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Vale Tudo termina frustrando expectativas e escancarando desgaste das novelas
Publicado 17/10/2025 • 19:35 | Atualizado há 5 horas
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Publicado 17/10/2025 • 19:35 | Atualizado há 5 horas
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FáBIO ROCHA/TVGlobo/ESTADÃO CONTEÚDO
Odete Roitman, personagem da novela Vale Tudo
Lançado com a missão de atualizar um dos maiores sucessos da dramaturgia brasileira, o remake de Vale Tudo terminou sem conseguir sustentar o peso do título que carrega. Produzida pela Globo para o horário nobre de 2025, a nova versão da novela perdeu a mão ao tentar modernizar o enredo, transformando um clássico de crítica social e tensão dramática em um produto acusado de apelar para o exagero e o humor involuntário.
A proposta de reimaginar a obra criada por Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères, em 1988, partiu da premissa de dialogar com o público atual, em um contexto de redes sociais, novos códigos de comportamento e uma estética mais ágil. No entanto, o caminho escolhido pela adaptação acabou distorcendo elementos centrais da narrativa original, especialmente no tom das interpretações e no ritmo das tramas paralelas.
Um dos principais alvos de críticas é a representação da vilã Maria de Fátima, que na nova versão ganhou contornos quase cômicos. A atriz responsável pela personagem adotou uma abordagem caricata, com expressões e gestos que remetem mais ao universo da comédia do que ao drama de ambição e cinismo que marcou a versão de 1988. A mudança compromete a complexidade emocional da personagem, esvaziando o impacto de suas ações.
Além disso, o núcleo cômico da novela foi ampliado, ocupando um espaço desproporcional na estrutura do folhetim. Situações antes tratadas com sutileza agora se desenvolvem em tom farsesco, o que interfere diretamente na força de cenas emblemáticas. O resultado é um desequilíbrio narrativo que confundiu o público sobre a proposta da nova Vale Tudo: drama realista ou comédia de costumes?
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Outro ponto de atrito foi a decisão de suavizar o conteúdo político da obra. A crítica à corrupção, aos privilégios e ao cinismo das elites — um dos pilares da história original — perdeu força na nova versão. As discussões sociais foram substituídas por conflitos mais genéricos, que pouco dizem sobre o Brasil contemporâneo, tornando a novela menos relevante no debate público.
A condução da direção também foi questionada. Em vez de investir na construção de tensão e na densidade dos diálogos, a produção optou por uma estética vibrante, com trilha sonora pulsante e cortes rápidos, que por vezes diluem o peso das situações dramáticas. O visual moderno, embora eficiente em alguns momentos, não tem sido suficiente para compensar a falta de profundidade emocional de cenas-chave.
O folhetim, que encerrou sua trajetória na noite desta sexta-feira (17), até pode ter conseguido cumprir sua missão em termos financeiros — foi a novela das 21h com maior faturamento da história da TV Globo.
Ele, no entanto, não deixará saudades no público: a trama sai de cena com a terceira pior média de audiência da história da faixa horária, escancarando o desgaste das novelas no país, tema já abordado anteriormente pela coluna Fábrica de Mídia.
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