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Publicado 15/11/2024 • 22:14 | Atualizado há 12 horas
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Roberto Campos Neto em entrevista à CNBC
Reprodução/CNBC
Em entrevista à CNBC, Roberto Campos Neto disse que governantes que atacam a autonomia do banco central criam problemas para os próprios governos.
“Entendo que a autonomia do Banco Central é muito importante para governos. Quando as pessoas têm expectativas de que o ciclo monetário está separado da política, há mais credibilidade. E com mais credibilidade, tem menos premium de risco na curva da taxa de juros e menos risco associado ao país. Quando se tem isso, todas as políticas funcionam melhor”, afirmou Campos Neto.
Durante a entrevista para a rede dos Estados Unidos, ele afirmou que o governo brasileiro tem feito grandes esforços para enfrentar questões fiscais. Uma eventual perda de credibilidade da política fiscal iria “aumentar os custos” da política monetária em uma entrevista à CNBC. “Quando tem problemas de credibilidade em um lado, acaba afetando o outro”, afirmou
O tema do ajuste fiscal, segundo ele, deve ganhar mais importância nas discussões sobre economia em diversos países do mundo.
O presidente do BC avaliou que o Brasil está avançando no combate à inflação, apesar de algumas preocupações iniciais. “Tivemos o primeiro mês do ano com uma inflação elevada de produtos alimentícios, o que gerou preocupações no governo”, disse. No entanto, Campos Neto acredita que esse aumento foi apenas sazonal. “Agora estamos entrando em um período em que a inflação deve diminuir. A última medição foi um pouco menor do que o esperado, e acreditamos que teremos números ainda mais baixos daqui para frente”, afirmou.
Ele alertou que o setor de serviços ainda é um ponto de atenção. “Esse índice ainda está alto, e, com o mercado de trabalho apertado, estamos tentando entender o que está acontecendo nesse setor”, explicou. Por outro lado, a inflação de bens tem mostrado queda, e os preços dos alimentos estão começando a desacelerar. “No geral, a convergência da inflação está alinhada com nossas expectativas”, destacou.
Ao falar sobre o câmbio, Roberto Campos Neto avaliou que o Brasil está bem preparado para lidar com uma eventual alta: “Nossas contas externas — como a balança comercial e os fluxos de capital — estão muito mais fortes do que no passado”, afirmou. Ainda assim, ele destacou que é importante monitorar os impactos desse processo no arcabouço de política monetária do país.
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