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Brasil

Setor de aves e suínos deve aderir ao boicote contra o Carrefour

Publicado 25/11/2024 • 19:20

Henrique Almeida, do Times Brasil | CNBC

KEY POINTS

  • Os fornecedores vão cumprir os contratos para as vendas de Natal, mas, depois disso, irão endurecer as negociações.
  • As exportações para o continente europeu continuam fortes, enquanto o volume de vendas para a França, especificamente, é considerado irrisório.
  • A decisão do Carrefour gerou forte reação no Brasil, com 42 associações do agronegócio emitindo uma carta aberta classificando a medida como protecionista e incoerente com os avanços sustentáveis do país.
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Supermercado

Reprodução Unsplash

Um representante de produtores de carne suína e de frango confirmou, sob condição de anonimato, que os fornecedores também estão aderindo ao boicote contra o Carrefour, em resposta à decisão da rede de não comprar carnes do Mercosul para suas lojas na França.

Uma parte dos fornecedores de carne suína e de frango já suspendeu as vendas.

Há uma diretriz sobre como lidar com os supermercados da rede no Brasil e uma para o Carrefour da França.

  • Os contratos para o fornecimento de aves natalinas a lojas brasileiras para o Natal já foram fechados e serão cumpridos, mas as negociações futuras com a varejista serão endurecidas.
  • Já em relação ao Carrefour da França, o setor busca novos compradores para suas exportações.

Segundo a mesma fonte, o impacto do boicote dos exportadores de frango na receita do setor não deve ser significativo. As exportações para o continente europeu continuam fortes, enquanto o volume de vendas para a França, especificamente, é considerado irrisório.

  • As exportações de frango para a União Europeia em 2024 somaram 181,9 mil toneladas, gerando uma receita de US$ 507,3 milhões.

Frustração com o Carrefour

Segundo a fonte, as empresas estão desapontadas com a postura do Carrefour, mas não há risco de prejuízo financeiro ao setor –a prioridade, agora, é garantir que os produtos brasileiros sejam valorizados em outros mercados.

No Brasil, o boicote não se restringe às operações do Carrefour, estendendo-se também ao Atacadão, outra rede do mesmo grupo.

Apesar disso, a fonte garantiu que a insatisfação não afetará o consumidor brasileiro nem o fornecimento de alimentos durante as festas de fim de ano. A intenção é pressionar os compradores e as matrizes do Carrefour a se retratar publicamente e demonstrar mais respeito pelos produtos brasileiros, sem comprometer o abastecimento local, de acordo com a fonte.

Boicote ao Carrefour após decisão sobre carnes do Mercosul

O Carrefour enfrenta ampla mobilização de entidades do agronegócio e da indústria brasileira em resposta à decisão do grupo varejista de suspender a compra de carnes do Mercosul em suas lojas na França.

Representantes de setores produtivos e organizações comerciais expressaram indignação com o posicionamento anunciado pelo CEO global da empresa, Alexandre Bompard, que justificou a medida sob alegações de qualidade e sustentabilidade.

JBS e Masterboi suspendem fornecimento

A crise gerada pela decisão do Carrefour de suspender a compra de carnes do Mercosul para suas lojas na França levou frigoríficos brasileiros, como JBS e Masterboi, a interromperem o fornecimento de carne bovina à rede varejista no Brasil.

A JBS, maior produtora de proteínas do mundo, suspendeu as vendas ao Carrefour na quinta-feira (21). No dia seguinte, a Masterboi confirmou a interrupção do fornecimento. Outras empresas do setor, como BRF e Marfrig, ainda não se manifestaram sobre o assunto.

A decisão do Carrefour gerou forte reação no Brasil, com 42 associações do agronegócio emitindo uma carta aberta classificando a medida como protecionista e incoerente com os avanços sustentáveis do país.

Hotéis, restaurantes e bares fazem pressão

A mobilização ganhou força com o anúncio da Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp), que convocou um boicote ao Carrefour, Atacadão e Sam’s Club. A organização representa cerca de 500 mil empresas no estado e prometeu interromper as compras até que a rede reverta sua postura.

“Não aceitaremos que uma empresa que prospera no Brasil desrespeite nossa cadeia produtiva”, afirmou a Fhoresp. A medida é apoiada por outras entidades que veem na atitude do Carrefour uma afronta ao livre comércio e à cooperação internacional.

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