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Venezuela quis vir ao Brics e driblar calote de US$ 1,7 bilhão com o Brasil, antes de parar negociação
Publicado 04/07/2025 • 08:55 | Atualizado há 2 meses
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Publicado 04/07/2025 • 08:55 | Atualizado há 2 meses
KEY POINTS
Relação entre Nicolás Maduro e Lula está estremecida
Ariana Cubillos/Associates Press/Estadão Conteúdo
Antes de suspender as negociações da dívida bilionária com o Brasil, a Venezuela sugeriu ao governo brasileiro pagar os débitos de mais de US$ 1,7 bilhão (cerca de R$ 9,2 bilhões, na cotação atual) com “lucros” obtidos por novos investimentos brasileiros no país.
Em paralelo, o governo venezuelano voltou a manifestar o desejo de participar das atividades do Brics, grupo do qual tentou fazer parte, mas foi barrado no ano passado por objeção política de Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil.
A quatro dias da Cúpula de Líderes no Rio de Janeiro, Nicolás Maduro ficou de fora da lista de convidados especiais de Lula.
O evento é o principal do calendário do Brics neste ano, mas o País segue no comando até dezembro, quando passa a presidência do bloco para a Índia. A vontade da Venezuela foi comunicada à Coordenação-Geral do Brics, mas, segundo apuração do Estadão, o governo Lula jamais considerou convidar Maduro ou membros de sua equipe.
Interlocutores dizem que, se o fizesse, Lula passaria por uma “humilhação” depois do que ocorreu na eleição passada, quando a ditadura chavista fraudou abertamente o pleito. Como presidente do Brics até dezembro, o Brasil pode sugerir uma pauta ao bloco e estender convites a países aliados da própria região ou de nações relevantes do Sul Global — essas reuniões costumam ser chamadas de Brics+ e Brics Outreach.
Para a cúpula, o governo convidou México, Uruguai, Colômbia, Chile, Angola e Turquia, além de dois outros não revelados pelo Itamaraty. Um telegrama obtido pelo Estadão revela que a Venezuela fez sugestões diplomáticas e mantinha vivo o desejo de participar do Brics durante a presidência brasileira do grupo.
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A ofensiva ocorreu a despeito do veto exercido pelo Brasil contra Maduro em 2024. O argumento foi que somente países com relações políticas amigáveis com todos os membros seriam aceitos. Na cúpula anterior, em Kazan, a Venezuela tinha tanta certeza de que seria admitida como “parceira do Brics”, uma nova categoria de associação criada na época, que Maduro viajou para a Rússia de surpresa. No entanto, saiu de lá frustrado e furioso com o governo Lula e o Itamaraty, a quem acusou de lhe “apunhalar pelas costas”.
O bloqueio deteriorou ainda mais as relações entre os antigos aliados de esquerda. O veto foi motivado pelo fato do Brasil não ter reconhecido a alegada e não comprovada reeleição de Maduro na eleição presidencial marcada por fraudes do chavismo e restrições e perseguição à oposição, em julho do ano passado.
Lula havia gasto prestígio político para tentar reabilitar o chavista e mediar a realização de eleições transparentes e livres, mas se viu enganado e ignorado pelo governo venezuelano ao passar meses cobrando a divulgação de documentos que atestassem a suposta vitória de Maduro.
Lula, por sua vez, deixou de atender telefonemas de Maduro e determinou um esfriamento das relações políticas, enquanto o chavismo o acusava de ingerência externa e de atuar como “agente imperialista dos Estados Unidos”, entre outras provocações e ofensas.
Mesmo com as rusgas, a Venezuela voltou à carga, após o governo brasileiro retomar laços discretos e explicitar que não romperia relações diplomáticas.
Em 5 de março, a embaixadora brasileira em Caracas, Glivânia Maria de Oliveira, reportou ao Itamaraty um encontro com a ministra do Comércio Exterior, Coromoto Godoy. Na conversa, ocorrida em 28 de fevereiro, a embaixadora brasileira deixou claro à ditadura que “uma grande barreira para o maior adensamento do comércio bilateral seria a dívida venezuelana, referente às operações de financiamento às exportações de bens e serviços por empresas brasileiras”.
Segundo a diplomata brasileira, a ministra venezuelana respondeu vagamente e logo compartilhou sua “expectativa” de participar do Brics.
A ministra venezuelana sugeriu que um convite fosse feito pelo governo brasileiro a algum representante do país.
“Minha interlocutora disse estar ciente da questão da dívida e manifestou, em tom vago, a expectativa de que esse entrave possa ser equacionado entre os dois países. Adicionou que o distanciamento não gerou benefícios para nenhum país e que um dos caminhos para a retomada do desenvolvimento da Venezuela seria a aproximação com o Brics. Nesse contexto, fez um apelo para que o Brasil considerasse convidar o representante venezuelano para participar de eventuais atividades que possam contribuir para estreitar laços com o grupamento”, reportou Glivânia.
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