Moléculas inovadoras e startups da longevidade
Publicado 22/04/2025 • 11:05 | Atualizado há 3 dias
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Publicado 22/04/2025 • 11:05 | Atualizado há 3 dias
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Cientistas e empreendedores de biotecnologia aceleram a busca por compostos que estendam a vida saudável. Nos últimos anos, diversas novas moléculas — de nutrientes naturais a medicamentos de ponta — demonstraram potencial para tanto.
Esses compostos atuam em mecanismos-chave como o estresse oxidativo, eliminação de células senescentes (“zumbis”), proteção contra o câncer, neurodegeneração e declínio metabólico. O Álvaro (UNIFESP) nos conta tudo sobre isso abaixo. Seu panorama alinhava as descobertas mais empolgantes e ajuda a separar o joio do trigo.
O campo da longevidade está fervendo com novas moléculas — de nutrientes comuns a drogas de última geração. Um dos destaques é a taurina, um aminoácido simples presente em alimentos e bebidas energéticas. Um estudo de 2023 mostrou que a suplementação de taurina retardou o envelhecimento em vermes, camundongos e até macacos, aumentando a longevidade em até 12% em camundongos de meia-idade. A expectativa é que, em humanos, o efeito seja aumentar a qualidade de vida ao envelhecer.
No mundo das startups, há avanços com moléculas mais sofisticadas. A BioAge, por exemplo, está desenvolvendo o Azelaprag, uma droga que melhora o metabolismo muscular em idosos. Em parceria com a Eli Lilly, a empresa está testando o Azelaprag em conjunto com medicamentos da classe GLP-1 (usados para tratar obesidade), para preservar a massa muscular durante a perda de peso.
Outra candidata é a Telomir-1, da Telomir Pharmaceuticals — um composto que promete rejuvenescer células ao estimular o crescimento dos telômeros, estruturas que protegem o DNA e se encurtam com a idade. Em testes com vermes, ela reverteu sinais biológicos de envelhecimento e melhorou a mobilidade.
Ainda temos as senolíticas (que eliminam células zumbis) e os impulsionadores de NAD+ (que restauram a energia celular), que têm o professor David Sinclair, de Harvard, como um de seus maiores entusiastas. Acho que seria justo dizer que estamos vivendo uma mudança de nível nesse campo.
Senolíticos são drogas que identificam e destroem células senescentes, também conhecidas como “células zumbis” — células envelhecidas que não se dividem mais, mas continuam liberando substâncias inflamatórias prejudiciais ao corpo. Ao eliminá-las, essas drogas prometem rejuvenescer os tecidos e aliviar doenças associadas à idade.
Aqui é importante separar essas moléculas das senomórficas. Senolíticos eliminam células velhas. Senomórficas reduzem suas secreções e atividade em geral. Ou seja, senomórficas são bem mais simples. Então, a cúrcuma, usada no curry, por exemplo, tem esse papel anti-envelhecimento por reduzir a atividade molecular senomórfica. Mas não seria cientificamente adequado chamá-la de senolítica, a despeito disso ser publicizado por aí.
Agora, a fisetina, que se tornou uma sensação, é de fato senolítica. E, há riscos no seu uso? Bom, essas células zumbis curiosamente acabam servindo de impedimento ao crescimento acelerado de tumores em pacientes mais velhos. Um câncer em alguém de 55 ou 60 anos é bem mais preocupante do que em alguém de 85 ou 90. Por quê? A razão é a velocidade de multiplicação celular em face do número de células zumbi. Portanto, não há risco desde que não haja câncer e 100% das pessoas que descobrem um passaram por uma fase, por menor que seja, em que o tumor maligno estava lá e elas não sabiam.
De qualquer modo, dentro de certos limites, senolíticos podem ser excepcionais, impulsionando a longevidade saudável. Por exemplo, em um pequeno estudo clínico com humanos, pacientes com fibrose pulmonar grave mostraram melhoras físicas após usarem uma combinação de dasatiniba, uma droga para o tratamento do câncer + quercetina, sendo um corante natural de plantas, um flavonóide.
Já em termos de startups, a Unity Biotechnology foi uma das pioneiras, e embora seu primeiro senolítico (para osteoartrite) não tenha tido sucesso, ela mudou o foco para doenças oculares, onde o composto UBX1325 mostrou resultados promissores.
A Rubedo Life Sciences, por sua vez, está prestes a iniciar testes clínicos com seu composto RLS-1496, que age na pele com inflamações causadas pelo envelhecimento. Se funcionarem como o esperado, senolíticos poderão tratar doenças como artrite, Alzheimer e fibrose, atacando a raiz do problema e não apenas os sintomas, além de reduzir as chances de câncer.
