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Lula inaugura fábrica de hemoderivados da Hemobrás em Pernambuco e faz novas críticas a Trump
Publicado 14/08/2025 • 13:58 | Atualizado há 6 horas
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Publicado 14/08/2025 • 13:58 | Atualizado há 6 horas
KEY POINTS
Lula participa da inauguração da Hemobras, em Goiana (PE)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurou nesta quinta-feira (14) a nova fábrica de hemoderivados da Hemobrás, em Goiana (PE), considerada um divisor de águas para a autossuficiência do Brasil na produção de medicamentos essenciais ao Sistema Único de Saúde (SUS).
A unidade, fruto de um investimento de R$ 1,9 bilhão, vai produzir, a partir do plasma humano, medicamentos de alto custo como Albumina, Imunoglobulina e Fatores de Coagulação VIII e IX, usados no tratamento de queimados graves, pacientes de UTIs, hemofilias, doenças raras e grandes cirurgias.
Com a operação, o Brasil reduzirá a dependência de importações e reforçará a segurança sanitária. Atualmente, a Hemobrás abastece o SUS por meio de acordos de transferência de tecnologia. Em 2024, a estatal entregou um recorde de 552 mil frascos de hemoderivados e 870 milhões de unidades internacionais de medicamentos recombinantes.
A nova planta, equipada com os blocos B02 (fracionamento de plasma) e B03 (envase e liofilização), tem capacidade para fracionar até 500 mil litros de plasma por ano e produzir seis tipos de medicamentos até 2029.
Ao discursar, Lula ressaltou que a decisão de instalar a fábrica em Pernambuco foi política e simboliza um esforço para reverter a histórica desigualdade entre regiões.
“Eu nunca me conformei com a ideia de que o Nordeste tinha que ser exportador de empregadas domésticas e serventes de pedreiro para o Sul e Sudeste. Quis trazer para cá indústria, universidade, instituto federal. Hoje, o Ceará tem a melhor educação do país. A Hemobrás é mais um passo para mostrar que o Nordeste pode ser referência também em tecnologia e saúde”, afirmou.
O presidente lembrou que a unidade reforça a soberania nacional, que, segundo ele, depende de três pilares: educação, segurança alimentar e saúde. “O povo pobre não pode esperar. Quem está doente não pode esperar. Um país soberano cuida da educação do seu povo, garante comida na mesa e acesso à saúde. Essa fábrica é parte desse compromisso”, declarou.
Lula também aproveitou o evento para responder ao “tarifaço” imposto pelos Estados Unidos ao Brasil, anunciado pelo presidente Donald Trump em julho e em vigor desde 6 de agosto. “O Trump fez uma insensatez com o Brasil. Nós somos parceiros há mais de 200 anos. Ele disse que tinha que aumentar a taxa porque os EUA têm déficit comercial, o que é mentira. Eles têm superávit com o Brasil há 20 anos. Só no armazenamento de dados, gastamos US$ 23 bilhões com empresas americanas. Não há justificativa”, disse.
O presidente também rebateu a acusação de que o Brasil estaria perseguindo um ex-presidente.
“Ele está sendo julgado por tentativa de golpe, por ameaçar a vida do presidente, do vice, por planejar ataques à Polícia Federal. Não é perseguição política, é justiça”, afirmou Lula, defendendo o projeto do governo para regular redes sociais. “Não vamos permitir que fake news, ódio e ataques a crianças e adolescentes continuem impunes. Quem manda no Brasil é o povo brasileiro.”
Lula ainda garantiu que o país buscará outros mercados caso os EUA restrinjam importações. “Se eles não quiserem comprar, vamos vender para Índia, China, Rússia. Abrimos 400 mercados em dois anos e meio. Ontem mesmo começamos a vender carnes e miúdos para as Filipinas. O mundo é grande e o Brasil vai de cabeça erguida”, disse.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou que a Hemobrás é uma das maiores fábricas do mundo voltadas à produção de hemoderivados.
“Essa é uma fábrica do SUS. O país sofria com a insegurança das transfusões e o cartel internacional de hemoderivados. Agora, podemos garantir medicamentos seguros e de qualidade mesmo diante de crises internacionais ou tarifas abusivas”, afirmou, lembrando que parceiros como a Takeda (Japão) e a LFB (Europa) foram fundamentais para a transferência de tecnologia.
O ex-ministro da Saúde e atual senador Humberto Costa recordou o processo que garantiu a instalação da fábrica em Pernambuco. “Havia disputa para levar a Hemobrás para outros estados, mas defendemos que Pernambuco tinha estrutura e capacidade. O presidente Lula entendeu e decidiu trazê-la para cá”, disse.
A presidente da Hemobrás, Ana Paula Menezes, enfatizou que o sangue doado no Brasil é patrimônio da população e será transformado em medicamentos para uso exclusivo do SUS. “Não vendemos, não emprestamos e não cedemos o tecido humano do nosso povo para outro fim que não seja salvar vidas aqui”, declarou.
A vice-governadora de Pernambuco, Priscila Krause Branco, reforçou que a inauguração é “um ponto de chegada de uma longa batalha” iniciada em 2007, com o contrato com o laboratório francês LFB. “Hoje, temos emprego, renda e soberania em saúde”, afirmou.
Vinculada ao Ministério da Saúde, a Hemobrás recolhe plasma excedente de 72 hemocentros públicos e serviços de hemoterapia em todo o país. Até hoje, esse insumo era enviado ao exterior para processamento; com a nova unidade, parte cada vez maior será processada no Brasil, estimulando a indústria nacional de biotecnologia.
Além da planta inaugurada hoje, a Hemobrás também produz o Hemo-8r (Fator de Coagulação VIII recombinante) no bloco B07, inaugurado em 2024. Após certificação da Anvisa, a meta é entregar 300 mil frascos do medicamento ao SUS até o fim deste ano e concluir a produção integral, incluindo o insumo farmacêutico ativo, até 2026.
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