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Brasil

Setores de café e plástico reagem à tarifaço dos EUA e pedem revisão da medida

Publicado 30/07/2025 • 18:02 | Atualizado há 17 horas

Redação Times Brasil

KEY POINTS

  • O decreto assinado nesta quarta-feira (30) pelo presidente Donald Trump atinge diretamente exportações de alto valor agregado, como as do plástico e do café, dois segmentos com forte presença no mercado norte-americano.
  • A Associação Brasileira da Indústria do Plástico (ABIPLAST) manifestou preocupação com os efeitos da nova tarifa sobre a cadeia produtiva.
  • Já o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) lamentou a inclusão do café na lista de produtos afetados.
Imagem de arquivo. 02/04/2025 O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante o anúncio das tarifas recíprocas para diversos países, no Roseiral da Casa Branca, em Washington DC, nos EUA.

Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Mark Schiefelbein/Associated Press/Estadão Conteúdo

A imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros pelos Estados Unidos gerou reações imediatas de setores estratégicos da indústria nacional. O decreto assinado nesta quarta-feira (30) pelo presidente Donald Trump atinge diretamente exportações de alto valor agregado, como as do plástico e do café, dois segmentos com forte presença no mercado norte-americano.

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Indústria do plástico teme desindustrialização

A Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) manifestou preocupação com os efeitos da nova tarifa sobre a cadeia produtiva. De acordo com José Ricardo Roriz, presidente do conselho da entidade, até 20% das exportações ligadas ao setor podem ser comprometidas, gerando uma perda estimada entre US$ 1,5 bilhão e US$ 2 bilhões.

“O plástico está presente em 95% do PIB. Vamos sofrer com a queda direta nas exportações e também com o deslocamento de empresas para mercados com acesso livre aos EUA”, afirmou Roriz. Ele alertou ainda para riscos de redução de produção, férias coletivas e cortes de investimento. Em tom crítico, o dirigente responsabilizou a condução da política externa brasileira: “Já sabíamos, desde a campanha, que Trump adotaria essa postura. Mesmo assim, nossa diplomacia foi inoperante.”

Setor cafeeiro busca isenção junto aos EUA

Já o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) lamentou a inclusão do café na lista de produtos afetados. Em nota assinada pelo presidente do conselho deliberativo, Márcio Ferreira, e pelo diretor-geral, Marcos Matos, a entidade informou que seguirá em diálogo com a National Coffee Association (NCA) para tentar incluir o produto na lista de exceções.

O Brasil responde por mais de 30% do mercado de café dos EUA, enquanto os norte-americanos representam 16% das exportações brasileiras do grão. “A medida pode impactar preços ao consumidor e gerar inflação, com efeito direto sobre a população americana”, alerta a nota. O Cecafé destaca ainda que o café movimenta US$ 343 bilhões por ano nos EUA, representando 1,2% do PIB americano e sustentando mais de 2,2 milhões de empregos.

No fim desta quarta-feira, a Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) divulgou nota sem criticar ou elogiar as tarifas assinadas, preferindo reforçar a necessidade da continuidade das negociações.

Segundo a entidade, a assinatura atual amplia o prazo para que os produtos derivados do café brasileiro possam entrar na lista de exceções do “tarifaço”.

“Com a ordem executiva assinada hoje, o prazo, para entrada em vigor das tarifas , é colocado
para seis de agosto. Em uma mesa de negociação, todo tempo ganho é válido. O café ainda
não está na lista de exceções, e as negociações estão longe de serem finalizadas, ao contrário,
seguem em curso”, diz trecho da nota.

Segundo a ABIC, os cafés brasileiros representam, aproximadamente, 34% do mercado cafeeiro
norte-americano, e 76% dos americanos são consumidores de café
. Veja a nota completa abaixo:

“Havia uma previsibilidade de o tarifaço ser iniciado na próxima sexta, dia primeiro de agosto. Com a ordem executiva assinada hoje, o prazo, para entrada em vigor das tarifas , é colocado para seis de agosto.

Em uma mesa de negociação, todo tempo ganho é válido. O café ainda não está na lista de exceções, e as negociações estão longe de serem finalizadas, ao contrário, seguem em curso. Obviamente, sabemos da importância do mercado norte-americano para o Brasil, mas, também, temos plena consciência da relevância do café para a economia dos EUA.

Os cafés brasileiros representam, aproximadamente, 34% do mercado cafeeiro norte-americano, e 76% dos americanos são consumidores de café. Tanto atores nacionais – ministros, senadores, Itamaraty, setor produtivo – mas, também, contrapartes americanas, seguirão negociando firmemente. A lista de exceções nos sinaliza espaço para caminhos de negociação.

Temos na história recente das relações comerciais casos de outros países com reversões de escalada de tarifas. Seguiremos colaborando com as autoridades, confiando na diplomacia brasileira, tomando as medidas possíveis juntos aos atores envolvidos e apostando na força econômica e social do café para os EUA”.

Setores pressionam por atuação diplomática mais firme

Tanto a Abiplast quanto o Cecafé defendem uma postura mais estratégica do governo brasileiro diante da escalada tarifária. As entidades destacam a importância de preservar o acesso ao mercado americano, essencial para manter empregos e estimular inovação no país.

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