Análise: pode faltar dinheiro para Arábia Saudita construir megacidade no deserto
Publicado 25/11/2024 • 18:45 | Atualizado há 4 meses
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Publicado 25/11/2024 • 18:45 | Atualizado há 4 meses
KEY POINTS
Projeção do projeto Neom, da Arábia Saudita
The Line, NEOM
O príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, tem um plano grandioso para diversificar a economia do país que inclui a construção da Neom, uma cidade no deserto para abrigar 9 milhões de pessoas e arranha-céus com mais de 500 metros de altura.
O custo é estimado em centenas de bilhões de dólares, mas não está claro ainda se a Arábia Saudita tem dinheiro suficiente para arcar com todas as despesas.
O governo da Arábia Saudita tem um fundo público de investimento que, tradicionalmente, fazia aportes em projetos pelo mundo. Agora, a diretriz mudou, e a prioridade passou a ser investir “dentro de casa”.
Um financista baseado no Golfo, com anos de experiência no reino, disse à CNBC: “A mudança do fundo público para fazer investimentos domésticos sugere que ainda há muito gastos. A Arábia Saudita investiu dezenas de bilhões em projetos que ainda não deram nenhum retorno financeiro”.
O déficit do governo saudita cresceu, e a perspectiva para a demanda de petróleo é de queda.
Andrew Leber, pesquisador da Universidade de Tulane que se estuda a economia política do Oriente Médio, afirma que acredita que o ritmo atual de gastos não vai durar.
Segundo ele, há muitos megaprojetos que foram pagos de forma adiantada e cujos retornos são esperado para anos no futuro.
“Dito isso, a monarquia saudita mostrou-se flexível sempre que as realidades econômicas se impõem. Eu acho que, eventualmente, vários projetos serão discretamente arquivados para trazer seus gastos fiscais de volta a uma maior sustentabilidade.”
Em outubro, a Arábia Saudita cortou suas previsões de crescimento e aumentou suas estimativas de déficit orçamentário para os anos fiscais de 2024 a 2026, pois espera um período de gastos mais altos e receitas de petróleo projetadas mais baixas.
As autoridades sauditas esperam que o orçamento permaneça em déficit nos próximos anos.
A Arábia Saudita tem uma classificação de crédito A/A-1 com uma perspectiva positiva da S&P Global Ratings e uma classificação A+ com uma perspectiva estável da Fitch. Isso, combinado com altas reservas de moeda estrangeira — US$ 456,97 bilhões (aproximadamente R$ 2,65 trilhões) — coloca o reino em uma posição confortável para gerenciar um déficit, disseram economistas à CNBC.
Riad emitiu títulos de dívida e reduziu os riscos de investimento estrangeiro para diversificar as fontes de receita. Em setembro, a S&P Global disse em setembro “continuará a melhorar a resiliência econômica e a riqueza da Arábia Saudita”.
Ainda assim, muitos analistas são céticos quanto à viabilidade dos megaprojetos. Há relatos de que alguns projetos foram drasticamente reduzidos — no caso da cidade no meio do deserto, por exemplo, a expectativa inicial era de abrigar 1,5 milhão de pessoas até 2030, e agora, esse número foi reduzido para menos de 300 mil
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