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A combinação que ameaça implodir festivais musicais e turnês de astros internacionais
Publicado 30/08/2025 • 20:30 | Atualizado há 1 mês
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Publicado 30/08/2025 • 20:30 | Atualizado há 1 mês
Foto por CHANDAN KHANNA / AFP
A cantora americana Taylor Swift se apresenta no palco durante a "The Eras Tour" no estádio Hard Rock em Miami Gardens, Flórida, em 18 de outubro de 2024.
A indústria de entretenimento ao vivo enfrenta uma fase de incerteza. Mesmo com um calendário repleto de grandes atrações, festivais balados e turnês de nomes renomados têm registrado quedas de público e aumento no número de cancelamentos. O cenário é consequência direta da combinação entre custos elevados, excesso de oferta e um consumidor mais cauteloso com os gastos. Nem mesmo nomes de peso estão garantindo lotações esgotadas em estádios e arenas.
O movimento de retomada após a pandemia foi intenso, com números expressivos e otimismo generalizado. Em 2023, o Brasil chegou a sediar 298 festivais de música, volume 138% superior ao do ano anterior. Mas, ao longo de 2024, os sinais de alerta começaram a surgir. A preocupação com o clima extremo e a instabilidade financeira do público passou a interferir diretamente no planejamento e execução de eventos.
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O impacto econômico está no centro da crise. A cadeia de produção de um festival ou turnê exige altos investimentos desde a fase de curadoria. Além disso, marcas patrocinadoras, fundamentais para a viabilização das estruturas, também estão mais seletivas. A explosão de anúncios de line-ups e turnês internacionais aumentou a concorrência por atenção e orçamento do público, gerando uma saturação no calendário.
Uma pesquisa realizada pela Opinion Box e Serasa ajuda a compreender o tamanho do problema: segundo o estudo, 62% dos brasileiros compram ingressos para ao menos um show nacional por ano, enquanto 27% frequentam apresentações de artistas estrangeiros. Em média, cada pessoa gasta R$ 200 com alimentação e bebidas por evento. O valor pode ultrapassar R$ 1.000 em casos que envolvem viagem e hospedagem em outra cidade.
A pesquisa também revelou dados relevantes sobre o comportamento de consumo. Quase metade do público (46%) usa cartão de crédito para comprar ingressos, sendo que 59% parcelam, caso haja essa possibilidade sem juros. Ainda assim, 19% optam pelo parcelamento mesmo com cobrança de taxas, o que demonstra o esforço dos fãs em manter o hábito de ir a shows, apesar das dificuldades econômicas.
Do lado dos produtores, os desafios não são menores. Os custos operacionais subiram consideravelmente. Estruturas, equipes, logística e cachês tornaram-se cada vez mais caros. Isso pressiona o preço final dos ingressos e afasta parte do público. Com isso, muitos preferem concentrar seus gastos em grandes nomes internacionais ou eventos de grande porte, como o Rock in Rio ou apresentações de nomes como Taylor Swift e Bruno Mars.
Mesmo com o prestígio de certos festivais e turnês, o público tem expressado insatisfação com práticas recorrentes. Além dos preços altos, há críticas à má qualidade dos serviços oferecidos, à repetição de artistas nas programações e à venda de ingressos sem line-up definido. Também há incômodo com a priorização de influenciadores digitais e ações de marca em detrimento dos pagantes regulares.
Como reação a esse cenário, ganha força a demanda por eventos menores, mais acessíveis e com foco em artistas locais. Parte do público busca festivais com curadoria mais autêntica, infraestrutura básica funcional e entrada gratuita. Além disso, há cobrança por planejamento mais eficiente em relação a cancelamentos motivados por eventos climáticos, cada vez mais comuns em determinadas regiões do país.
Em tempo: a crise, vale dizer, não é restrita ao mercado brasileiro. O Coachella, festival de alcance global, enfrentou sua venda de ingressos mais lenta em uma década. A edição de 2024, realizada nos Estados Unidos, apresentou dificuldades para esgotar entradas, algo que nunca havia acontecido em toda a história do evento.
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