Siga o Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC no
Preocupado, setor produtivo pede mais prazo e cautela para rever tarifa dos EUA
Publicado 16/07/2025 • 09:10 | Atualizado há 7 horas
Exclusivo CNBC: Trump “provavelmente” demitirá presidente do Fed “em breve”, diz autoridade da Casa Branca
França quer cortar dois feriados e eliminar cargos públicos para economizar dinheiro
Ações da ASML caem após gigante dos chips dizer que não pode confirmar crescimento em 2026
CEO da Nvidia quer vender chips mais avançados para a China após fim da proibição do H20
Ações da Renault despencam 17% após montadora revisar projeções e nomear novo CEO interino
Publicado 16/07/2025 • 09:10 | Atualizado há 7 horas
KEY POINTS
Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
O governo federal se reuniu com empresários e representantes da indústria e do agronegócio para buscar uma resposta conjunta à ameaça dos EUA de impor tarifa de 50% sobre produtos brasileiros.
O número de pessoas presentes às duas reuniões comandadas pelo vice-presidente Geraldo Alckmin pode dar uma ideia de como esse tema preocupa os empresários: foram quase 40 representantes de diversos setores, do presidente da Fiesp, Josué Gomes, ao presidente da Embraer, Francisco Gomes Neto, passando pelas associações de produtores de café, laranja e dos exportadores de carne.
O que ficou claro nas conversas é que o Brasil não tem saída a não ser tentar negociar. Alckmin, também ministro da Indústria e Comércio, afirmou que o governo ainda busca flexibilizar o prazo determinado pelo governo dos Estados Unidos, de 1.º de agosto, para taxar as exportações brasileiras.
“O prazo é exíguo, mas vamos trabalhar para dar o máximo nesse prazo”, disse após a primeira reunião com representantes do setor produtivo, pela manhã.
A proposta do empresariado é que o governo trabalhe para conseguir pelo menos mais 90 dias de discussão. Segundo o vice-presidente, os empresários brasileiros farão parte da tentativa de pressão por maior prazo. Mas, segundo ele, a ideia é procurar resolver tudo até o dia 31 de julho. “Então, o governo vai trabalhar para tentar resolver e avançar nesse trabalho nos próximos dias”, disse, à tarde.
No entanto, está claro também que não será fácil para o governo convencer Trump a voltar atrás com argumentos convencionais. Os Estados Unidos são superavitários em sua relação comercial com o Brasil – ou seja, vendem mais do que compram. Além disso, o presidente americano já deixou explícito que esse movimento de retaliação não é comercial, mas político.
Leia mais:
Trump autoriza e EUA vão investigar Brasil por práticas comerciais desleais
Bolsas da Ásia fecham sem direção única, com foco em noticiário sobre tarifas dos EUA
Tarifa de 50% dos EUA retém 30 mil toneladas de carne bovina brasileira
Quando anunciou a tarifa de 50%, na semana passada, Trump relacionou a taxação ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF, que classificou como “caça às bruxas”. Ontem, em entrevista do lado de fora da Casa Branca, voltou a defender o ex-presidente. “Ele não é um homem desonesto.” Sobre o motivo de a taxa brasileira ser a maior até agora anunciada, foi mais vago. “(Taxei) Porque eu posso fazer isso”, disse.
Trump usa as tarifas como um instrumento de pressão para que o julgamento de Bolsonaro seja encerrado, sem punição. O governo brasileiro não cogita nenhuma ação nesse sentido – nem poderia, já que seria uma intromissão do Poder Executivo no Poder Judiciário.
O tom das conversas dos empresários com o governo na reunião de ontem em Brasília era de cautela. Três executivos que estavam no encontro da manhã – com o setor industrial – afirmaram que há consenso de que o ideal é seguir buscando diplomacia, ainda que a ofensiva passe a valer a partir de 1.º de agosto.
O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José Velloso, disse que outro consenso que ampara a cautela mesmo após o prazo é de que não há, para a indústria, possibilidade de vender para outros lugares os produtos que atualmente são vendidos para os americanos. “Se nós perdemos a exportação para os Estados Unidos, não tem como substituir com exportações para outros mercados.”
Ainda conforme Velloso, diante das considerações e pedido de cautela, a reunião não chegou a abordar possibilidades de retaliação. “Não foi falado em momento algum, nem pela parte privada nem pelo governo. Nada em relação à retaliação. O objetivo parece unânime ali. De negociar à exaustão.”
Francisco Gomes Neto, presidente da Embraer, disse que esse nível de tarifa pode ter um impacto de cerca de R$ 50 milhões por avião. Com isso, os efeitos nas receitas da fabricante seriam próximos a R$ 2 bilhões em 2025 e de R$ 20 bilhões até 2030. “A taxa de 50% é praticamente um embargo. Esse patamar inviabilizaria as operações da Embraer nos EUA.”
O presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Roberto Perosa – que participou da reunião de Alckmin com os representantes do agronegócio, à tarde -, também afirmou que a tarifa de 50% inviabiliza as vendas para o mercado americano.
Segundo ele, já há frigoríficos paralisando a produção de carne destinada aos EUA. “Nossa sugestão de imediato é, se possível, uma prorrogação do início dessa taxação porque existem contratos em andamento e não há tempo hábil de desfazê-los.”
Ao mesmo tempo que o governo federal juntava empresários em Brasília, o governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos) fez um movimento parecido em São Paulo. O encontro contou com a presença do encarregado de negócios da embaixada americana no Brasil, Gabriel Escobar, e foi lido por muitos como uma tentativa de disputar o protagonismo em meio à crise – Tarcísio é apontado como potencial candidato à Presidência em 2026.
Entre os presentes estavam Paulo Skaf, ex-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), e o diretor administrativo da Indusparquet, José Antônio Baggio, além de representantes da Embraer, da Usiminas, da Cosan e de outras 13 empresas ou associações de setores como café, máquinas, carne, citricultura, energia, papel e celulose, madeira, transporte de cargas e setor sucroalcooleiro.
Em nota divulgada horas após a reunião, o governo de São Paulo reforçou “seu compromisso com o produtor, empresários e agronegócio paulista”.
—
📌ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:
🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais
🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562
🔷 ONLINE: www.timesbrasil.com.br | YouTube
🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, LG Channels, TCL Channels, Pluto TV, Roku, Soul TV, Zapping | Novos Streamings
Mais lidas
Raízen fecha a histórica Usina Santa Elisa e levanta R$ 1 bi com venda de cana-de-açúcar
EUA citam uso do PIX e falta de combate à corrupção em investigação contra o Brasil
Trump autoriza e EUA vão investigar Brasil por práticas comerciais desleais
Fechamento de usina da Raízen em SP resulta em 1,2 mil demissões, afirma prefeitura
Tarifa de 50% dos EUA retém 30 mil toneladas de carne bovina brasileira