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Um novo olhar na passarela: Victoria’s Secret Fashion Show 2025 e a celebração do real

Publicado 20/10/2025 • 16:10 | Atualizado há 1 dia

Foto de Dani Rudz

Dani Rudz

Dani Rudz é comunicadora, criadora de conteúdo, consultora de diversidade corporal e vivências raciais, palestrante, educadora e especialista em moda inclusiva.  Comentarista especialista no Times Brasil - Licenciado CNBC falando ao vivo de Mercado de Luxo e Lifestyle, todas as 6ª feiras. Membro Forbes BLK.

Desfile de 2025 da marca Victoria's Secret

AFP

O desfile da Victoria’s Secret de 2025 é um dos assuntos mais comentados da última semana e foi uma mensagem poderosa sobre inclusão e diversidade.

O desfile marcou um passo significativo para a representatividade global, reafirmando o compromisso da marca em evoluir com seu público. A passarela celebrou a beleza em sua pluralidade, apresentando modelos que rompem o padrão estético magro e inatingível massivamente.

O primeiro destaque da noite foi Jasmine Tookes, que abriu o desfile mostrando a barriga de 9 meses de gestação. Ela se tornou a segunda mulher preta a abrir a passarela, quase 30 anos depois de Naomi Campbell em 1996.

Jasmine Tookes abre o Victoria's Secret Fashion Show 2025

O momento repercutiu imediatamente nas redes sociais, gerando um verdadeiro ‘barulho’ sobre inclusão, representatividade e quebra de padrões históricos do mundo da moda.

Nomes como Paloma Elsesser, Ashley Graham e Precious Lee, que são referências mundiais em beleza, autoestima e Body Positive, desfilaram ao lado de talentos como a brasileira Valentina Sampaio, modelo transgênero e a elegância de Carla Bruni, quebrando o tabu do etanimso e desfilando com 56 anos.

Tivemos uma ampla participação de brasileiras no desfile, como as modelos Alessandra Ambrosio, Adriana Lima. A influenciadora Gabriela Moura e a atriz, filha de mae brasileira, Barbie Ferreira.

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O impacto positivo: o mercado abraça a autenticidade

A decisão da Victoria's Secret de abraçar a diversidade é uma injeção de otimismo na indústria e uma lição clara de negócios. Ao colocar a autenticidade e a inclusão no centro de sua estratégia, a marca sinaliza que a empatia e a representação são, hoje, os motores de crescimento. A representatividade não só estimula a confiança do consumidor, mas também se traduz em lealdade e sustentabilidade financeira.

A inclusão de múltiplos corpos e histórias cria um mercado mais amplo, mais saudável e mais lucrativo, provando que o futuro da moda e do luxo pertence às marcas que têm a coragem de celebrar o mundo real. É um convite inspirador para que toda a indústria reconheça e valorize a força e a beleza de cada indivíduo.

Essa inclusão não é apenas uma correção histórica; é uma declaração poderosa de que a beleza e a sensualidade são inerentes a todos os tipos de corpos e fases da vida, inspirando milhões de mulheres a reconhecerem seu próprio valor.

A marca quebra o padrão histórico de corpos extremamente magros e “padronizados” na passarela, mostrando que a Victoria’s Secret quer se conectar com todas as mulheres, celebrando diferentes idades, corpos e experiências. Não é só marketing, é um sinal de que diversidade é parte da identidade da marca agora.

Depois de anos sendo criticada por falta de diversidade e por padrões de beleza limitados, o desfile envia a mensagem: a Victoria’s Secret aprendeu com os erros do passado. É como se a marca declarasse, estamos no século XXI, estamos alinhados com os valores de representatividade da sociedade atual.

Hoje, o consumidor quer marcas autênticas, que tenham propósito e falem com a realidade das pessoas.

Como estratégia de branding: além de impacto social, a marca também busca barulho midiático e engajamento. Esse tipo de escolha gera repercussão massiva nas redes sociais, mídia internacional e nas conversas sobre moda, o que é excelente para vendas e branding.

Foi um desfile icônico e que trouxe um momento histórico de representatividade e diversidade.

O imperativo financeiro da diversidade

A aposta na diversidade é, antes de tudo, uma estratégia de negócios. A Victoria's Secret perdeu mais da metade do seu valor de mercado na última década, em grande parte devido à sua inflexibilidade em representar a mulher moderna. Com a receita em queda, chegando a pouco mais de US$ 6 bilhões anuais, contra US$ 8,1 bilhões no auge, a marca se reposicionou.

A inclusão de corpos não-magros e de outras representatividades é a única forma de acessar uma fatia enorme de consumidores que migraram para concorrentes. Financeiramente, a diversidade é um imperativo de mercado: ela não só atrai novos clientes, mas também garante a estabilidade das ações (VSCO), sinalizando ao investidor que a marca está alinhada com os valores sociais e com o futuro do consumo.

Diversidade corporal e racial não é só tendência, é estratégia.

Diversas empresas globais e brasileiras usam a diversidade como vantagem competitiva, atraindo talentos e novos mercados. Empresas que adotam a diversidade em campanhas, como propósito genuíno prosperam. Veja alguns exemplos reais:

  • Savage X Fenty, de Rihanna, celebra corpos e etnias diversas em seus desfiles, com modelo de negocio focado em inclusao, conquistando grande engajamento e altos números de faturamento. É a principal concorrente da Victoria's Secret hoje e fatura mais de US$ 1 bilhão em receita anual
  • Fenty Beauty revolucionou a beleza ao oferecer uma gama completa de maquiagem para tons de pele diversos, incluindo as peles retintas. É a joia da coroa do império de Rihanna e uma das marcas de beleza de celebridades mais bem-sucedidas globalmente com faturamento anual acima de US$ 600 milhões
  • Nike valoriza atletas de todos os corpos, incluindo mulheres grávidas, em campanhas de enorme sucesso, engajamento e vendas. O faturamento anual da Nike, Inc. foi de US$ 51,362 bilhões
  • L'Oréal: a marca é um exemplo no setor de beleza, expandindo sua linha de produtos para incluir diversas tonalidades de pele e tipos de cabelo. O foco na representatividade global permite que a empresa capture fatias de mercado em todos os continentes. O faturamento anual mais recente do Grupo L'Oréal é de € 43,48 bilhões
  • Natura: no Brasil, a Natura é um destaque, com a representação de 62% de mulheres em seu quadro de colaboradores, e mais de 56% em cargos de liderança. O compromisso da empresa com a representatividade se alinha com seus valores de sustentabilidade e impacta positivamente a cultura organizacional. O faturamento anual mais recente da Natura &Co é de R$ 24,1 bilhões.

Esses exemplos mostram que a inclusão é um investimento de alto retorno que eleva a imagem da marca, atrai os melhores talentos e, mais importante, garante a saúde financeira e a longevidade dos negócios no século XXI.

O desfile de 2025 da Victoria’s Secret mostra que a moda não precisa ser excludente para ser desejada. Celebrar a diversidade é também celebrar o sucesso e a conexão com o público mais amplo. Um momento histórico que vai muito além da passarela, refletindo mulheres, histórias e representatividade.

Historicamente, desfiles de moda foram dominados por padrões restritivos de beleza. Mas eventos como este da Victoria’s Secret mostram que a indústria está aprendendo com o mercado: negar diversidade não é mais uma opção.

O desfile de 2025 é um reflexo do que o público moderno valoriza: autenticidade, inclusão e identificação. Não se trata apenas de vender lingerie ou roupas, mas de construir narrativas que falem com todos os públicos.

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