A Comcast superou as estimativas do mercado para o primeiro trimestre, mesmo com a perda de clientes de banda larga em meio ao aumento da concorrência. A receita com banda larga doméstica cresceu 1,7%, chegando a US$ 6,56 bilhões, mas a empresa perdeu 199 mil clientes nesse segmento — reflexo da pressão contínua sobre o que sempre foi o carro-chefe da companhia.
Nos últimos anos, alternativas como internet residencial via 5G ou conexões fixas sem fio intensificaram a competição.
As ações da Comcast registraram queda de cerca de 3% nas negociações pré-mercado. Por outro lado, a divisão de telefonia móvel, criada há menos de dez anos, manteve-se como destaque positivo.
A receita do setor subiu aproximadamente 16%, alcançando US$ 1,12 bilhão, com a adição de 323 mil novas linhas — totalizando cerca de 8,15 milhões de linhas da Xfinity Mobile. Após sucessivas perdas na banda larga, a empresa indicou em teleconferência anterior que focaria na expansão do negócio móvel. Desde então, atualizou seus planos, preços e realizou uma nova contratação estratégica.
No mesmo período, a Comcast perdeu 427 mil assinantes de TV a cabo, à medida que o modelo tradicional continua a perder força. Os serviços de banda larga, telefonia móvel e TV paga são ofertados sob a marca Xfinity.
A seguir, os resultados da Comcast no trimestre encerrado em 31 de março, em comparação com as estimativas de analistas consultados pela LSEG:
- Lucro por ação ajustado: US$ 1,09 (versus US$ 0,98 esperados)
- Receita: US$ 29,89 bilhões (versus US$ 29,77 bilhões esperados)
O lucro líquido da Comcast caiu 12,5%, para US$ 3,38 bilhões (US$ 0,89 por ação), frente aos US$ 3,86 bilhões (US$ 0,97 por ação) registrados no mesmo período do ano anterior.
Excluindo itens pontuais, como despesas fiscais e ajustes de ativos, o lucro por ação ajustado ficou em US$ 1,09. O EBITDA ajustado cresceu quase 2%, somando US$ 9,53 bilhões. Já a receita caiu levemente, de US$ 30,06 bilhões para US$ 29,89 bilhões.
O resultado foi impulsionado pelas chamadas “áreas de crescimento” da Comcast: telefonia móvel, a plataforma de streaming Peacock, a divisão de serviços empresariais, banda larga residencial, estúdios e parques temáticos.
A empresa está em processo de separar suas redes a cabo — incluindo a CNBC — em uma operação prevista para ser concluída ainda neste ano.
A receita da divisão de mídia (que inclui a NBCUniversal) cresceu cerca de 1%, atingindo US$ 6,44 bilhões, enquanto a dos estúdios aumentou 3%, chegando a US$ 2,83 bilhões. O segmento foi impulsionado pela Peacock, que registrou crescimento de 21% no EBITDA ajustado, chegando a US$ 1 bilhão.
A receita da plataforma subiu 16%, e o prejuízo trimestral caiu para US$ 215 milhões — bem abaixo dos US$ 639 milhões do mesmo período do ano passado.
A Peacock encerrou o trimestre com 41 milhões de assinantes pagos, superando a estimativa de 37,21 milhões, segundo a StreetAccount. No fim do ano fiscal anterior, eram 36 milhões. Concorrentes como Disney e Warner Bros.
Discovery também têm avançado rumo à lucratividade em seus serviços de streaming, com foco em modelos sustentados por anúncios e no combate ao compartilhamento de senhas, seguindo a nova prioridade dos investidores de Wall Street.
A receita dos parques temáticos da NBCUniversal caiu 5%, para cerca de US$ 1,88 bilhão, devido à menor presença de visitantes durante um trimestre afetado pelos incêndios florestais em Los Angeles.
A empresa se prepara agora para inaugurar, em 22 de maio, o Universal Epic Universe — seu maior projeto de parque temático em 25 anos na Flórida, com mais de 50 atrações. Em agosto, abrirá também o Universal Horror Unleashed em Las Vegas, além de ter anunciado recentemente planos para um novo parque temático e resort no Reino Unido.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
