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Indústria parada, varejo afunda e serviços perdem fôlego

Publicado 14/08/2025 • 17:24 | Atualizado há 43 minutos

Alberto Ajzental

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Alberto Ajzental

Analista Econômico do Jornal Times Brasil e do Money Times, é Engenheiro Civil pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Mestre e Doutor em Administração de Empresas com ênfase em Economia pela FGV. Atuou como Professor de Economia e Estratégia de Negócios na EESP-FGV e atualmente coordena Curso Desenvolvimento de Negócios Imobiliários na EAESP-FGV. Trabalha há mais de 30 anos no mercado imobiliário de São Paulo, em incorporadoras e construtoras de alto padrão, assim como em fundo imobiliário. Atualmente é CEO de importante empresa patrimonialista imobiliária.

KEY POINTS

  • Junho de 2025 entregou um retrato incômodo da economia real: indústria estagnada, varejo em queda e serviços crescendo apenas por sustentação de alguns poucos segmentos.
  • Foi um mês em que o consumo perdeu intensidade, os investimentos recuaram e a demanda doméstica mostrou sinais de cansaço — reflexo direto de crédito caro, inflação resistente e confiança vacilante.

Junho de 2025 entregou um retrato incômodo da economia real: indústria estagnada, varejo em queda e serviços crescendo apenas por sustentação de alguns poucos segmentos. Foi um mês em que o consumo perdeu intensidade, os investimentos recuaram e a demanda doméstica mostrou sinais de cansaço — reflexo direto de crédito caro, inflação resistente e confiança vacilante.

Indústria: avanço tímido, quedas preocupantes

A produção industrial subiu apenas 0,1% frente a maio (com ajuste sazonal). 

Sem esse ajuste, a fotografia por categorias de uso foi negativa:

  • Bens de capital: -3,6%
  • Bens duráveis: -9,2%
  • Bens semiduráveis: -5,0%

Como a indústria antecede o comércio, esses números indicam que o enfraquecimento das vendas já começa a impactar a produção. No caso dos duráveis e semiduráveis, a dependência de crédito — hoje caro e restrito — intensifica a retração.

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Varejo: queda generalizada, varejo ampliado ainda pior

No comércio varejista restrito, o volume caiu 0,1% frente a maio (com ajuste). No varejo ampliado — que inclui veículos e material de construção — o recuo foi de 2,5%.
Maiores quedas na série sem ajuste:

  • Móveis e eletrodomésticos: -11,1%
  • Combustíveis: -3,5%
  • Supermercados: -6,1%

No ampliado:

  • Veículos: -5,5%
  • Material de construção: -8,3%
  • Atacado de alimentos, bebidas e fumo: -12,0%

A queda em hiper e supermercados sugere que as compras mensais foram substituídas por compras menores e mais frequentes, conforme sobra de renda no bolso. E no ampliado, segmentos como veículos e construção dependem diretamente de crédito ou de sobra de renda — dois elementos escassos no atual cenário.

Serviços: alta pontual, base estreita
O setor avançou 0,3% em junho, renovando o maior nível da série histórica (+18% sobre o pré-pandemia). A alta veio quase toda de transportes (+1,5%), impulsionados pelo rodoviário de cargas e pelo aéreo de passageiros.

Segmentos em queda sem ajuste:

  • Serviços prestados às famílias: -4,5% (3ª queda seguida)
  • Outros serviços: -1,2% (administradoras de cartões e restaurantes)

A leitura é clara: as famílias têm menos recursos disponíveis para consumo fora do essencial.

O diagnóstico: economia em desaceleração sincronizada
A indústria não embala, o varejo sofre o impacto direto do consumo represado e caro, e os serviços perdem amplitude de crescimento. Segmentos ligados a bens de maior valor, como veículos e eletrodomésticos, estão entre os mais atingidos — sinal claro de que o aperto monetário continua a restringir crédito e confiança.
Com inflação persistente em serviços e alimentos, juros ainda elevados e renda real pressionada, o risco é que a desaceleração deixe de ser “ajuste” e se transforme em estagnação prolongada. A economia, que já perdeu o ímpeto do início do ano, entra no segundo semestre com menos fôlego — e mais interrogações.

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