente da Mitsubishi
Publicado 27/10/2025 • 21:21 | Atualizado há 4 horas
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Publicado 27/10/2025 • 21:21 | Atualizado há 4 horas
KEY POINTS
O Brasil vive um momento decisivo para o avanço da Indústria 4.0, conceito que marca a integração entre automação, inteligência artificial, big data e sistemas ciberfísicos nas fábricas e empresas. A chamada quarta revolução industrial promete ganhos de produtividade, eficiência e flexibilidade, mas enfrenta um obstáculo crescente: a escassez de profissionais qualificados.
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Quem observa esse cenário de perto é Fabiano Lourenço, presidente da Mitsubishi Electric no Brasil, empresa que tem investido em formação técnica e inovação para reduzir esse gargalo. Em entrevista ao Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC, Lourenço explicou como a companhia busca fortalecer a mão de obra local e destacou o papel da educação e das parcerias com instituições de ensino para preparar o país para essa nova era tecnológica.

Segundo Lourenço, a ideia de que a automação reduziria a necessidade de profissionais é equivocada. “A robótica e a inteligência artificial ainda dependem dos seres humanos, e isso vai continuar por um bom tempo”, afirmou. O executivo destacou que tanto no Brasil quanto em outros países há dificuldade para treinar, desenvolver e reter talentos.
“Dentro da cultura japonesa e do DNA da empresa, buscamos métodos e processos inovadores para desenvolver mão de obra, tanto internamente quanto nas instituições educacionais”, declarou.

Embora o nome Mitsubishi seja amplamente associado ao setor automotivo, Lourenço fez questão de esclarecer que a Mitsubishi Electric é parte de um conglomerado de cerca de 600 empresas, responsáveis por aproximadamente 10% do PIB do Japão, o equivalente a quase 0,8% do PIB global.
“A Mitsubishi Electric faz de tudo, desde panelas de arroz até satélites. No Brasil, trouxemos uma parte desse escopo, especialmente automação industrial, CNC, equipamentos de transporte e ar-condicionado”, explicou.
A presença no país, portanto, vai muito além da imagem tradicional de montadora. “Temos trabalhado bastante para mostrar ao mercado o que é, de fato, a Mitsubishi Electric e seu papel no desenvolvimento tecnológico do país.”

Lourenço reconhece que a tecnologia evolui mais rápido do que a formação dos profissionais. “Engenheiros, técnicos e tecnólogos precisam de base técnica sólida. Mas, ao sair da faculdade, ainda não estão totalmente prontos para operar essas tecnologias dentro da indústria”, afirmou.
Para reduzir essa defasagem, a Mitsubishi Electric tem se aproximado de universidades e escolas técnicas, promovendo projetos e competições que estimulam a inovação. Uma das iniciativas mais relevantes é a Competição MECA, cuja segunda edição ocorre neste ano.

O evento é uma competição global, realizada em países como Taiwan, China e Indonésia, e chegou ao Brasil em 2023. “Convidamos 150 instituições, entre universidades e escolas técnicas, para desenvolverem projetos de melhoria ambiental usando automação”, contou Lourenço.
Das propostas apresentadas, 15 foram classificadas para a final (cinco de escolas técnicas e dez de universidades). “Durante o processo, doamos produtos para todas as instituições finalistas. Os vencedores ganham um robô e estágio na empresa, passando por todo o ciclo de aprendizado, da ideia à prática”, explicou.
Com a COP30 se aproximando, Lourenço destacou o compromisso ambiental da companhia. “A COP é um marco temporal, um momento para medir o que está sendo feito globalmente”, avaliou.
Segundo ele, a Mitsubishi Electric mantém planos estratégicos para atingir neutralidade de carbono até 2030. “Todas as divisões e fábricas estão se planejando e destinando recursos para reduzir emissões. É um movimento de cima para baixo, que envolve todo o grupo.”

Dados recentes apontam que o país forma menos de um terço dos profissionais demandados pelas áreas de tecnologia e automação. Fabiano Lourenço aponta a evasão acadêmica como um dos principais entraves. “Apenas de 20% a 30% dos alunos que entram em cursos de engenharia chegam à formatura. Precisamos encontrar formas de mantê-los nas instituições e mostrar que as oportunidades são enormes.”
Além da Competição MECA, a Mitsubishi Electric mantém diversas iniciativas educacionais no Brasil. “Temos parcerias com o Senai, Mackenzie e Mauá. Promovemos palestras, webinars, hackathons e projetos conjuntos para aproximar o meio acadêmico do setor produtivo”, contou.
A empresa também investe na criação de laboratórios e no desenvolvimento de tecnologias voltadas ao próprio gerenciamento das universidades. “É uma via de mão dupla: ajudamos a formar profissionais mais preparados e aprendemos com a inovação que vem das instituições”, disse o executivo.
Dentro da própria companhia, o programa Life Design Lab busca desenvolver não apenas profissionais, mas também pessoas. “Queremos formar indivíduos completos, com visão técnica e humana. Isso é parte essencial da nossa cultura corporativa”, completou.
Com uma estratégia que une inovação, educação e sustentabilidade, a Mitsubishi Electric busca contribuir para o avanço da Indústria 4.0 no Brasil. Um movimento que, segundo Lourenço, depende menos das máquinas e mais das pessoas capazes de operá-las e transformá-las em progresso.
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