Na terça-feira (3), começaram a valer as tarifas anunciadas pelo governo de Donald Trump no Canadá e no México, e os impostos que já existiam em bens chineses foram aumentados. Essa medida deverá aumentar os preços de novas casas nos Estados Unidos, segundo um estudo da CoreLogic, uma empresa de informações econômicas e financeiras.
O principal motivo pelo qual as casas ficarão mais caras é que as tarifas afetam materiais essenciais de construção, como madeira, cimento, aço, alumínio e eletrodomésticos, e por isso os custos dos projetos devem subir.
O resulto deverá ser uma alta de 4% a 6% nos próximos 12 meses –em valores monetários, isso significa uma soma de US$ 17 mil a US$ 22 mil (de R$ 99 mil R$ 128 mil, pela cotação atual).
O custo médio de uma nova casa é de cerca de US$ 422 (R$ 2,45 milhões). Esses aumentos no custo podem tornar inacessível uma nova residência a um grupo de consumidores, de acordo com o estudo.
Tarifas e custos de construção
As importações da China agora estão sujeitas a uma tarifa de 20%, ante 10% em fevereiro, enquanto produtos do Canadá e do México enfrentam uma tarifa de 25%. A madeira serrada de coníferas canadense, que já estava sujeita a uma taxa de 14,5%, agora enfrenta um total de quase 40% com o novo aumento.
Dois materiais essenciais na construção de moradias, a madeira serrada de coníferas e os produtos de gesso, incluindo cal, são em grande parte importados do Canadá e do México, respectivamente. Segundo a Associação Nacional de Construtores de Moradias dos EUA, cerca de 70% das importações de madeira serrada de coníferas vêm do Canadá, enquanto 71% das importações de gesso e cal vêm do México.
“Mesmo aumentos graduais no custo de materiais, mão de obra e equipamentos tornam ainda mais difícil construir uma casa de forma lucrativa”, afirma Pete Carroll, executivo de políticas públicas e relações com a indústria da CoreLogic. “Isso agrava os desafios para reduzir a escassez crítica de moradias nos EUA.”
Para materiais que podem ser produzidos internamente, já há “indícios de que uma corrida por esses produtos no mercado doméstico poderia sobrecarregar a produção atual”, o que poderia gerar escassez de oferta e aumento de preços, segundo o relatório.
As conclusões da CoreLogic estão alinhadas com outras estimativas do setor sobre o impacto das tarifas. Rob Dietz, economista-chefe da Associação Nacional de Construtores de Moradias, faz uma projeção mais conservadora, dizendo à CNBC que os custos para os construtores podem subir entre US$ 7.500 (e US$ 10 mil (R$ 43,6 mil e R$ 10 mil) por unidade habitacional.
Já uma análise da John Burns Research & Consulting estima que as tarifas podem elevar em 10% o custo médio dos materiais de construção.
“Antes do anúncio das tarifas, esperávamos que os preços dos materiais de construção subissem 3% em 2025 devido às condições normais do mercado. Com as novas tarifas, esse aumento pode chegar a 10%”, afirma Matt Saunders, vice-presidente sênior da John Burns Research & Consulting, à CNBC Make It. “À medida que os construtores repassam esses custos adicionais aos compradores, a moradia se tornará menos acessível.”
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