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Banco Master: De CDBs turbinados a investigação da PF, relembre todos os passos da crise
Publicado 18/11/2025 • 08:28 | Atualizado há 4 horas
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Publicado 18/11/2025 • 08:28 | Atualizado há 4 horas
KEY POINTS
Divulgação/Banco Master
Banco Master protagoniza crise no mercado financeiro nacional
A prisão de Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, um dia após o anúncio da compra da instituição por um consórcio liderado pela Fictor Holding Financeira, acrescenta um capítulo a uma longa crise que se arrasta há meses.
O histórico acumula turbulências regulatórias, disputas políticas, investigações da Polícia Federal e, desde esta terça-feira, inclui o comunicado do Banco Central que determina a liquidação extrajudicial do Master e a indisponibilidade dos bens dos controladores e dos ex-administradores da instituição.
Relembre como o banco chegou ao centro de uma das maiores polêmicas do mercado financeiro.
O Master entrou no radar do Banco Central em meados de 2024, ao adotar uma estratégia de captação considerada agressiva para o porte da instituição. O banco passou a oferecer CDBs que pagavam até 140% do CDI — o que atraiu uma base expressiva de investidores, mas aumentou de forma preocupante o risco da operação.
A dependência desse tipo de captação acendeu um alerta na autoridade monetária, que determinou a suspensão das emissões dos certificados e exigiu reforço imediato de capital, algo que o Master não conseguiu cumprir integralmente. Isso agravou a crise interna de liquidez e colocou a instituição sob supervisão mais rígida.
Em meio à deterioração financeira do Master, o Banco de Brasília (BRB) chegou a anunciar, em março deste ano, a compra de 58% da instituição, em uma operação avaliada em cerca de R$ 2 bilhões. A transação era vista como uma saída emergencial para evitar um colapso do banco, mas o Banco Central vetou o acordo.
A autarquia avaliou que a incorporação poderia comprometer a saúde financeira do BRB, dadas as fragilidades identificadas no Master. O veto desencadeou forte disputa política e jurídica, com pressões de aliados do governo do Distrito Federal para que a operação fosse aprovada, mesmo diante das restrições do regulador.
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Personagem central na crise, o controlador do Banco Master, Daniel Vorcaro, construiu uma rede de relações que envolve figuras influentes da política e do mercado financeiro. Entre seus interlocutores estão nomes como Ciro Nogueira, Antonio Rueda e membros do governo do Distrito Federal. Seu sócio, Augusto Lima, é casado com a ex-deputada Flávia Peres (PL-DF), que também possui importantes laços políticos.
Essas relações foram vistas nos bastidores como tentativas de influenciar decisões regulatórias, blindar interesses privados e viabilizar a venda do banco em meio à turbulência.
Para reforçar a imagem institucional, o Master contratou nomes de peso, na tentativa de sinalizar estabilidade e credibilidade aos investidores. Entre as admissões, estavam os ex-ministros Guido Mantega e Henrique Meirelles.
Mas, em paralelo, o banco enfrentava suspeitas de que empresários investigados, como Nelson Tanure, teriam influência sobre decisões estratégicas. No mercado, aumentavam as críticas à governança e aos riscos das operações, o que alimentou a crise com concorrentes e intensificou a deterioração da reputação da instituição.
A Polícia Federal instaurou inquérito para investigar possíveis crimes contra o sistema financeiro ligados ao Master, incluindo indícios de gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro e operações irregulares. Documentos internos do Banco Central embasaram pedidos de suspensão de transações e reforçaram a avaliação de que havia risco para a estabilidade financeira. Essas investigações ajudaram a consolidar o entendimento regulatório de que a venda ao BRB não poderia prosseguir.
Ao mesmo tempo, fornecedores e clientes relatavam atrasos e inadimplências do banco, sob a alegação de que a gestão priorizava repasses a acionistas em detrimento de compromissos essenciais. Essas denúncias alimentaram a percepção de gestão temerária, que contribuíram para abalar ainda mais a confiança do mercado e dos investidores.
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Durante as negociações com o BRB, surgiram informações de que o Master havia imposto cláusulas que limitavam o poder de voto do comprador, o que manteria Daniel Vorcaro e seus parceiros no comando, mesmo após uma venda parcial.
Essa estratégia foi vista por analistas como tentativa do banco de preservar controle, ao mesmo tempo em que buscava capitalização. Essa estrutura levou a questionamentos sobre transparência e governança, o que aumentou ainda mais as dúvidas sobre a real intenção da operação.
Parlamentares do PT no Distrito Federal apresentaram denúncias criminais contra Vorcaro e executivos do Master, com base em relatórios da CVM que apontavam investimentos milionários do banco em empresas sem capacidade econômica real.
Segundo as denúncias, as operações teriam inflado artificialmente o patrimônio da empresa, o que configuraria irregularidades financeiras. A ofensiva aumentou a pressão política e regulatória sobre a instituição.
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Toda essa turbulência levantou questionamentos sobre a capacidade do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) de absorver possíveis prejuízos, caso o Master entrasse em situação de insolvência.
Analistas alertaram que o caso expunha fragilidades no sistema financeiro nacional, sobretudo entre bancos médios que adotam práticas mais agressivas de captação. O episódio alimentou o debate sobre necessidade de maior transparência, governança e supervisão para evitar riscos sistêmicos.
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