Publicado 26/12/2024 • 14:22
KEY POINTS
O mercado global de cacau enfrenta novos desafios após os contratos futuros atingirem um recorde histórico de US$ 11,84 mil por tonelada (cerca de R$ 73 mil, pela cotação atual) na Bolsa de Nova York em 16 de dezembro.
Esse aumento reflete um cenário de oferta menor, impulsionado por condições climáticas adversas e problemas estruturais na produção, e já impacta diretamente fabricantes de chocolate e consumidores.
Os preços já triplicaram ao longo do último ano, e isso foi atribuído a colheitas pequenas na África Ocidental, a maior região produtora mundial de cacau. A safra principal conseguiu manter bons níveis, mas a “safrinha” foi gravemente afetada por chuvas intensas e ventos, que desidratam o solo e comprometem plantações.
Esses fatores somaram-se a problemas históricos da indústria, como doenças nas plantações, baixa remuneração para agricultores e estoques globais já reduzidos por déficits consecutivos nos últimos anos.
Com o mercado pressionado, soluções inovadoras começam a surgir. Uma alternativa vem da startup californiana California Cultured, que desenvolve chocolate a partir de células cultivadas em laboratório. A técnica reduz o tempo de produção de anos para dias, e oferece uma solução sustentável e menos dependente das oscilações de colheitas tradicionais.
A empresa espera lançar seus produtos em colaboração com a marca japonesa Meiji entre 2025 e 2026. No entanto, desafios como custos elevados, aprovação regulatória e adaptação dos consumidores ainda precisam ser superados.
O mercado de chocolate, que deve crescer a uma taxa anual de 5,1% até 2032, poderá contar com essa tecnologia para atender à demanda crescente e mitigar os impactos das dificuldades climáticas e produtivas. Com preços em alta e estoques em queda, a pressão por inovações no setor nunca foi tão urgente.
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