O ex-presidente Jair Bolsonaro se manifestou nesta sexta-feira (18) sobre sua participação em inquérito da Polícia Federal, relacionado às investigações envolvendo seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Segundo ele, a investigação resultou em medidas cautelares como a proibição de deixar Brasília, o uso de tornozeleira eletrônica e restrições de deslocamento e comunicação.
“Se o governo tiver interesse, busco uma audiência com o presidente dos Estados Unidos”, declarou Bolsonaro ao ser questionado sobre um possível encontro com Donald Trump.
De acordo com Bolsonaro, foram apreendidos cerca de R$ 7 mil e US$ 14 mil em sua residência, valor que, segundo ele, possui origem declarada. Ele também alegou não entender o motivo das restrições impostas. “Não posso me aproximar de embaixada, tenho horário para ficar na rua”, afirmou.
Eduardo nos EUA e acusações
Bolsonaro disse que seu filho está nos Estados Unidos atuando junto ao parlamento americano. “Ele está exatamente para lutar por democracia e por liberdade”, afirmou. O ex-presidente também comentou que Eduardo pode ser condenado a até 12 anos de prisão, segundo as acusações apresentadas no inquérito.
Questionado sobre sua relação com o filho, Bolsonaro disse que está proibido de ter contato com ele. “É uma humilhação, não tem nada de concreto”, declarou, reiterando que as acusações contra ambos são infundadas.
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Investigação e minuta do golpe
O ex-presidente voltou a negar qualquer participação em tentativa de golpe. Quando perguntado sobre a chamada “minuta golpista”, respondeu: “Você viu a minuta golpista? Não tem. O que foi falado foi estado de sítio”. Ele explicou que a proposta envolveria consulta ao Congresso e convocação dos conselhos da República e da Defesa, o que, segundo ele, nunca ocorreu.
Bolsonaro também disse não entender as acusações com base em suposições. “Quando se fala em crime, tem que ter algo concreto”, afirmou. Ele negou articulações para alterar a ordem democrática e criticou o que considera uma tentativa de criminalizar pensamentos e conversas.
Relação com os Estados Unidos
O ex-presidente mencionou episódios de seu governo, como a negociação com Donald Trump para evitar tarifas sobre o aço brasileiro. “Em 2019, o Trump era presidente e queria impor uma tarifa no aço. Resolvi, não foi tarifado”, disse.
Na avaliação de Bolsonaro, o atual governo tem perdido espaço no cenário internacional. Ele afirmou que o Brasil “não está negociando” e criticou a falta de diálogo com lideranças globais. “Hoje em dia, o Lula não conversa com o Trump, o ministro das Nações Unidas não conversa com o Rubio”, afirmou.
Bolsonaro também rejeitou a ideia de que estaria articulando qualquer ação por meio de embaixadas. “Nunca pensei em sair do Brasil, nunca pensei por embaixada”, disse. Ele mencionou um convite para evento com embaixadores, mas declarou que não participará mais.
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