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CNBC EXCLUSIVO: CEO da BP se diz otimista com maior descoberta de petróleo no Brasil em 25 anos

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Ações da Petrobras despencam com frustração de investidores após capex elevado e dividendos

Publicado 08/08/2025 • 10:05 | Atualizado há 25 minutos

Allan Ravagnani, da redação

KEY POINTS

  • Investimentos maiores e queda na geração de caixa pressionam os dividendos da Petrobras no segundo trimestre.
  • Capex elevado e retorno ao GLP levantam dúvidas sobre a alocação de capital da companhia.
  • Apesar do Ebitda em linha, analistas mantêm postura cautelosa diante do cenário de Brent mais baixo.

Agência Brasil

Fachada da sede da Petrobras, no Rio de Janeiro.

A reação do mercado ao balanço da Petrobras, divulgado na noite desta quinta (7), veio marcada por preocupações com o aumento dos investimentos e a queda no fluxo de caixa livre.

Perto das 13h, as ações da petrolífera brasileira aumentavam ainda mais as perdas. Na B3, a ação preferencial da gigante do óleo e gás (PETR4) operava em queda de 4,86%, enquanto a ordinária (PETR3) perdia 7,41%. No mesmo horário, a ADR recuava 7,01% na bolsa de Nova York (NYSE).

O lucro líquido trimestral de R$ 25 bilhões e o Ebitda ajustado de US$ 10,2 bilhões vieram em linha com o consenso.

Apesar disso, a geração de caixa e os dividendos ficaram abaixo das expectativas, refletindo o maior Capex (previsão e investimentos) e a queda nos preços do petróleo no mercado internacional. Os analistas também destacaram incertezas sobre o retorno ao mercado de GLP.

Ativa Research: dividendos baixos pesam negativamente

A casa classificou o resultado como neutro do ponto de vista operacional, mas alertou que os dividendos mais baixos (R$ 8,7 bilhões) e o retorno ao mercado de GLP pesam negativamente na tese de investimento.

“Uma geração de caixa livre ainda sólida, mas inferior na comparação trimestral levou ao anúncio de dividendos inferiores ao que esperávamos. O retorno ao segmento de GLP é visto como negativo do ponto de vista da alocação de capital”, disse o relatório.

A Ativa mantém postura neutra para as ações da Petrobras, apontando que o papel apresenta risco-retorno menos atrativo frente a outras oportunidades no setor.

Ajax Asset Management: pressão no capex e piora no ROE

Para a gestora, os números ficaram abaixo do esperado, com maior pressão no capex e piora nos indicadores de retorno sobre o capital investido (ROE).

Não será surpresa uma reação mais negativa nesta sessão, pressionada por fluxo de caixa livre e dividendos mais fracos do que o esperado”, apontou.

Apesar da expectativa de maior produção, a casa destaca que o capex deve seguir elevado com a transição de FPSOs (plataformas de exploração em alto mar) arrendados para próprios. Um eventual otimismo dependerá de melhora no perfil do caixa.

Jefferies: operacional positivo; impactos no caixa

O banco de investimentos Jefferies viu o desempenho operacional como positivo, com Ebitda em linha, mas ressaltou os impactos da fraca conversão de caixa e alta de investimentos.

“A fraca conversão de fluxo de caixa e os altos investimentos pressionaram os dividendos.”

Os analistas também avaliaram como relevante o anúncio de retorno ao GLP, que pode representar um passo para reconstrução da área de distribuição da estatal no médio prazo. A recomendação é de compra, com preço-alvo de US$ 16 para os ADRs.

Citi: abaixo do esperado

O Citi considerou o resultado abaixo do esperado, prejudicado pelos menores preços do petróleo e aumento de investimentos.

“Além da menor geração de caixa, houve aumento da dívida para US$ 68 bilhões, acima do previsto para o trimestre.”

O pagamento de dividendos anunciado (US$ 1,5 bilhão) veio abaixo da estimativa de US$ 1,9 bilhão do banco. O Citi tem recomendação neutra, com preço-alvo de US$ 12,50 — 4,4% abaixo do fechamento anterior.

