O segmento de ensino de idiomas no exterior está em plena ascensão entre os executivos brasileiros. Em 2025, a expectativa é de um crescimento de 20% na procura por cursos fora do Brasil, segundo estimativas do setor. No ano passado, essa expansão foi de 15%, com destaque para o público acima de 50 anos, que registrou um aumento de 30% na busca por aperfeiçoamento em línguas estrangeiras.
Em entrevista ao canal Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC, Cristina Bicalho, vice-presidente do Student Travel Bureau (STB), destacou que a procura por cursos no exterior entre executivos tem mudado de perfil nos últimos anos. “Depois da pandemia, houve uma grande transformação. O executivo quer muito mais do que apenas aprender o idioma. Ele busca programas especializados na sua área, seja para mudar de carreira, inovar dentro da própria empresa ou empreender”, explicou.
Segundo Cristina, a tendência é que os executivos busquem programas de curta duração, compatíveis com suas agendas carregadas. “O executivo brasileiro quer estudar fora, mas nunca tem mais do que um mês disponível. Geralmente, uma a duas semanas são o suficiente para cursos intensivos em negócios, tecnologia e novas profissões”, afirmou.
Outro dado relevante é a crescente participação de profissionais com mais de 50 anos nesse tipo de qualificação. “O setor do agronegócio, por exemplo, tem muitos executivos mais velhos que ainda enfrentam dificuldades com o idioma e estão correndo atrás desse prejuízo”, observou Cristina.
O STB, de olho nessa demanda, ampliou seu portfólio para incluir programas como os cursos do Disney Institute, que ensinam a metodologia Disney de atendimento ao cliente e liderança. “Vamos levar duas delegações este ano para essa experiência”, disse Cristina. A empresa também fechou parcerias com instituições renomadas, como a London School of Economics, que oferece programas de liderança feminina.
Entre as áreas que mais demandam qualificação internacional estão os setores farmacêutico, hospitalar e o próprio agronegócio. “Hoje, o intercâmbio profissional vai além do ensino do idioma. Ele desenvolve habilidades comportamentais, ou soft skills, como adaptabilidade e networking global”, pontuou Cristina.
No quesito destino, o Canadá lidera a lista dos países mais procurados por executivos brasileiros, seguido por Estados Unidos e Reino Unido. Segundo Cristina, os programas no Canadá têm sido atrativos tanto pelo custo-benefício quanto pelas políticas que permitem, por exemplo, que filhos de estudantes sejam matriculados em escolas públicas durante o período do curso.
Em relação aos custos, os investimentos variam conforme a duração e a instituição escolhida. “O programa do Disney Institute de uma semana custa US$ 5.500, sem contar hospedagem e passagem. Já um curso na London School of Economics pode chegar a 7 mil libras esterlinas”, detalhou Cristina. No entanto, programas mais acessíveis também estão disponíveis, como os cursos da University of California Los Angeles (UCLA) e UC Berkeley, que têm subsídios do governo.
O crescimento do setor de ensino de idiomas e educação executiva reflete a busca contínua dos profissionais brasileiros pela qualificação global. Com cursos personalizados e formatos flexíveis, os executivos conseguem aprimorar suas habilidades sem comprometer a rotina corporativa, tornando-se ainda mais competitivos no mercado de trabalho internacional.
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