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Governança, dados e decisão: como o Espírito Santo construiu uma inteligência pública com foco em impacto
Publicado 09/05/2025 • 09:00 | Atualizado há 2 meses
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Publicado 09/05/2025 • 09:00 | Atualizado há 2 meses
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Desde 2019, o governo do Espírito Santo vem construindo, silenciosamente, uma das infraestruturas digitais mais sólidas do setor público brasileiro. O movimento começou com uma provocação simples: como tomar decisões rápidas e inteligentes se cada órgão guarda seus próprios dados como quem protege um segredo? A resposta levou à criação da Central Analítica — uma plataforma que integra, organiza e transforma dados dispersos em informações acionáveis, com foco em impacto real para o cidadão.
Victor Murad Filho, subsecretário de Transformação Digital, é quem lidera esse processo. Ao assumir o cargo, ele se deparou com mais de 200 bases de dados desconectadas, 10 mil planilhas espalhadas e uma cultura de decisões baseadas mais na intuição do que em evidências. Os dados estavam lá — mas estavam brutos, descentralizados, sem padrão, sem dono, e, portanto, sem utilidade prática. “Não era um problema de tecnologia de ponta. Era um problema de organização. A gente não precisava de mais IA. Precisava de mais governança”, resume Murad.
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O primeiro passo foi estabelecer regras claras: cada secretaria passou a ser responsável por estruturar seus dados e mantê-los atualizados, dentro de padrões definidos em conjunto. A Central Analítica reúne essas informações num mesmo ambiente — com interoperabilidade, segurança e rastreabilidade — permitindo que diferentes áreas do governo enxerguem o mesmo problema com a mesma base de dados. Esse movimento não só evita retrabalho, como acelera respostas e amplia a capacidade de tomar decisões com base em evidência, não em achismo.
Os efeitos logo começaram a aparecer. Na saúde, por exemplo, a inteligência aplicada à regulação de consultas e exames ajudou a reduzir em até 25% o absenteísmo e cortou pela metade a fila de espera em algumas especialidades. Isso porque, com os dados organizados, foi possível identificar padrões de comportamento, horários com mais faltas e gargalos específicos por região. O sistema de gestão hospitalar também foi redesenhado: agora, painéis mostram em tempo real a ocupação dos leitos, permitindo remanejamentos mais eficientes entre unidades — algo essencial em períodos de maior demanda, como no auge da pandemia.
Na segurança pública, a integração de dados entre polícias, secretarias e o sistema de justiça eliminou redundâncias, reduziu o tempo de resposta e permitiu uma atuação mais coordenada. Informações que antes demoravam dias para circular hoje são compartilhadas quase em tempo real. “Não se disputa mais informação; compartilha-se”, diz Murad. O dado deixou de ser um ativo isolado para se tornar parte de uma inteligência coletiva.
Mais do que automatizar serviços, o que está acontecendo no Espírito Santo é uma mudança de lógica: a gestão pública está sendo redesenhada com base em dados confiáveis. Isso tem impactos diretos na vida das pessoas. Um exemplo é o processo de rematrícula escolar. Com base nas informações já disponíveis no sistema, o governo agora envia uma mensagem automática para os responsáveis perguntando se desejam renovar a matrícula. Basta um clique. “Não tem mais fila, papel, nem burocracia. E não é nada revolucionário — é o básico, bem-feito, funcionando.”
Outro ponto importante é o modelo de investimento. Com nota A do Tesouro Nacional há mais de uma década, o Espírito Santo optou por investir diretamente em tecnologia, evitando contratos de aluguel e licenciamento que criam dependência e pressionam o orçamento. “Tenho dinheiro para comprar um avião, mas não para alugar um parafuso”, brinca Murad. Isso permitiu que o Estado adquirisse soluções com suporte e atualizações embutidas, garantindo maior controle e autonomia. A área de tecnologia passou a ter orçamento próprio e planejamento de médio e longo prazo — algo raro na administração pública.
Mais do que digitalizar processos, a transformação no Espírito Santo mostra como uma estrutura mínima de governança e organização de dados pode gerar uma inteligência pública real — capaz de orientar políticas, melhorar serviços e antecipar problemas. “Tecnologia não é só inovação. É infraestrutura para decisões melhores. E a decisão certa, no tempo certo, faz toda a diferença para quem depende do Estado”, conclui Murad.
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