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Publicado 20/11/2024 • 16:45 | Atualizado há 21 horas
KEY POINTS
O ministro da Defesa, José Múcio, afirmou nesta quarta-feira (20) ao Times Brasil, licenciado exclusivo CNBC, que “havia um golpe orquestrado” no país que contava com a “simpatia” de alguns militares. “Isso é indefensável”.
Múcio rechaça a ideia de que haja uma associação maior com a totalidade das Forças Armadas.
Na terça-feira (19), a Polícia Federal prendeu cinco pessoas na Operação Contragolpe, que investiga um plano para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre Moraes (leia mais abaixo).
“A operação é da Polícia Federal. Nós não temos informação de absolutamente nada da operação. Nós só sabemos da operação no dia. Por exemplo, eu posso ter um militar ao meu lado que a PF está investigando e não saber”, disse Múcio.
O ministro também afirmou que torce para “que todos os suspeitos paguem pelo crime que cometeram. É uma forma de tirar suspeição dos inocentes. Tem muito inocente no processo. Por exemplo, as Forças Armadas. Não tem nada de forças armadas”, acrescentou.
Múcio disse que trabalha “para não misturar” as coisas. “As Forças Armadas contribuem para o Brasil, contribuem para o governo”, enalteceu.
“Quando acontece um caso desse nós lamentamos. Havia um golpe orquestrado. Alguns militares, com o seu CPF, tinham simpatia.”
Ele destacou o fato de as apurações da PF apontarem que o grupo trabalhava em “uma tentativa de morte”. “Isso é absurdo, é indefensável.”
Cinco pessoas foram presas na Operação Contragolpe suspeitas de fazer um plano para dar um golpe de Estado. Os suspeitos teriam organizado um plano chamado Punhal Verde e Amarelo, que deveria ser executado em 15 de dezembro de 2022.
O general da reserva Mário Fernandes, que foi ministro interino da Secretaria-Geral da Presidência durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), está entre os presos na operação. Ele foi secretário-executivo da Secretaria e chegou a assumir interinamente como ministro.
Segundo a PF, ele fez parte de um núcleo de oficiais de alta patente no Exército que teria a missão de convencer integrantes das Forças Armadas a embarcarem em um golpe.
De acordo com a Polícia Federal, esse núcleo era integrado ainda pelos então ministros Walter Braga Netto (Casa Civil) e Paulo Sérgio Nogueira (Defesa), pelo almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha, e pelos generais do Exército Laércio Vergílio e Mário Fernandes. Todos sempre negaram envolvimento em qualquer trama golpista.
Mário Fernandes chegou a ser chamado a depor na PF em 22 de fevereiro de 2024, mas nessa ocasião optou por ficar em silêncio, alegando não ter tido acesso ao inteiro teor dos conteúdos da investigação e, em especial, à delação do coronel Mauro Cid.
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