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Publicado 23/04/2025 • 21:41 | Atualizado há 9 horas
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Publicado 23/04/2025 • 21:41 | Atualizado há 9 horas
Quando a gente passa a falar de educação nos Estados Unidos e colocando Donald Trump na pauta, a gente tem que colocar a questão financeira porque ele entrou em rota de colisão com muitas das universidades tradicionais dos Estados Unidos. Harvard foi uma das últimas vítimas porque ele impôs uma série de restrições para depois garantir um financiamento estatal para essas grandes universidades. O curioso é que olhando um pouco mais para o macro, entra a China nesse contexto. Esse embate entre Estados Unidos e China vai muito além da guerra tarifária se a gente olhar para as entrelinhas desse choque de gigantes.
O Trump suspendeu as cobranças de empréstimos estudantis durante a pandemia de Covid-19 e agora ele está fazendo os universitários devedores pagarem novamente essas dívidas. Biden fez campanha pelo perdão dos empréstimos estudantis, em especial os universitários. De acordo com uma estimativa publicada no mês passado pelo Federal Reserve de Nova York, cerca de 9,7 milhões de devedores estudantis estão com as suas contas atrasadas. Agora, isso vai muito além da finança. A gente tem que colocar esta situação dentro de quanto de quanto custa o um diploma nos Estados Unidos, o curso universitário.
Isso pesa no bolso do americano médio. A dívida total de empréstimos estudantis de acordo com a renda pessoal da de cada estudante era mais baixo em 2006, 4,6% da renda pessoal do americano era comprometida com a dívida estudantil. Chegou ali nos anos de 2018 a quase 9% e agora tem uma queda de 7,1%. Só que a gente não pode concluir que ficou mais barato, porque aqui e menos dinheiro do americano está comprometido com educação. Não é isso. Estes números mostram uma média. Isto significa que menos pessoas estão pedindo empréstimo universitário para estudar num nível superior com medo do endividamento.
O total de empréstimos estudantis chega a um pico no começo da década, entre 2011 e 2012, e agora cai a quantidade então de pessoas que pedem esses empréstimos. São menos pessoas então que tentam o curso universitário. O endividamento dentro dos Estados Unidos hoje é quase 2 trilhões de dólares que milhões de americanos devem ou a bancos públicos privados ou a iniciativa pública e privada nos Estados Unidos.
Eu vou colocar agora a China na pauta para fazer mais sentido. Em 2023, o governo chinês dedicou quase 13 bilhões de dólares para beneficiar 31 milhões de estudantes de nível superior. Os bancos deram quase outros 10 bilhões, fazendo a soma 22,4 bilhões de dólares de ajuda aos universitários. Se a gente pegar um cálculo que um diploma universitário na China em média vai custar para cada estudante algo em torno de 50.700 dólares, este valor beneficiaria 442 mil estudantes, fazendo uma soma, uma divisão simples, apenas pra gente chegar numa média.
Em 2023, os Estados Unidos colocaram 99 bilhões de dólares para o financiamento estudantil. Só que um diploma nos Estados Unidos custa muito mais caro do que na China, mais de 165 mil dólares. Fazendo a mesma divisão, chega-se a 600 mil alunos. A questão que eu quero agora unir todos os pontos é que, com esta política de Donald Trump, fica mais difícil fica para os estudantes conseguirem esse financiamento. Ou seja, menos estudantes serão favorecidos nos Estados Unidos ao passo em que a China, que claro é muito mais populosa, mas cada vez mais coloca esses benefícios aos estudantes.
Então, em algum ponto aqui, a médio prazo, vai haver uma inversão de mais pessoas na China beneficiadas com relação aos Estados Unidos. E a gente vai ver em algum ponto desse arco de tempo os benefícios de ter um país com mais diplomados do que o outro.
Isso vai ter impacto diretamente na economia por meio do desenvolvimento tecnológico e o desenvolvimento científico. É aí que os pontos acabam todos se unindo. No final a educação é a base de tudo. Exatamente. E muito interessante esse olhar lá pra frente. Para o que se vai colher a partir do que se está plantando agora.
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