Siga o Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC no
Hugo Motta, na ACSP: ‘Renúncias fiscais já somam R$ 650 bilhões. Não sei se o país aguenta mais isso’
Publicado 07/04/2025 • 15:45 | Atualizado há 2 semanas
Pesquisador da felicidade compartilha sua ‘regra dos 90 segundos’ para viver uma vida melhor e mais plena
Apple conquista grande vitória com ‘F1’, mas IA ainda é um problema em Cupertino
Musk apoia as críticas do senador Paul ao megaprojeto de lei de Trump no primeiro comentário desde sua aprovação
Prazo das tarifas de Trump está se aproximando para a Europa
CEO da OpenAI diz estar “politicamente sem teto” e critica Democratas
Publicado 07/04/2025 • 15:45 | Atualizado há 2 semanas
KEY POINTS
Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados
Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Na manhã de segunda-feira (7), o novo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), esteve na Associação Comercial de São Paulo (ACSP) para realizar a palestra Atual Cenário Político Brasileiro. Em sua fala, ele começou deixando claro ter uma missão acima de todas: “Nossa democracia é inegociável”.
A afirmação não deixa margem para interpretações sobre o que pensa em relação ao julgamento dos atos criminosos do 8 de Janeiro.
A partir daí, trouxe quatro temas como nucleares para sua gestão (2025-2026) à frente da Casa. Responsabilidade fiscal e renúncia fiscal, Estado eficiente e segurança pública. “Nossa pauta em Brasília não pode se distanciar do que é o dia a dia do país”, disse. “E só conseguiremos entregar à sociedade o que é preciso se tivermos a capacidade de ouvir.”
A palestra foi organizada pelo Conselho Político e Social (Cops) da ACSP. Motta foi recebido pelo presidente da ACSP, Roberto Mateus Ordine, que afirmou sobre a importância de acelerar em Brasília discussões estruturantes na agenda econômica do país.
Quem é Hugo Motta
Médico por formação, ele está em sua quarta legislatura e tornou-se presidente da Câmara aos 35 anos, com 444 votos de 17 dos 20 partidos da Casa – somente o Novo e a federação Psol-Rede não endossaram sua candidatura. E o primeiro ponto abordado por Motta foi justamente a importância da responsabilidade fiscal.
Dentro do Executivo, o tema encontra defesa contundente de poucos ministros e no Congresso ganhou ecos igualmente poucos propensos a controle de gastos.
“Temos obrigação de ser mais eficientes com a máquina pública, com o dever fiscal, ter maior responsabilidade com os gastos. Não apenas o Congresso, que tem papel fundamental nisso, mas também o Executivo e o Poder Judiciário.”
Motta sabe que medidas mais amargas – como controlar as despesas – dificilmente têm aderência entre os políticos, especialmente quando se aproxima outro ano eleitoral. De toda forma, ele enxerga o parlamento mais consciente nesse sentido. “O Congresso está mais conservador, mais de centro-direita” – o que ele avalia como vantajoso.
Ao tratar da responsabilidade fiscal o presidente da Câmara inclui um tema que ficou fora da pauta parlamentar desde a pandemia, a revisão dos incentivos fiscais. Segundo Motta, essas renúncias já somam R$ 650 bilhões. “Ela está exagerada e não sei se o país suporta isso por muito mais tempo”, afirmou.
Para ele, o binômio controle de gastos-controle de renúncias é decisivo para incluir na agenda outros temas decisivos, como reduzir o tamanho do Estado. Segundo Motta, a máquina pública de 2025 não pode ser a mesma de 50 anos atrás.
Com o avanço das tecnologias, disse, dá para baratear custos dessa máquina que ele chama de arcaica e instituir avanços, como medir produção e ter metas de resultados. “Um Estado mais eficiente, que foque no que é essencial – educação, saúde, infraestrutura e segurança.”
Tarifas de Trump
Motta também falou do 2 de abril de 2025, pelo poder de mexer na ordem geopolítica global. Disse que o tarifaço adotado pelos Estados Unidos por Donald Trump mudou o eixo de um planeta economicamente baseado no comportamento de livre mercado e do multilateralismo para uma nova era, retrógrada, voltada ao bilateralismo e ao mercantilismo.
