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Energia

Ações da Petrobras caem 0,31% após descoberta de reserva de petróleo no pré-sal brasileiro pela BP; concorrente sobe 1,5%

Publicado 04/08/2025 • 17:03 | Atualizado há 2 horas

Redação Times Brasil, com agências

KEY POINTS

  • A petroleira britânica BP anunciou nesta segunda-feira (4) a maior descoberta de petróleo e gás da empresa nos últimos 25 anos.
  • “A expectativa de extração dessa bacia é de 150 mil barris de óleo equivalente por dia (boe/d), o que significa cerca de US$ 12 milhões por dia em valor de produção”, afirmou o analista Alberto Ajzental.

As ações preferenciais da Petrobras (PETR4) encerraram o pregão desta segunda-feira (4) em leve queda de 0,31%, cotadas a R$ 32,11, após oscilar entre a mínima de R$ 31,96 e a máxima de R$ 32,27 ao longo do dia. A abertura foi registrada em R$ 32,21.

O movimento foi impulsionado pelo anúncio de uma nova descoberta de petróleo e gás natural na costa brasileira pela petrolífera BP. O poço, identificado no bloco Bumerangue, na Bacia de Santos, marca a maior descoberta da companhia britânica em um intervalo de 25 anos.

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Mesmo com o recuo, os papéis da Petrobras seguem apresentando indicadores considerados atrativos pelo mercado. O dividend yield se mantém elevado, em 16,50%, refletindo a política de distribuição de lucros da estatal. O valor pago por ação no último trimestre foi de R$ 1,32.

Com capitalização de mercado de aproximadamente R$ 436,91 bilhões, a Petrobras apresenta um índice preço/lucro (P/L) de 8,60, sugerindo um múltiplo moderado em relação ao lucro dos últimos 12 meses. No acumulado de 52 semanas, a ação variou entre R$ 28,80 e R$ 36,64, mantendo-se atualmente 12,39% abaixo da máxima anual.

BP em alta

Já as ações da BP registraram alta de 1,5% na Bolsa de Nova York nesta segunda-feira. A descoberta ocorre em um momento de queda generalizada no mercado de petróleo, com o Brent operando em baixa de cerca de 2%.

Ainda assim, a valorização dos papéis da BP reflete a perspectiva positiva do mercado em relação ao ativo localizado a 404 quilômetros do litoral do Rio de Janeiro, em uma profundidade de 5.855 metros.

A maior descoberta em 25 anos

Com a descoberta de uma reserva, a maior da empresa nos últimos 25 anos, a produção de petróleo no Brasil “pode chegar a 29 bilhões de barris e garantir até 20 anos”, avalia o especialista econômico Alberto Ajzental. O achado ocorreu a 404 quilômetros da costa do Rio de Janeiro. A área, que se estende por mais de 300 km², fica a 2.372 metros de profundidade, com perfuração total de 5.855 metros.

Segundo a BP, o poço atravessou uma coluna de hidrocarbonetos bruta estimada em 500 metros, em um reservatório carbonático do pré-sal de alta qualidade. “Estamos muito satisfeitos em anunciar esta descoberta significativa […] a maior realizada pela BP em 25 anos”, declarou Gordon Birrell, vice-presidente executivo da BP. A empresa destacou ainda que os primeiros resultados de análise indicam níveis elevados de dióxido de carbono, sendo iniciada agora uma nova fase de análises laboratoriais para melhor caracterizar o reservatório e os fluidos.

O Campo de Bumerangue foi adquirido em dezembro de 2022, durante a 1ª Rodada de Oferta Permanente de Partilha da ANP. O contrato prevê que 80% da produção poderá ser usada pela BP para recuperação de custos, enquanto a União detém 5,9% do excedente em óleo. A Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA) atua como gestora do contrato.

“A expectativa de extração dessa bacia é de 150 mil barris de óleo equivalente por dia (boe/d), o que significa cerca de US$ 12 milhões por dia em valor de produção”, afirmou o analista Alberto Ajzental. Ele destaca que a vizinha Tupinambá, também sob domínio da BP, tem projeção de 250 mil boe/d.

