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South by Southwest 2025: biotecnologia, IA e o impacto social das big techs

Publicado 10/03/2025 • 21:42 | Atualizado há 16 horas

Redação Times Brasil

KEY POINTS

  • Superciclo Tecnológico: A convergência entre biotecnologia, IA e sensorização redefine o futuro da inovação.
  • Poder Político das Big Techs: Empresas tecnológicas influenciam geopoliticamente mais do que nações inteiras.
  • Solidão na Era Digital: A IA não apenas transforma empregos, mas impacta a saúde mental e social.

No quarto dia do South by Southwest (SXSW), um dos maiores festivais de tecnologia, inovação e criatividade do mundo, as discussões apontam para tendências que transcendem a tecnologia, impactando diretamente a sociedade. Entre os destaques do evento está o conceito de superciclo tecnológico, abordado pela futurista Amy Webb. Segundo ela, a revolução tecnológica será impulsionada pela interseção da biotecnologia, inteligência artificial e sensorização, possibilitando a criação de novos materiais e avanços disruptivos. “Estamos falando de projetar matéria em laboratório, criar metamateriais e até desenvolver robôs híbridos que mesclam componentes biológicos e eletrônicos”, afirma Webb.

Outro nome de peso no evento, o professor e analista de mercado Scott Galloway, trouxe reflexões contundentes sobre o domínio das Big Techs. Ele destaca que essas empresas não apenas acumulam riqueza sem precedentes, mas também exercem influência geopolítica, frequentemente superior à de muitos países. “Precisamos entender e regular esses movimentos antes que a tecnologia nos ultrapasse como sociedade”, enfatiza Galloway.

O impacto social da tecnologia também foi um ponto central das discussões. Galloway alerta para um fenômeno crescente: a solidão causada pela IA. “A inteligência artificial não vai tirar nossos empregos, mas sim nos tornar mais solitários”, declarou, referindo-se ao declínio das interações humanas diante da automação crescente.

A importância da inovação e da educação na adaptação dessas tendências ao Brasil também foi abordada por Glaucia Guarcello, diretora-geral da Singularity University no Brasil. Para ela, o desafio do país não está apenas no desenvolvimento tecnológico, mas na adoção digital e adaptação da inovação ao contexto local. “O Brasil não é um polo de pesquisa e desenvolvimento, mas tem uma das mais altas taxas de adoção digital do mundo. Precisamos entender como transformar essas tendências globais em impacto real para nossa sociedade”, explica.

O networking, um dos pilares do SXSW, também foi apontado por Guarcello como uma das principais oportunidades do evento. “O festival não é apenas sobre absorver conhecimento, mas também sobre co-criar o futuro com outros líderes e inovadores. As conexões feitas aqui reverberam por todo o ano”, ressalta.

Nos próximos dias, as atenções se voltam para temas como computação quântica, mobilidade e robótica, além da aguardada presença de Michelle Obama, que deve trazer uma visão política e social sobre os desafios da atualidade.

O SXSW reafirma sua posição como um evento essencial para entender as forças que moldam o futuro da tecnologia e da sociedade, proporcionando uma imersão única nas tendências que definirão os próximos anos.

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