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Entenda como a compra da Iveco Defence pela Leonardo fortalece os elos com o Brasil
Publicado 09/09/2025 • 06:44 | Atualizado há 5 horas
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Publicado 09/09/2025 • 06:44 | Atualizado há 5 horas
KEY POINTS
Veículo da Iveco Defence
Divulgação/Iveco Defence
A Leonardo, segundo maior conglomerado industrial da Itália, anunciou nesta segunda-feira (8) a aquisição da Iveco Defence Vehicles (IDV), divisão militar do Grupo Iveco, por 1,7 bilhão de euros (cerca de R$ 10,8 bilhões, na cotação atual). A operação será financiada com recursos em caixa e tem previsão de conclusão no primeiro trimestre de 2026, condicionada à aprovação de órgãos regulatórios.
O acordo marca um avanço significativo na estratégia de crescimento inorgânico da Leonardo, que busca consolidar sua posição como líder no mercado europeu de defesa terrestre.
A transação prevê a integração das capacidades industriais e tecnológicas da Leonardo com os sistemas já desenvolvidos pela IDV, incluindo a incorporação de sensores de combate e torres eletrônicas avançadas aos veículos blindados. O objetivo é ampliar a eficácia operacional das plataformas, acelerar processos de inovação e criar novas oportunidades de capacitação profissional.
A venda da IDV faz parte de um pacote maior de reestruturação do Grupo Iveco, que também alienou sua divisão de veículos comerciais para a Tata Motors, da Índia. A soma das duas operações alcança cerca de 5,5 bilhões de euros (R$ 35,03 bilhões), dos quais 1,7 bilhão de euros (R$ 10,83 bilhões) foram pagos pela Leonardo e aproximadamente 3,8 bilhões de euros (R$ 24,21 bilhões) pela Tata.
A decisão de vender a IDV à Leonardo — apesar de propostas mais altas, como a da General Dynamics, estimada em 1,9 bilhão de euros (R$ 12,1 bilhões) — teve forte influência do governo italiano, que optou por manter o ativo estratégico sob controle nacional.
A operação com a Tata, por outro lado, foi vista como uma oportunidade de fortalecer alianças com países emergentes, preservando parte da produção e do know-how dentro da Europa.
A aquisição também tem implicações diretas para o Brasil, onde a IDV mantém operações industriais desde 2013 por meio da unidade IDV Latin America, em Sete Lagoas (MG). A fábrica é responsável pela produção de veículos blindados como o Guarani 6×6 e o LMV-BR (Guaicurus), empregados pelo Exército Brasileiro.
Desde o início da parceria, mais de 700 unidades do Guarani foram entregues às Forças Armadas. Em julho de 2024, um novo contrato foi assinado para o fornecimento de 420 unidades do LMV-BR 2 em um prazo de até 10 anos, fortalecendo a cadeia produtiva nacional e a cooperação tecnológica entre Brasil e Itália.
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Além da produção em larga escala, a IDV também participa de processos de manutenção e modernização de frotas já existentes. Em abril de 2025, três viaturas blindadas multitarefa Lince K2, adquiridas pelo Exército em 2018, foram enviadas para manutenção na unidade de Sete Lagoas sem custo adicional para a Força.
O objetivo foi recuperar a capacidade operacional dos veículos após sete anos de uso em operações como a Intervenção Federal no Rio de Janeiro. A operação incluiu, ainda, capacitação de militares brasileiros para manutenção autônoma, ampliando a autossuficiência da Base Logística do Exército.
Com a consolidação da compra da IDV, a Leonardo expande significativamente sua capacidade de produção de sistemas terrestres, passando a integrar uma das principais fabricantes globais de veículos blindados leves, médios e pesados.
A aquisição também reforça a posição da empresa no mercado sul-americano, onde o Brasil representa um dos maiores orçamentos de defesa da região, com previsão de R$ 131,8 bilhões em gastos militares em 2025, segundo dados do Ministério da Defesa.
O portfólio da IDV inclui, além dos veículos citados, caminhões táticos e logísticos adaptados a requisitos militares, todos com produção ou integração parcial no Brasil. A sinergia com a Leonardo deve acelerar a incorporação de novos sistemas de combate, sensores e automação aos modelos existentes, aumentando o grau de nacionalização e contribuindo para o fortalecimento da Base Industrial de Defesa (BID) brasileira.
A movimentação também sinaliza uma mudança no panorama da indústria global de defesa, marcada por fusões e aquisições voltadas à consolidação de competências e ampliação de portfólios. A Leonardo, que em 2024 já havia adquirido 25% da Hensoldt, na Alemanha, fortalece seu protagonismo europeu ao unificar plataformas terrestres com sistemas avançados de eletrônica militar.
Com a operação, a IDV deixa de ser parte de um grupo civil-militar diversificado e passa a integrar uma empresa dedicada exclusivamente ao setor de defesa e aeroespaço. No Brasil, a mudança poderá resultar em novos contratos, ampliação da produção local e modernização de capacidades já existentes, em consonância com os objetivos da Estratégia Nacional de Defesa.
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