NAD⁺ quer dizer nicotinamida adenina dinucleotídeo. Trata-se de uma enzima que desempenha um papel central no metabolismo energético, na reparação do DNA, na regulação do envelhecimento celular e na resposta ao estresse. Com o envelhecimento, os níveis de NAD⁺ diminuem, o que está associado a várias doenças relacionadas à idade, como distúrbios metabólicos, neurodegenerativos e cardiovasculares. A ideia dos cientistas é restaurá-los por meio de suplementos para rejuvenescer as células.
Os suplementos mais famosos são o NMN (mononucleotídeo de nicotinamida) e o NR (ribosídeo de nicotinamida). Eles aumentam de fato os níveis de NAD+ no corpo, e os estudos mostraram benefícios como melhora na função muscular e no metabolismo. Porém, ainda não há comprovação de que aumentem a longevidade em humanos. Há dezenas de fornecedores na Amazon, como Elysium Health e Niagen.
Agora, note que há um risco moderado de estimular o crescimento de cânceres já em desenvolvimento, a despeito do NAD+ não ser um senolítico. A razão é que pode dar suporte enzimático a células cancerígenas. Do mais, pode reduzir o efeito da quimioterapia.
Resumindo: os impulsionadores de NAD+ podem melhorar energia celular, função muscular e saúde metabólica, mas devem ser tomados por pacientes que fazem no mínimo acompanhamento e exames anuais.
Sim! A startup Loyal está conduzindo o maior ensaio clínico já feito com cachorros para testar drogas de longevidade. A empresa está testando a LOY-001, que reduz os níveis de IGF-1 (hormônio do crescimento), especialmente em cães de raças grandes, que envelhecem mais rápido. Já a LOY-002 é uma pílula diária para cães idosos com mais de 10 anos, buscando prevenir doenças associadas à idade.
O FDA (órgão regulador dos EUA) já deu sinal verde inicial e, se tudo der certo, a Loyal poderá lançar a primeira droga aprovada visando estender a vida — mesmo que seja no mundo veterinário. Um dos primeiros pacientes do estudo foi um cão chamado Boo, de 11 anos.
Um ponto interessante é que essas substâncias podem ter aplicação humana também. Veja, os cães compartilham nosso ambiente, estilo de vida e desenvolvem doenças similares às nossas. Se uma droga realmente estender a vida saudável de um cão, isso será um forte indício de eficácia biológica em mamíferos complexos, acelerando a transição para testes em humanos.
Essa é a maior aposta da ciência da longevidade: não apenas desacelerar o envelhecimento, mas revertê-lo. A reprogramação epigenética busca “resetar” as células para um estado mais jovem, sem transformá-las em células-tronco.
Em 2020, o pesquisador David Sinclair, de Harvard, restaurou a visão de camundongos idosos ao aplicar genes de rejuvenescimento nos olhos. A empresa Life Biosciences agora desenvolve esse protocolo para humanos, focando inicialmente em doenças ópticas.
Já a Altos Labs, financiada com US$ 3 bilhões (Jeff Bezos é um dos investidores), está testando a reprogramação epigenética em tecidos diversos. E há também abordagens como a da Telomir-1, que visa alongar telômeros, e terapias que restauram mitocôndrias.
Também acabaram de sair os resultados de um ensaio clínico com Parkinson que foram muito animadores. No caso, as células não foram resetadas, mas os pacientes receberam células-tronco que depois produziram dopamina como numa pessoa sem a doença, melhorando os sintomas em 50%.
Ainda é cedo — há riscos de formação de tumores —, mas os avanços já demonstraram reversão real em animais. O futuro pode trazer terapias que, literalmente, “voltem o relógio biológico” de órgãos humanos.
Há vários compostos suportados por evidências clínicas robustas. Esses são os principais:
O setor de longevidade está em plena ascensão. Startups, investidores e grandes empresas estão apostando forte: só o lançamento da Altos Labs movimentou US$ 3 bilhões. Estima-se que o mercado de terapias e suplementos anti-idade ultrapasse US$ 64 bilhões até 2030.
Mas há obstáculos:
Apesar dos desafios, os próximos anos serão decisivos. Com os primeiros resultados de estudos como o TAME e o avanço de senolíticos e reprogramações epigenéticas, devemos ver surgir as primeiras terapias reais para estender a vida saudável, provavelmente voltadas a grupos específicos (como idosos com doenças degenerativas). E aí, começa uma nova era da medicina.
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