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Capital Político Eduardo Gayer

Itamaraty vê retirada de carne, café e outros produtos agrícolas do tarifaço de Trump como “gesto inicial” para mais negociações

Publicado 20/11/2025 • 20:45 | Atualizado há 1 hora

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Eduardo Gayer

Eduardo Gayer é analista de Política e Economia do Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC. Formado em Jornalismo pela PUC-SP e em História pela USP, tem extensão em jornalismo econômico pela FGV-SP. Antes de ingressar na TV, foi subeditor da Coluna do Estadão e repórter no Broadcast, acompanhando política e mercado financeiro. Cobriu in loco a guerra na Ucrânia e os mais importantes fóruns multilaterais no exterior dos últimos anos, como G-7, G-20, CELAC e Mercosul.

KEY POINTS

  • Interlocutores do Ministério das Relações Exteriores avaliam que os Estados Unidos fizeram um "gesto inicial" ao Brasil ao retirar produtos como carne e café do tarifaço
  • Também chamou a atenção de diplomatas a decisão da Casa Branca de dar caráter retroativo à medida
  • Expectativa é que, daqui para frente, as negociações por um acordo definitivo sejam mais duras, envolvendo temas sensíveis, como medidas para as big techs e acesso às terras raras

Ricardo Stuckert/PR

26/10/2025 - Encontro de Lula e Donald Trump

Interlocutores do Ministério das Relações Exteriores avaliam que os Estados Unidos fizeram um "gesto inicial" ao Brasil ao retirar produtos como carne e café do tarifaço, com o objetivo de prosseguir nas negociações bilaterais. 

Ou seja, para o Itamaraty, a medida anunciada nesta sexta-feira (20) — apesar de refletir as conversas entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump — pode ser temporária, mas visa a facilitar as tratativas entre as duas partes por um acordo comercial definitivo. 

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O próprio decreto do governo dos Estados Unidos abre margem para essa interpretação. "Certas importações agrícolas do Brasil não deveriam mais estar sujeitas à alíquota adicional porque, entre outras considerações relevantes, houve progresso inicial nas negociações com o governo do Brasil", diz o texto divulgado pelo governo Trump. 

Também chamou a atenção de diplomatas a decisão da Casa Branca de dar caráter retroativo à medida, com validade a partir de 13 de novembro, apenas um dia após o encontro entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de Estado americano, Marco Rubio. 

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Na ocasião, Rubio se comprometeu a dar uma resposta comercial ao Brasil até o fim desta semana, o que aconteceu nesta quinta-feira (20). A expectativa é que, daqui para frente, as negociações por um acordo definitivo sejam mais duras, envolvendo temas sensíveis, como medidas para as big techs e acesso às terras raras.

Em nota, o Itamaraty destacou: "O governo brasileiro recebeu hoje (20/11), com satisfação, a decisão do governo dos Estados Unidos de revogar a tarifa adicional de 40% para uma série de produtos agropecuários importados do Brasil. Estarão isentos de tarifa vários tipos de carne, café e várias frutas (como, por exemplo, manga, coco, açaí, abacaxi).

O enunciado da Ordem Executiva que implementa a medida faz menção à conversa telefônica do Presidente Lula com o Presidente Trump em 6 de outubro, quando decidiram iniciar as negociações sobre as tarifas.

Acrescenta que o Presidente Trump recebeu recomendações de altos funcionários do seu governo de que certas importações agrícolas do Brasil não deveriam estar mais sujeitas à tarifa de 40% em função do “avanço inicial das negociações” com o governo brasileiro.

A medida é retroativa a 13 de novembro, data que coincide com o dia da última reunião entre o Ministro Mauro Vieira e o Secretário de Estado Marco Rubio em Washington, na qual se discutiram meios de avançar nas tratativas bilaterais para a redução das tarifas sobre os produtos brasileiros.

O governo brasileiro reitera sua disposição para continuar o diálogo como meio de solucionar questões entre os dois países, em linha com a tradição de 201 anos de excelentes relações diplomáticas.

O Brasil seguirá mantendo negociações com os EUA com vistas à retirada das tarifas adicionais sobre o restante da pauta de comércio bilateral."

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