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Selic perto do fim: sinais do BC e mercado indicam mudança de rota
Publicado 05/05/2025 • 10:05 | Atualizado há 2 meses
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Publicado 05/05/2025 • 10:05 | Atualizado há 2 meses
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Pixabay
O Brasil dos últimos meses parece um campo minado para quem empreende ou investe. Recorde de empresas em recuperação judicial, confiança empresarial no menor nível em cinco anos, e um governo que, sem rodeios, admite o espectro de um colapso fiscal já em 2027.
Ainda assim, no meio do caos, um sopro de otimismo toma forma: a escalada da taxa Selic finalmente pode estar chegando ao limite. Na próxima quarta-feira (7), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central pode decretar o último ajuste de um ciclo que pesou como chumbo sobre a economia nacional.
A expectativa nas mesas de analistas é quase unânime: mais 0,5 ponto percentual leva a Selic para 14,75% ao ano, consolidando o topo de uma trajetória que já começou a deixar marcas. Há quem aposte num “chorinho” de 0,25 ponto em junho, mas o consenso é claro — o fim da escalada está à vista.
Sinais vindos de dentro do próprio Banco Central reforçam a sensação de ponto de virada. Diretores como Nilton David e Diogo Guillen já admitem que a política monetária não só opera em modo restritivo, mas também produz efeitos visíveis na atividade real.
Guillen, conhecido por seu tom conservador, reconheceu que a desaceleração está em linha com o cenário-base esperado pelo BC e é ingrediente necessário para domar a inflação. Até Marco Caruso, do Santander, endossa: o prêmio de risco nas curvas de juros é muito mais reflexo da insegurança fiscal do que da inflação em si.
Leia também: Ambiente externo é desafiador por conjuntura e política econômica dos EUA, diz diretor do BC
O quadro internacional ajuda — pela primeira vez em muito tempo. Nos Estados Unidos, o Federal Reserve deve manter os juros em maio e flertar com cortes já a partir de junho. Na Europa, o movimento de flexibilização já começou. O Brasil, veterano solitário da fase de juros altos, pode enfim acompanhar a tendência global sem a pressão destrutiva do câmbio.
O remédio amargo, internamente, já produz sinais de saturação. Indústria e serviços desaceleram, o emprego perde tração — tudo indica que o efeito defasado da alta de juros bateu à porta. O Morgan Stanley revisou para baixo a projeção da Selic em 2025, de 15,75% para 14,75%, citando enfraquecimento da economia e real mais valorizado como condições para encerrar o ciclo restritivo antes do previsto.
Mas toda vitória no front monetário carrega sua armadilha: o risco fiscal, hoje, é o principal freio à melhora consistente. Os prêmios de risco embutidos nos juros de longo prazo permanecem mais que o dobro da média histórica, reflexo direto do descrédito nos caminhos fiscais escolhidos pelo governo. O projeto orçamentário para 2026, repleto de lacunas e otimismo exagerado, só intensificou essa apreensão.
Apesar do cenário complexo, há um mérito a ser reconhecido: o Banco Central tem sinalizado, cada vez mais, sensibilidade ao impacto real da política de juros. O tratamento pesado surtiu efeito — mas não seria prudente manter a dosagem por mais tempo sob risco de asfixiar o paciente. Não à toa, o Copom adota o discurso de “cautela e flexibilidade” em seus comunicados mais recentes.
A economia pede trégua. Taxas elevadas cumprem o papel de antídoto contra a inflação, mas são remédio perigoso quando administrado em excesso. Para que a confiança volte — à indústria, ao comércio, ao investidor —, é crucial que a política monetária encontre seu ponto de equilíbrio, devolvendo algum alento à atividade produtiva.
Chegou o momento de virar a página. Na próxima semana, o Copom tem a chance de inaugurar uma nova fase: menos juros, mais crescimento e, com sorte, o começo de uma recuperação gradual para a economia brasileira. Afinal, num ambiente de tantas incertezas, abrir espaço para otimismo, mesmo que cauteloso, já é uma conquista.
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