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CEOs ao redor do mundo se preparam para guerra tarifária com novas estratégias globais
Publicado 01/08/2025 • 07:49 | Atualizado há 15 horas
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Publicado 01/08/2025 • 07:49 | Atualizado há 15 horas
KEY POINTS
Essas reuniões são palcos onde múltiplas dimensões, nem sempre visíveis, se entrelaçam e moldam de forma profunda a dinâmica de poder e as decisões que realmente definem os rumos da empresa.
Pexels
Com a escalada das tensões comerciais, CEOs estão reformulando onde produzem, como vendem e o que seus clientes esperam — e o assunto deixou de ser apenas uma pauta política para se tornar risco direto de negócio.
Durante esta temporada de balanços, executivos de setores tão diversos quanto alumínio, aeroespacial, chocolate, bancos, telecomunicações e energia deram o mesmo recado à CNBC: tarifas estão no centro das decisões estratégicas.
Diante da instabilidade nas regras do comércio internacional, muitas empresas estão abandonando o antigo modelo “just-in-time” e adotando novas diretrizes: produzir perto do consumidor, solicitar isenções quando possível e se antecipar às mudanças no comportamento de compra.
As oscilações cambiais, a inflação e o ambiente político conturbado fizeram das tarifas um fator decisivo para mitigar riscos e manter a competitividade no longo prazo.
“Nos preocupa a competitividade do alumínio frente a outros materiais”, disse Trond Olaf Christophersen, CFO da Hydro. A empresa já repassa o custo das tarifas dos EUA aos clientes, mas observa com atenção o fato de alguns compradores estarem testando substitutos como aço e plástico. “Esse é o jogo de longo prazo.”
A resposta mais comum tem sido a realocação de fábricas. O CEO da Ericsson, Börje Ekholm, disse que a unidade da empresa nos EUA, inaugurada em 2020, ajuda a blindar o negócio das tensões geopolíticas. “Já temos o selo ‘Made in America’ há algum tempo”, afirmou.
A Volvo quer acelerar a produção local. “Queremos preencher nossa fábrica na Carolina do Sul”, disse o CEO Håkan Samuelsson, explicando que a empresa está regionalizando suas operações para reagir rapidamente a novas políticas comerciais.
A AstraZeneca também anunciou uma guinada: vai transferir parte da produção para os EUA e investir US$ 50 bilhões em operações locais. “Temos muitos motivos para estar aqui”, afirmou o CEO Pascal Soriot.
Para algumas empresas, a mudança é também uma questão de soberania. “Estamos construindo data centers para gigantes americanas na Europa, mas também para europeus nos EUA. É uma separação consciente”, disse Anders Danielsson, CEO da construtora Skanska. “Tecnologia soberana é uma prioridade.”
Nem todas as empresas conseguem mudar onde produzem. A Rolls-Royce, por exemplo, buscou isenções junto aos governos do Reino Unido e dos EUA para peças-chave. “Não se trata só de tarifas, mas de alinhar nossa estrutura industrial para evitar fricções”, explicou a CFO Helen McCabe.
Mesmo empresas que se anteciparam às tarifas enfrentam dificuldades. Algumas absorvem os custos. Outras, aumentam preços com cautela.
A fabricante suíça Lindt & Sprüngli, por exemplo, subiu seus preços em 15,8% neste ano para compensar a disparada do cacau, afetado por restrições de exportação na África Ocidental. “A queda no volume foi de apenas 4,6%”, disse o CEO Adalbert Lechner, mas reconheceu que os consumidores dos EUA estão mais sensíveis a preços.
O CEO da Givaudan, Gilles Andrier, disse que a empresa também sente o impacto. “Muitos de nossos ingredientes naturais vêm da África e da América Latina. Estamos expostos a tarifas nessas regiões.”
Mesmo com fábricas locais, o impacto persiste quando as matérias-primas vêm de fora.
Para empresas de commodities, as tarifas são apenas parte de um cenário mais volátil. “O mais complicado foi que essa volatilidade não teve base nos fundamentos”, afirmou Wael Sawan, CEO da Shell, sobre as recentes oscilações do mercado de petróleo. “Não foi por mudança no fluxo físico da commodity, mas por volatilidade induzida pelo mercado financeiro.”
Até no setor bancário, onde o efeito direto de tarifas parece limitado, os riscos aparecem.
“Agora, ao precificar riscos, não basta olhar crédito ou liquidez. É preciso incluir a imprevisibilidade política”, disse Andrea Orcel, CEO do UniCredit. Isso inclui tensões comerciais, mudanças regulatórias e paralisações legislativas.
O recado desta temporada de resultados é claro: política econômica e comercial virou risco estratégico central. Com eleições e políticas industriais em movimento, empresas estão localizando fábricas, diversificando cadeias, negociando isenções e ajustando preços mais rápido do que nunca.
As tarifas não afetam apenas os custos — elas estão redesenhando setores inteiros. Quando um cliente troca alumínio por aço, ou chocolate por um doce mais barato, o risco não é só na margem: é de perder mercado.
A resposta das empresas? Produzir perto de casa, revisar preços com cuidado e negociar com governos — tudo para estar prontas para o próximo choque no tabuleiro global.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.