“Se 11 de setembro foi um marco para o mundo com o ataque às Torres Gêmeas, mudando a conformação política mundial, nós temos o 2 de abril de 2025 como uma mudança de parâmetro e comportamento para países”, disse o presidente da Câmara.
Motta disse não ter plena certeza de que será um momento de oportunidades a países emergentes, em especial para o Brasil, como alguns analistas têm defendido.
“Prefiro esperar para ver se vamos ganhar com isso”, afirmou. Por isso ele diz que neste momento de incertezas pelo mundo é ainda mais evidente que “o Brasil precisa acertar a mão do ponto de vista de suas necessidades econômicas”.
Na palestra, o quarto tema, depois de responsabilidade fiscal, renúncia fiscal e eficiência do Estado, o deputado tratou de segurança pública. Afirmou que facções criminosas estão infiltradas em todas as camadas da sociedade. “É preciso reconhecer isso”, disse. “Caso contrário, estaremos enganando a nós mesmos.”
Motta acredita que essas facções conseguiram se organizar numa velocidade acima das instituições de segurança e acredita que a saída é a integração e cooperação entre diferentes esferas – guardas municipais, polícias civil e militar, polícias federal e rodoviária, e mesmo o setor de inteligência das Forças Armadas.
“Segurança é questão de estado”, disse. “Excepcionalizamos gastos para tudo, por que não pra segurança?” Para Motta, é possível discutir a questão sem abrir mão de responsabilidade fiscal. “Se o Estado for pra cima de coibir o financiamento, a lavagem de dinheiro, as atividades que maquiam o dinheiro, duvido que a gente não resolva o problema do narcotráfico.”
Participaram do evento os secretários estaduais Gilberto Kassab (secretaria de Governo e Relações Institucionais), Guilherme Afif Domingos (secretaria Extraordinária de Projetos Estratégicos) e Alfredo Cotait Neto (presidente da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo-Facesp e da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil-CACB).
Os três questionaram Motta sobre os mesmos pontos: a descaracterização do Simples na Reforma Tributária e a importância de colocar em pauta o voto distrital misto. Sobre o primeiro tema, o presidente da Câmara foi taxativo. “Sou defensor do Simples”, disse. “O Estado precisa ser aliado de quem quer empreender, de quem quer criar emprego e quer gerar renda.”
Em relação à agenda pelo voto distrital misto, foi mais comedido. Ele diz que Brasília “funciona pelas narrativas criadas em torno de cada matéria”. Citou que o fim das coligações, que levou a termos menos partidos, já foi um avanço, mas que qualquer mudança passará pela avaliação de cada político.
“Ele não vai seguir a liderança dos partidos, ele vai fazer as contas para saber se será ou não eleito no novo modelo e só aí decidirá pelo voto distrital.” Motta diz que no curto prazo sua agenda focará no dever da responsabilidade com as finanças e contas públicas, e no médio e longo prazo aprimorar o sistema político-eleitoral.
Em sua palestra ele reafirmou promessas feitas em sua posse como presidente da Câmara, em fevereiro, quando defendeu mais transparência no gasto público, sugerindo inclusive a criação de uma plataforma digital integrada entre Legislativo, Executivo e Judiciário para acompanhar em tempo real as despesas de todos os Poderes. “Transparência total a todos”, afirmou à época.
Hugo Motta também afirmou, em sua posse, que é preciso garantir a estabilidade econômica e que não há nada pior que a inflação. Para ele, a estabilidade é resultado de medidas de responsabilidade fiscal. “Não há democracia com caos social, e não há estabilidade social com caos econômico”, disse. Pontos que para ele são inegociáveis, conforme reafirmou em sua palestra na ACSP.
Confira também: principais notícias da política brasileira
—
📌 ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:
🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais
🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562
🔷 ONLINE: www.timesbrasil.com.br | YouTube
🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, TCL Channels, Pluto TV, Soul TV, Zapping | Novos Streamings
Mais lidas
Trump assina cartas tarifárias para 12 países
BC suspende três instituições do PIX suspeitas de terem recebido recursos desviados após ataque hacker
Presidente dos Correios entrega carta de demissão após prejuízo de R$ 2 bilhões
"Brics segue como fiador de um futuro promissor", diz Lula em fórum empresarial do Brics
“São os melhores seis meses dos EUA”, diz Trump durante assinatura do Megabill