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CNBC Por que Irã não bloqueará a artéria petrolífera do Estreito de Ormuz, mesmo com guerra com Israel se aproximando

Economia em foco Artur Horta

Israel, Irã e a Nova Escalada: Onde estamos agora?

Publicado 13/06/2025 • 16:25 | Atualizado há 17 horas

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Artur Horta

Artur Horta é jornalista especializado em economia e investidor profissional nos mercados de ações e commodities.

Vahid Salemi | AP

Na madrugada de 13 de junho, Israel lançou o maior ataque militar contra o Irã desde a guerra com o Iraque nos anos 1980. Em uma operação de alta precisão, batizada de Rising Lion, caças israelenses atingiram instalações nucleares, destruíram sistemas de defesa aérea e assassinaram os três principais comandantes militares iranianos, além de cientistas ligados ao programa atômico.

O objetivo de Israel parece claro: paralisar o avanço nuclear do Irã e redesenhar o equilíbrio de forças no Oriente Médio. A mensagem implícita, porém, é ainda mais contundente — Israel não está mais disposto a esperar que diplomacia funcione. E, se necessário, está pronto para agir sozinho.

Trata-se de um divisor de águas. A escalada rompe não apenas a lógica de contenção que prevaleceu nos últimos anos, mas também deslegitima os canais diplomáticos, em especial os esforços dos EUA para negociar um novo acordo nuclear com Teerã. A Casa Branca nega envolvimento, mas o ataque expõe a fragilidade da autoridade americana na região. Nem Trump conseguiu conter seu aliado mais impetuoso.

As consequências econômicas desse conflito ainda são imprevisíveis, mas os primeiros sinais já chegaram. A cotação do petróleo disparou, refletindo temores de ataques às rotas comerciais do Golfo. A tensão ameaça a estabilidade de países como Arábia Saudita, Emirados Árabes e Egito — todos altamente dependentes da segurança energética e do comércio marítimo. Investidores buscaram refúgio em ouro e dólar, e bolsas globais reagiram com aversão ao risco.

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A médio prazo, o conflito pode travar cadeias globais de suprimento, pressionar a inflação em economias ocidentais e comprometer a retomada econômica em países emergentes. E mais: há o risco de que o Irã responda assimetricamente, por meio de ataques terroristas, sabotagens ou ativação de milícias na Síria, Líbano e Iêmen.

Mas o efeito mais perigoso pode ser outro: o ressurgimento da corrida nuclear. A operação israelense reforça a tese, cada vez mais popular entre os radicais iranianos, de que só uma bomba atômica garante sobrevivência. Se o Irã de fato optar por acelerar seu programa — e há sinais disso —, a região pode caminhar para um cenário de múltiplas potências nucleares. Arábia Saudita, Turquia e até Egito não assistirão passivamente.

O mundo entrou numa nova era de imprevisibilidade, em que guerras localizadas têm efeitos globais imediatos. Israel mira um Irã sem bomba. Mas pode estar despertando um Oriente Médio com várias.

E o que esperar dos próximos dias?

Ataques adicionais de Israel são possíveis, e o Irã, ainda atordoado, buscará responder — direta ou indiretamente. O risco de uma retaliação mal calculada envolver EUA, aliados do Golfo e grupos extremistas é real. Por ora, a lógica da dissuasão foi substituída pela lógica do ataque. E em conflitos assimétricos, o maior perigo não é o próximo movimento, mas, sim, a reação que ninguém consegue prever.

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