A Embraer pode pegar o vácuo da Boeing na China? Não sem turbulência
Publicado 16/04/2025 • 09:19 | Atualizado há 2 dias
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Publicado 16/04/2025 • 09:19 | Atualizado há 2 dias
A brasileira Embraer pode ocupar o vácuo da norte-americana Boeing nesta guerra comercial?
Cido Coelho/Times Brasil/Imagem gerada por IA
A gigante americana Boeing não vai mais poder comercializar aeronaves com companhias aéreas chinesas. Uma ordem direta do governo de Xi Jinping proibiu as empresas do país de fazer negócios com a fabricante estadunidense.
Foi um golpe duro. Estima-se que o mercado chinês será responsável por 20% das encomendas de aeronaves nos próximos vinte anos. Em 2025, a Boeing entregou 130 aviões no mundo, sendo 18 para as companhias aéreas do país.
Se o veto for mantido, a Boeing vai ter que tirar de suas receitas futuras a projeção de ganho com as quase 180 aeronaves que seriam entregues até 2027 para as empresas China Southern Airlines (81), China Eastern Airlines (53) e Air China (45).
O mercado não gostou. As ações da Boeing sofreram um baque (ainda que controlado). A empresa perdeu quase US$ 3 bilhões em market cap após a queda de 2,36% nas ações.
No mesmo dia da proibição, as ações da brasileira Embraer operaram na contramão. Na B3, os papéis fecharam o dia com alta de 3,06%. Na NYSE, a alta foi de 2,47%.
O investidor que olha para as duas para esse cenário tem uma pergunta pertinente: a Embraer pode se aproveitar dessa proibição para ganhar um mercado?
Ainda que fabriquem quase o mesmo produto, Embraer e Boeing não são exatamente concorrentes diretos.
A empresa brasileira foca sua produção em jatos comerciais regionais e menores. As aeronaves da Embraer têm capacidade para transportar até 150 passageiros e fazem voos de até 4,8 mil quilômetros.
A Boeing, por sua vez, é a responsável pelos aviões que transportam passageiros em voos internacionais de longa duração. Dependendo da aeronave, quase 400 passageiros podem ser acomodados para voos de até 14 mil quilômetros.
A Embraer, portanto, não fabrica os chamados aviões “narrow body”. Pelo menos, por enquanto.
No ano passado, circulou a notícia de que a fabricante brasileira estaria estudando a entrada no segmento que hoje é dominado por Boeing e Airbus.
Para o plano sair do papel, a Embraer precisaria de um aporte significativo. Assim, segundo uma reportagem do jornal americano The Wall Street Journal, a companhia brasileira sondou possíveis investidores.
Um fundo soberano da Arábia Saudita e empresas da Turquia, da Índia e da Coreia do Sul, as quais não foram revelados os nomes, teriam sido contatadas.
Naquela época, quase um ano atrás, a Embraer talvez nem sonhasse que a Boeing teria problemas com suas vendas na China. Mas havia um receio com as medidas protecionistas que Donald Trump tomaria caso fosse eleito presidente.
O que também conta a favor da Embraer nesta iniciativa é que a Boeing ainda não conseguiu desenvolver um avião substituto para substituir a linha de aeronaves 737. O plano para não perder espaço para a francesa Airbus é lançar um novo avião ao longo da próxima década.
O problema é que isso custa caro. Uma estimativa da Boeing aponta para gastos em torno de US$ 50 bilhões.
Em seu último balanço financeiro reportado, do quarto trimestre de 2024, a empresa americana decepcionou seus acionistas ao divulgar queda de 31% na receita, para US$ 15,2 bilhões, e prejuízo líquido de US$ 3,8 bilhões.
Há ainda mais um empecilho: a Comac. A fabricante aérea chinesa pode despontar como uma das favoritas para substituir a Embraer. Dado o avanço da indústria automobilística chinesa, não seria incomum ver o país competindo também no tráfego aéreo.
A Embraer pode pegar o vácuo da Boeing. Mas isso vai custar caro e, num primeiro momento, não será um voo sem turbulência.
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