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SUN VALLEY, IDAHO - 8 DE JULHO: O CEO da OpenAI, Sam Altman, fala com a imprensa ao chegar ao Sun Valley Lodge para a Conferência Allen & Company Sun Valley, em 8 de julho de 2025, em Sun Valley, Idaho. Todos os anos, algumas das figuras mais ricas e poderosas do mundo, das esferas da mídia, finanças, tecnologia e política, se reúnem no Sun Valley Resort para a conferência exclusiva de uma semana, organizada pelo banco de investimentos boutique Allen & Co. (Foto de Kevin Dietsch / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)

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Plano de Negócios Rodrigo Loureiro

Compra do Master pelo BRB é essencial para o setor bancário

Publicado 18/08/2025 • 22:11 | Atualizado há 2 horas

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Rodrigo Loureiro

Rodrigo Loureiro é jornalista especializado em economia e negócios, com experiência nos principais veículos especializados do Brasil e MBA pela FIA em parceria com a B3. Além de comandar esta coluna, é comentarista nos programas Agora e Real Time, onde analisa as principais movimentações do mercado.

Reprodução/Agência Brasília / Banco Master de Investimentos/Divulgação

Banco Master e BRB

A aquisição do Banco Master pelo BRB deve ser concretizada nesta semana. Depois de idas e vindas e de uma série de negociações entre os dois bancos e de esclarecimentos aos órgãos competentes – que ainda precisam dar o aval final –, o negócio caminha para finalmente sair do papel.

Na terça-feira (19), a Câmara Legislativa do Distrito Federal irá votar a aprovação de um Projeto de Lei do governador Ibaneis Rocha (MDB) que autoriza o BRB a adquirir participação em instituições financeiras sediadas no Brasil e no exterior. No dia seguinte, quarta-feira, o Banco Central deverá dar seu parecer sobre o negócio.

Se for aprovada, trata-se da mais importante transação do setor bancário dos últimos anos. No acordo anunciado pelos dois bancos no dia 28 de março, o BRB se comprometeu a pagar R$ 2 bilhões por uma fatia de 58% do capital do Banco Master. A operação contempla 49% das ações ordinárias e a totalidade das ações preferenciais.

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Entenda em quatro pontos a importância deste negócio para o setor bancário brasileiro:

1- Concorrência e diversificação

O negócio traz contornos de liberalização do setor bancário. É um sinal para o mercado de que, embora a competição entre os bancos seja agressiva, outsiders podem ganhar espaço se unirem forças e buscarem sinergia. Abre também espaço para um novo banco incomodar – ainda longe do mesmo patamar – os gigantes Itaú, Bradesco e Santander. Ganhas os correntistas, que passam a ter nova opção.

O negócio entre BRB e Master está numa escala diferente em relação às transações feitas entre Santander e Banco Real (2007), Itaú e Unibanco (2008) e Bradesco e HSBC Brasil (2015). Contudo, o movimento do banco com sede em Brasília segue a mesma lógica: diversificação da carteira e ampliação do mercado.

2- Menor dependência do consignado

Com uma operação forte no Distrito Federal, o BRB é dependente de sua carteira de crédito consignado. Mais da metade (52,5%) da originação de crédito do BRB no primeiro trimestre de 2025 foi destinada ao consignado. Por comparação, o cartão de crédito representou apenas 3,8% da carteira total de R$ 54,8 bilhões.

Com o crédito consignado, o BRB consegue direcionar seus empréstimos a uma parcela de clientes considerados bons pagadores. A taxa de inadimplência da carteira de crédito consignado do BRB ficou em 1,23% ao fim do primeiro trimestre deste ano.

A média do sistema financeiro nacional foi de 3,22%. O problema nessa estratégia é a escala. Ainda que o consignado seja um produto seguro, ele é de difícil ampliação – o que limita a possibilidade de o banco elevar seus ganhos. O lucro líquido recorrente do BRB no primeiro trimestre somou R$ 237,5 milhões. O Itaú, maior banco do País, teve lucro de R$ 11,1 bilhões.

3- Portfólio variado

Ao adquirir o Master, o BRB passa a operar com uma série de outros produtos. No comunicado divulgado em março, quando a transação foi anunciada, o BRB destacou a atuação do Master em “cartão de crédito consignado, câmbio, mercado de capitais e atacado”, onde o BRB opera pouco.

A principal linha de crédito do Master está nos empréstimos corporativos. Essas operações de crédito movimentaram R$ 10 bilhões em 2024 – mais do que o dobro do registrado no ano anterior. Já as operações de cartão de crédito somaram pouco mais de R$ 1 bilhão. O consignado, por sua vez, R$ 919 milhões.

Vale lembrar que os números de crédito corporativo são inflados pelos resultados do Banco Voiter (antigo Indusval), que pertence ao Master desde 2024. O Voiter ficou de fora da transação envolvendo o BRB e nesta segunda-feira (18) teve seu controle transferido para Augusto Lima, um dos sócios de Daniel Vorcaro no Banco Master.

4- Mais digital

Ainda que já possua um aplicativo bancário – o que é algo obrigatório para qualquer banco que queira competir no mercado nacional – o BRB não conseguiu ainda surfar (ou navegar) na mesma onda que os gigantes do setor. Em seu último balanço financeiro, o BRB não informou dados relevantes de seu aplicativo.

Com o Master, o BRB ganha um reforço importante no digital. Estima-se que o will bank, que foi comprado pelo Master no ano passado, tenha entre 6 milhões e 9 milhões de clientes, principalmente nas classes C e D. O Nordeste é a principal região de atuação do banco digital, que em 2023 faturou R$ 2,8 bilhões.

Unir as forças entre os dois negócios poderá ser um passo estratégico para o BRB se consolidar como um banco com potencial para crescer além dos limites do Distrito Federal, ampliando sua atuação em produtos corporativos, cartões de crédito e serviços digitais, ao mesmo tempo em que fortalece sua presença em regiões-chave do país. A fotografia de um setor bancário mais competitivo passa pela aprovação do negócio.

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