Publicado 25/12/2024 • 19:01
KEY POINTS
Vão central da ponte que liga o Maranhão a Tocantins cedeu.
Foto: Bombeiros Militar/Governo do Tocantins
O Corpo de Bombeiros do Tocantins retomou nesta quarta-feira (25) o trabalho com mergulhadores para tentar encontrar as 13 pessoas – duas delas crianças – que continuam desaparecidas no Rio Tocantins após a queda da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, no último domingo (22).
No entanto, o resultado das análises sobre os riscos de contaminação da água deve demorar uma semana para ficar pronto, segundo a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).
O trabalho de buscas via mergulho havia sido interrompido no início da noite do domingo, após identificarem que caminhões contendo ácido sulfúrico e defensivos agrícolas, produtos prejudiciais à saúde humana, haviam caído no rio. “Considerando os riscos associados ao manuseio e à proximidade com esses materiais, a suspensão das buscas foi determinada até que equipes especializadas cheguem ao local”, informou a corporação na data.
As prefeituras de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), que fazem margem com o rio na região do acidente e eram ligadas pela ponte, emitiram um alerta de risco de contaminação. A recomendação é que a população evite qualquer contato com a água do rio Tocantins. “O contato com esses produtos pode desencadear reações químicas graves e oferecer sérios riscos à saúde, como queimaduras, intoxicações e outros problemas”, diz o alerta.
Ainda conforme as prefeituras, a população deve aguardar novos comunicados oficiais antes de utilizar a água do rio para qualquer finalidade. O Estadão procurou o Corpo de Bombeiros do Tocantins para entender por que as buscas foram liberadas e quais medidas estão sendo tomadas para garantir a segurança dos servidores públicos, mas ainda não obteve resposta.
Em nota, a ANA informou que “amostras de água foram e continuam sendo coletadas, mas devido à complexidade de análise, no caso dos defensivos agrícolas, espera-se os primeiros resultados a partir da próxima segunda-feira, 30 de dezembro”.
A ponte, que tem 533 metros de vão e foi construída há mais de 60 anos sobre o Rio Tocantins para ligar o Tocantins ao Maranhão, desabou neste domingo (22). Até o momento, foram confirmadas seis mortes e 11 pessoas continuam desaparecidas.
Segundo a Polícia Militar do Tocantins, ao menos quatro caminhões, três carros e três motocicletas que estavam sobre a estrutura caíram no rio. Dois caminhões carregavam ácido sulfúrico e um deles, defensores agrícolas.
Um vereador da cidade de Aguiarnópolis (TO) filmou o momento da queda. Em entrevista ao Estadão, ele disse que passava com frequência por ela e percebeu o perigo. “Era uma coisa que estava visível até para uma criança. Buracos com ferragens expostas, fendas, desnível nas junções. E a ponte balançava quando a gente passava de carro. Imagina então os caminhões de carga”, disse.
O Dnit informou em nota que as causas do colapso na ponte serão investigadas e que a reconstrução da ponte será feita o mais rápido possível. A estrutura faz parte de um eixo rodoviário importante para a região Norte, por ser ponto de travessia das rodovias BR-226 (Belém-Brasília) e BR-230 (Transamazônica).
Neste momento, com a interdição da passagem, os motoristas que trafegam pela região devem seguir por rotas alternativas, como a estrada de que vai de Darcinópolis a São Bento, em Tocantins. Dali é possível chegar a Imperatriz, no Maranhão. O motorista que segue do Maranhão deve acessar a BR-266 em Estreito, até Porto Franco, seguindo para Imperatriz.
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