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Agro

‘Ninguém sabe o que vai ser feito’, diz pesquisador sobre incertezas no comércio internacional

Publicado 08/04/2025 • 11:06 | Atualizado há 6 dias

Redação Times Brasil

KEY POINTS

  • Com a elevação das tarifas sobre o Vietnã e a Indonésia, que também são importantes produtores, é possível imaginar que o americano manterá seu hábito de consumo, mas com menos opções competitivas no mercado”, explicou Serigati.
  • Apesar disso, Serigati alerta que ainda não há clareza sobre quais serão os próximos passos no cenário comercial global. Segundo ele, o fator político pode pesar cada vez mais nas decisões de comércio internacional.
  • “Estamos vendo nações agindo em retaliação aos Estados Unidos, e isso pode, sim, gerar novas possibilidades para o agronegócio brasileiro", disse ele

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) avalia que as tarifas impostas pelos Estados Unidos contra o Brasil podem gerar um impacto crítico e elevado em diversos produtos do setor agropecuário.

Em entrevista exclusiva ao Times Brasil — Licenciado Exclusivo CNBC, nesta terça-feira (08), Felipe Serigati, pesquisador do FGV Agro, analisou os possíveis efeitos dessa tensão comercial para o setor.

Segundo ele, o momento é de muitas incertezas, e embora exista a possibilidade de cenários positivos para o Brasil, não há nenhuma garantia.

“Como o próprio documento da CNA demonstra, sempre há riscos. Um exemplo: exportamos café para os Estados Unidos, país que não tem uma produção relevante dessa commodity. Com a elevação das tarifas sobre o Vietnã e a Indonésia, que também são importantes produtores, é possível imaginar que o americano manterá seu hábito de consumo, mas com menos opções competitivas no mercado”, explicou Serigati.

Ele completa que, nesse contexto, o Brasil pode acabar ganhando mercado de forma inesperada.

“O consumidor americano não vai deixar de tomar café, mas terá que comprá-lo de fornecedores com custos mais altos. Então, ao invés de adquirir o café robusta do Vietnã, por exemplo, pode optar pelo café brasileiro. É um péssimo cenário, mas o Brasil pode acabar se beneficiando de forma residual.”

Apesar disso, Serigati alerta que ainda não há clareza sobre quais serão os próximos passos no cenário comercial global. Segundo ele, o fator político pode pesar cada vez mais nas decisões de comércio internacional.

“Sem dúvida alguma, o papel da barganha política tende a crescer. Temos observado um aumento no custo de transação para se realizar comércio internacional. Ainda assim, permanece o mesmo dilema: ninguém sabe exatamente o que será feito.”

Ele cita como exemplo o movimento da União Europeia em direção ao Mercosul:

“Por que a União Europeia correu para fechar um acordo com o Mercosul? Justamente para se antecipar a uma recessão comercial com os Estados Unidos. É a Europa dizendo: ‘preciso encontrar um novo mercado para minha produção industrial’, enquanto os EUA deixam claro que pretendem elevar tarifas sobre seus parceiros comerciais, tentando reaquecer sua indústria doméstica.”

Serigati conclui que o cenário atual está levando países a buscarem novos acordos comerciais, o que pode abrir oportunidades para o Brasil:

“Estamos vendo nações agindo em retaliação aos Estados Unidos, e isso pode, sim, gerar novas possibilidades para o agronegócio brasileiro.”

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