CNBC

De burnout à IA: ex-médico cria startup avaliada em mais de US$ 460 milhões

Empresas & Negócios

De burnout à IA: ex-médico cria startup avaliada em mais de US$ 460 milhões

Publicado 24/12/2025 • 11:40 | Atualizado há 2 horas

KEY POINTS

  • Thomas Kelly abandonou a medicina em 2021 após sofrer esgotamento por atender 100 pacientes ao dia, com apenas 10 minutos dedicados a cada consulta.
  • A frustração com a burocracia deu origem à Heidi, uma assistente de IA que automatiza transcrições e notas clínicas, avaliada em 465 milhões de dólares.
  • A startup já captou quase 100 milhões de dólares em investimentos, refletindo a crescente demanda por tecnologias que reduzam a sobrecarga operacional na saúde.

Cortesia de Thomas Kelly

O Dr. Thomas Kelly é o cofundador e CEO da Heidi

Em 2017, Thomas Kelly concluiu a faculdade de medicina e iniciou a carreira clínica, um objetivo que, segundo ele, cultivava desde a infância. A experiência prática, no entanto, rapidamente expôs um descompasso entre a formação médica e a realidade do sistema de saúde.

“O tempo com cada paciente era extremamente limitado. Eu tinha apenas 10 minutos por consulta”, afirmou Kelly em entrevista ao CNBC Make It. Segundo ele, a rotina envolvia atendimentos em série, chegando a cerca de 100 pacientes por dia, além da gestão constante de exames, relatórios e tarefas administrativas.

A dinâmica comprometeu o modelo de cuidado que Kelly idealizava. Em um cenário considerado ideal, ele gostaria de acompanhar pacientes de forma contínua, compreender o contexto familiar e dedicar mais tempo às consultas. Na prática, porém, a pressão por produtividade levou ao que definiu como um “esgotamento incrível” — uma realidade cada vez mais comum entre profissionais de saúde.

A experiência funcionou como gatilho para buscar soluções tecnológicas capazes de reduzir a carga burocrática da medicina. A partir disso, Kelly passou a desenvolver uma ferramenta de inteligência artificial voltada à transcrição automática de consultas e geração de notas clínicas, com o objetivo de devolver tempo ao atendimento direto ao paciente.

A iniciativa deu origem à Heidi, assistente médica de IA da qual Kelly é cofundador e CEO. Em outubro, a empresa anunciou uma rodada Série B de US$ 65 milhões, que avaliou o negócio em US$ 465 milhões, consolidando seu lugar no ecossistema global de healthtechs.

Leia também:

Natural de Melbourne, na Austrália, Kelly afirma que sua escolha pela medicina foi influenciada pelo médico de atenção primária que o acompanhou durante a infância — alguém que combinava empatia, rigor técnico e pensamento analítico.

Durante a graduação, Kelly explorou áreas como matemática e ciência da computação, antes de optar definitivamente pela medicina. Em 2013, ingressou na Universidade de Melbourne para cursar a faculdade médica.

Paralelamente aos estudos, começou a produzir conteúdo educacional no YouTube e a oferecer aulas para estudantes de medicina. O projeto, inicialmente um hobby, ganhou escala e se transformou em um pequeno negócio educacional.

Para administrar melhor o tempo, Kelly passou a experimentar ferramentas de inteligência artificial. O primeiro produto foi um simulador de entrevistas médicas, batizado de Oscar, que permitia aos alunos treinar interações com avaliadores. Em 2020, cerca de 20 mil estudantes utilizavam a plataforma.

Com a evolução da tecnologia, Kelly percebeu aplicações mais amplas. Se a IA conseguia compreender diálogos complexos em ambientes de avaliação, também poderia interpretar conversas entre médicos e pacientes. A partir disso, passou a vislumbrar a automação de notas clínicas, apoio a diagnósticos diferenciais e tarefas administrativas — gargalos centrais da medicina contemporânea.

Em 2021, enfrentou uma decisão-chave: iniciar a residência em cirurgia vascular ou abandonar a prática médica para se dedicar integralmente à nova tecnologia. Optou pela segunda alternativa.

Desde então, a Heidi vem sendo adotada por profissionais de saúde como ferramenta de apoio à documentação clínica e à eficiência operacional. Atualmente, a empresa já captou quase US$ 100 milhões em investimentos, inserindo-se no movimento mais amplo de uso da IA para reduzir burnout e aumentar a produtividade no setor de saúde.

📌 ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:


🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais

🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562

🔷 ONLINE: www.timesbrasil.com.br | YouTube

🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, LG Channels, TCL Channels, Pluto TV, Roku, Soul TV, Zapping | Novos Streamings

Siga o Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC no

MAIS EM Empresas & Negócios

;