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PayDay Routine: o novo movimento social que a Geração Z viralizou

Publicado 06/09/2025 • 10:45 | Atualizado há 3 horas

Foto de Dani Rudz

Dani Rudz

Dani Rudz é comunicadora, criadora de conteúdo, consultora de diversidade corporal e vivências raciais, palestrante, educadora e especialista em moda inclusiva.  Comentarista especialista no Times Brasil - Licenciado CNBC falando ao vivo de Mercado de Luxo e Lifestyle, todas as 6ª feiras. Membro Forbes BLK.

A relação com o dinheiro sempre foi um dos grandes tabus sociais — um tema discutido a portas fechadas, envolto em ansiedade e incerteza. Um novo fenômeno digital está provando que essa era chegou ao fim. Nas redes sociais, a “Payday Routine” emergiu como um movimento global, forte e viral, transformando o recebimento do salário em um ritual de transparência e empoderamento.

E como funciona? No dia do pagamento, as pessoas ligam a câmera e mostram, de forma bem transparente, o que fazem com o dinheiro. É um misto de planilhas digitais, transferências bancárias e uma visita às lojas para compras.

À primeira vista, a “Payday Routine” pode parecer apenas uma série de vídeos sobre o que as pessoas fazem com seu salário. Mas, em essência, ela reflete uma mudança profunda de mentalidade. Para a nova geração, o salário não é apenas um saldo bancário, mas a representação do esforço e do trabalho. Compartilhar a rotina de pagamento é uma forma de combater a ansiedade financeira e de afirmar o controle sobre as próprias escolhas.

O ritual se desdobra em duas frentes importantes: controle e alívio.

  1. Disciplina: a transferência para a poupança, o pagamento das contas mensais e a alocação de verbas para investimentos. Essa etapa, antes vista como um fardo, é celebrada como um ato de responsabilidade e de construção de um futuro seguro. É o momento em que a realidade encontra o planejamento, e o trabalho do mês ganha um propósito tangível.
  2. Gratificação: é o “eu mereço” em sua forma mais autêntica. Longe dos grandes e raros luxos do passado, a “Payday Routine” celebra o micro luxo. Um café especial, uma nova vela perfumada, aquele produto de skincare que estava na lista de desejos, o pequeno mimo. São pequenas indulgências que funcionam como recompensa imediata e lembram que o esforço diário traz retorno não apenas financeiro, mas também de bem-estar.

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Esse fenômeno social demonstra que o luxo está se tornando mais acessível e mais pessoal. O status já não reside apenas em uma posse de alto valor, mas na capacidade de curar a própria vida, de encontrar prazer nas pequenas coisas e de demonstrar um relacionamento saudável e consciente com o dinheiro.

A “Payday Routine” mostra que o poder de compra, quando bem gerido, pode ser uma ferramenta de autocuidado e de construção de uma vida mais equilibrada. Além disso, funciona como uma forma de educação financeira em uma sociedade como a brasileira, que nunca a teve de fato em larga escala.

O movimento prega que a relação com o dinheiro pode ser leve, transparente e até mesmo aspiracional. Um novo capítulo no comportamento de consumo, em que a verdadeira riqueza está na capacidade de planejar e de celebrar.

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