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Em carta a Lula, montadoras alertam para risco à indústria com incentivo à importação de veículos desmontados

Publicado 28/07/2025 • 17:38 | Atualizado há 19 horas

Giovanni Porfírio, do Times Brasil

KEY POINTS

  • As principais montadoras instaladas no Brasil divulgaram uma carta conjunta endereçada ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na qual expressam preocupação com o possível incentivo à importação de veículos desmontados.
  • O documento é assinado por Ciro Possobom, CEO da Volkswagen do Brasil; Evandro Maggio, presidente da Toyota do Brasil; Emmanuelle Cappellano, presidente da Stellantis Automóveis do Brasil; e Santiago Chamorro, presidente da General Motors do Brasil.
  • Na carta, as montadoras argumentam que a abertura para veículos desmontados pode comprometer os investimentos em curso, desestimular a produção local e gerar impactos severos sobre o emprego, a balança comercial e a engenharia nacional.

As principais montadoras instaladas no Brasil divulgaram uma carta conjunta endereçada ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na qual expressam preocupação com o possível incentivo à importação de veículos desmontados.

A medida, segundo o documento, ameaça um setor responsável por 2,5% do PIB nacional e que movimenta uma das maiores cadeias industriais do país.

O documento é assinado por Ciro Possobom, CEO da Volkswagen do Brasil; Evandro Maggio, presidente da Toyota do Brasil; Emmanuelle Cappellano, presidente da Stellantis Automóveis do Brasil; e Santiago Chamorro, presidente da General Motors do Brasil.

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Na carta, as montadoras argumentam que a abertura para veículos desmontados pode comprometer os investimentos em curso, desestimular a produção local e gerar impactos severos sobre o emprego, a balança comercial e a engenharia nacional.

Confira abaixo a íntegra do documento:

Com nossos cumprimentos, vimos expor o teor de nossas preocupações quanto ao futuro da indústria automotiva brasileira.

O setor tem sido, desde os anos 1950, um importante vetor de industrialização e de crescimento econômico para o Brasil. Nasceu de uma visão desenvolvimentista, impulsionando com sua expansão um dos maiores e mais diversificados parques mundiais de fabricantes de veículos e autopeças.

A cadeia produtiva automotiva exibe números consistentes, que atestam o acerto da estratégia de localização da produção de veículos e seus componentes. São 26 fabricantes de veículos instalados no país e 508 produtores de autopeças, que formam uma cadeia produtiva responsável por 2,5% do PIB brasileiro, 20% do PIB industrial de transformação, pela geração de 1,3 milhão de empregos e por um faturamento anual de US$ 74,7 bilhões.

Nossa indústria planeja investir R$ 180 bilhões nos próximos anos, sendo R$ 130 bilhões no desenvolvimento e produção de veículos e outros R$ 50 bilhões no parque de autopeças.

Essa sólida cadeia industrial consolidou-se ao longo de mais de 70 anos de presença no Brasil. Sucessivas ondas de investimentos no decorrer desse período histórico enraizaram profundamente a capacidade industrial, tecnológica e de desenvolvimento de produtos e engenharia de nosso setor, impactando positivamente a economia e a sociedade. A industrialização urbanizou o país, expandiu o mercado de trabalho, impulsionou a educação e a ciência, somou desenvolvimento econômico ao social. Além de resultar em uma base industrial como poucas no mundo, propiciou a consolidação da engenharia nacional.

É nosso dever alertar, Senhor Presidente, que esse ciclo virtuoso de fortalecimento da indústria nacional está sendo colocado em risco e sofrerá forte abalo se for aprovado o incentivo à importação de veículos desmontados para serem acabados no país.

Ao contrário do que querem fazer crer, a importação de conjuntos de partes e peças não será uma etapa de transição para um novo modelo de industrialização, mas representará um padrão operacional que tenderá a se consolidar e prevalecer, reduzindo a abrangência do processo produtivo nacional e, consequentemente, o valor agregado e o nível de geração de empregos.

Por uma questão de isonomia e busca de competitividade, essa prática deletéria pode disseminar-se em toda a indústria, afetando diretamente a demanda de autopeças e de mão de obra. Seria uma forte involução, que em nada contribuiria para o nível tecnológico de nossa indústria, para a inovação ou para a engenharia nacional. Representaria, na verdade, um legado de desemprego, desequilíbrio da balança comercial e dependência tecnológica.

Trazemos nossos argumentos à sua análise, Senhor Presidente, na expectativa de que seu governo assegure igualdade de condições na competição pelo mercado, vetando privilégios para a importação de veículos desmontados ou produzidos no exterior com subsídios. Confiamos na sensibilidade de Vossa Excelência para preservar a isonomia concorrencial e proteger a indústria que produz no Brasil.

Nossos investimentos em curso resultarão em novas plantas industriais, em mais empregos, valor agregado e em uma nova geração de veículos cada vez mais sustentáveis. Reafirmamos, desse modo concreto, nosso compromisso com o fortalecimento da indústria nacional e com o desenvolvimento econômico e social do Brasil.

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