Kings Sneakers inicia expansão internacional com receitas a caminho dos R$360 milhões
Publicado
26/08/2025 • 19:07
| Atualizado há 3 horas
Chico Fireman
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KEY POINTS
Rede encerrou 2024 com R$300 milhões em receitas e prevê alta de até 20% em 2025, podendo chegar a R$360 milhões
Empresa abriu loja virtual nos EUA em julho com investimento de US$500 mil, mesmo após novas tarifas de Trump.
Internacionalização deve representar até 2% da receita neste ano, mas é vista como estratégica para a marca.
Shopping Diadema/divulgação.
Kings Sneakers projeta faturar R$360 milhões em 2025 e inicia expansão internacional com operação nos EUA.
A trajetória da Kings Sneakers, fundada em 2006 por Igor Morais, ganha novos contornos em 2025, com o início das operações internacionais e a diversificação dos negócios. A rede de franquias atingiu 170 lojas em todo o Brasil, todas no modelo de franquia, e encerrou 2024 com receita de R$ 300 milhões, registrando crescimento de 9% em relação ao ano anterior. Para 2025, a expectativa é de aumento entre 15% e 20%, podendo alcançar R$ 360 milhões em faturamento.
Em julho, a empresa entrou no mercado dos Estados Unidos com uma loja virtual, investindo US$ 500 mil (cerca de R$ 2,7 milhões). A iniciativa, embora impactada por novas tarifas anunciadas pelo presidente Donald Trump apenas quinze dias depois do lançamento, permanece alinhada ao objetivo de internacionalizar a marca e consolidar a presença no segmento streetwear. A plataforma oferece atendimento em inglês e português, com políticas de troca e suporte adaptados ao padrão dos EUA, além de ações de marketing com influenciadores digitais.
Shopping Diadema/Divulgação
Kings Sneakers aposta em expansão internacional e franquias de moda urbana, conectando streetwear, cultura hip hop e mercado global.
Sonho antigo e raízes culturais
Igor Morais revela que o desejo de atuar fora do país é antigo, remontando a 2013, quando planejava abrir uma loja em Los Angeles, mas esbarrou em obstáculos como a pirataria. Segundo ele, “Esse passo [EUA] era um sonho antigo”, afirmou. Apesar de o mercado internacional ainda representar apenas 1% a 2% do faturamento previsto para este ano, o empresário considera a presença nos Estados Unidos fundamental para posicionar a marca globalmente. “Foi ali que a cultura street nasceu, é o berço do hip-hop, do basquete de rua, da arte urbana”, declarou Morais, reforçando o vínculo da empresa com esse universo.
Desde jovem, Igor Morais esteve envolvido com a cultura hip-hop, frequentando espaços emblemáticos do centro de São Paulo, como o Largo São Bento e a Galeria do Rock, na capital paulista. A relação com a música e o empreendedorismo foi herdada do pai, João, que migrou do interior do Maranhão para a capital paulista e abriu lojas de discos. Igor começou a trabalhar aos nove anos, ajudando o pai no comércio de discos e, posteriormente, assumiu uma das lojas após pagar R$ 20 mil ao pai. Sem recursos, recorreu a um amigo para conseguir um empréstimo de R$ 300, comprou uma caixa de CDs e deu início à trajetória empresarial.
Antes de consolidar a Kings Sneakers, Morais enfrentou falhas em tentativas anteriores, incluindo uma loja de moda urbana em Campo Grande (MS) e experiências no varejo de tênis em Campinas (SP). A entrada no mercado de shoppings foi um marco, contrariando conselhos de conhecidos. Para interessados no modelo, o investimento inicial varia entre R$ 300 mil e R$ 700 mil, com retorno estimado em três anos. A rede comercializa itens de mais de 20 marcas e emprega cerca de 700 pessoas.
Expansão e novos projetos
O portfólio da Kings segue em expansão. A Hype Kings, voltada para o público infantil, já conta com quatro unidades, enquanto o formato de quiosques Open Space Kings opera em módulos de 9 a 12 metros quadrados, com quatro unidades em funcionamento e previsão de abertura de mais seis ainda em 2025. Outro projeto recente é a gravadora Somos, criada em parceria com Doncesao e DJ Vitonez, com foco em novos talentos da música. O público-alvo permanece jovem, incluindo também adultos conectados com arte, moda e música.
Morais avalia que a principal dificuldade do empreendedor é começar sem capital, mas acredita que estratégias financeiras, como viver abaixo dos ganhos e buscar apoio bancário quando necessário, são essenciais. “A marca do sucesso, na real, foi sempre viver três passos pra trás no ganho financeiro que eu tinha no momento. Se eu ganhava dez, vivia com três, quatro”, afirmou Igor Morais, segundo a Agência DC News.
Ele também destaca a importância de operações enxutas para o varejo brasileiro, sobretudo diante de desafios como a recente Reforma Tributária.
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