Segundo Ajzental, a profundidade do poço reforça os desafios técnicos da operação. “A lâmina d’água é de 2.300 metros, mas a reserva está a 6 mil metros de profundidade. São mais de três quilômetros de solo a serem perfurados abaixo do fundo do mar. É uma epopeia técnica.”

O especialista lembrou que a descoberta chega em um momento importante para o setor. “O Brasil tem hoje reservas provadas suficientes para 11 anos de produção — cerca de 17 bilhões de barris. Com reservas prováveis e possíveis, esse número pode chegar a 29 bilhões de barris e garantir até 20 anos de produção. Essa nova descoberta pode consolidar esses números.”

Com o anúncio, as ações da BP avançaram 1,54% na bolsa de Londres, mesmo com queda de 1,36% no preço do Brent, cotado a US$ 68,70. Já os papéis da Petrobras operavam em leve baixa, a R$ 32,02.

A BP informou que esta foi a sua décima descoberta em 2025, somando-se a outras encontradas em Trinidad, Egito, Líbia, Angola, Namíbia e no bloco Alto de Cabo Frio Central, também no Brasil. A empresa planeja perfurar um novo poço no bloco Tupinambá em 2026 e espera elevar sua produção global para entre 2,3 milhões e 2,5 milhões de boe/d até 2030.

De acordo com a BP, o reservatório possui uma coluna de hidrocarbonetos estimada em 500 metros e está inserido em uma área de mais de 300 km², composta por carbonatos de alta qualidade no pré-sal. A análise preliminar indicou presença significativa de dióxido de carbono, o que motivará novas investigações laboratoriais para avaliar o potencial comercial do campo.

A Pré-Sal Petróleo S.A. é a gestora do contrato de partilha de produção, enquanto a BP detém 100% de participação no bloco. A aquisição ocorreu em dezembro de 2022, durante rodada da ANP. A empresa divulgará seus resultados do segundo trimestre nesta terça-feira (5).

Petróleo fecha em queda com aumento de produção pela Opep+

Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda nesta segunda-feira (4), estendendo as fortes perdas da última sessão, em meio à decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) de aumentar ainda mais a produção da commodity. Investidores também digeriram as falas do presidente dos EUA, Donald Trump, de que ele elevará a tarifa cobrada à Índia por conta da compra de óleo russo.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para setembro recuou 1,54% (US$ 1,04), a US$ 66,29 o barril. Já o Brent para outubro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), teve baixa de 1,30% (US$ 0,91), a US$ 68,76 o barril.

A Opep+ concordou neste domingo em aumentar a produção de petróleo em 547 mil barris por dia (bpd) em setembro, completando a devolução de 2,2 milhões de bpd que retirou do mercado em 2023.

A Capital Economics, contudo, suspeita que o cartel terá que fazer uma pausa antes de desfazer a próxima camada de cortes voluntários ou enfrentará um excedente crescente no mercado de petróleo. O cenário base da consultoria é de que o grupo começará a aumentar a produção novamente a partir do segundo trimestre de 2026, o que ainda é consistente com a queda do preço do Brent este ano e no próximo.

Mais cedo, a commodity chegou a reduzir momentaneamente parte das perdas com a notícia de que Trump elevará “substancialmente” a tarifa cobrada sobre as importações da Índia. O republicano argumentou que os indianos compram grande quantidade de petróleo da Rússia para vendê-lo no mercado aberto.

A Índia, por sua vez, disse que começou a importar da Rússia porque os suprimentos tradicionais foram desviados para a Europa após o início do conflito com a Ucrânia.

Alguma volatilidade acentuada provavelmente está à frente, dadas as vastas incertezas em relação às tarifas, diz a Ritterbusch “Um foco intenso permanecerá nas tensões entre os EUA e a Rússia, que podem resultar em grande aumento nas sanções”, acrescenta.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, sinalizou nesta segunda que é preciso ser “muito cuidadoso” no que diz respeito à retórica nuclear, em resposta à declaração de Trump de que ele havia ordenado o reposicionamento de submarinos nucleares nas proximidades da Rússia, segundo a Reuters.

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