Genial: números sólidos, mas não suficientes

Para os analistas da Genial, os números foram sólidos, mas não suficientes para mudar a percepção do mercado diante do novo patamar de investimentos.

“Apesar dos fundamentos positivos, somos céticos quanto a uma resposta positiva do mercado.”

A Genial vê o novo nível de capex como estruturalmente mais alto, o que pode continuar pesando sobre o valuation. A recomendação é de manutenção, com projeção de dividendos mais modestos nos próximos trimestres.

XP: dentro do esperado

A XP avaliou os resultados como dentro do esperado, mas chamou atenção para a queda na geração de caixa e para o impacto negativo no pagamento de dividendos.

“A geração de caixa foi menor do que o esperado, o que afetou os dividendos.”

A corretora também apontou a reentrada da Petrobras no mercado de GLP como um movimento a ser observado, com execução prevista somente para 2026. Apesar disso, manteve recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 46 e potencial de alta de 41,4%.

Abaixo das expectativas, observa analista

O analista João Abdouni avaliou o resultado como marginalmente abaixo das expectativas, especialmente pelo lado do capex e da geração de caixa.

“A empresa teve uma DRE razoável, mas a surpresa negativa ficou por conta do capex elevado, o que impactou os dividendos.”

Segundo ele, o lucro de R$ 25 bilhões é consistente com a média anual esperada, mas o mercado superestimou a compensação da queda do petróleo com o aumento de produção. O dividendo pago ficou na banda inferior do esperado.

BTG: resultados dentro do esperado

O BTG Pactual manteve uma visão positiva sobre a Petrobras, apesar do Ebitda 5% abaixo das suas projeções. Para o banco, o desempenho operacional seguiu positivo, com redução de 7% no lifting cost (custo de extração de petróleo, excluindo royalties), controle da alavancagem e produção em alta. A distribuição de R$ 8,7 bilhões em dividendos foi vista como consistente com a política da companhia, mesmo com menor espaço para pagamentos extraordinários.

O banco observou que o capex está em linha com o plano de investimentos da empresa e considera o nível sustentável. Embora a alavancagem tenha subido para 1,53x, o BTG acredita que a Petrobras pode conviver com esse patamar no curto prazo para preservar os dividendos ordinários. A instituição reiterou recomendação de compra, com preço-alvo de US$ 15 para os ADRs, destacando o desconto injustificado em relação a pares latino-americanos.

Itaú BBA espera reação negativa

O Itaú BBA avaliou que os resultados da Petrobras no segundo trimestre ficaram em linha com o consenso, mas considerou decepcionante o fluxo de caixa livre, abaixo das estimativas devido a maior consumo de capital de giro e capex acima do esperado. Com isso, os dividendos também ficaram abaixo do consenso  e da própria projeção do banco, o que pode gerar reação negativa do mercado.

O relatório destacou que o capex total de US$ 4,4 bilhões já representa 46% do plano anual e foi impulsionado pelos investimentos em FPSOs no pré-sal. Apesar do bom desempenho operacional — como o lifting cost 12% menor e o crescimento de 5% na produção —, o Itaú chama atenção para a redução da previsibilidade do dividendo, considerada um pilar relevante da tese de investimento. A casa manteve recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 43 para PETR4 e US$ 15 para os ADRs.

UBS BB aponta fragilidade no FCF

O UBS BB destacou que os números operacionais da Petrobras vieram dentro das expectativas, com Ebitda ajustado de US$ 10,2 bilhões em linha com o consenso. No entanto, o banco considerou fraco o fluxo de caixa livre (US$ 3,4 bilhões), pressionado por maior investimento e consumo de capital de giro. Essa piora, somada a dividendos abaixo do previsto (US$ 1,5 bilhão vs. expectativa de US$ 2 bilhões), reforçou um tom mais cauteloso sobre o balanço.

A análise também vê como preocupante o aumento da alavancagem, que subiu de 1,45x para 1,53x dívida líquida/Ebitda, e indica que a política de dividendos pode ser cada vez mais limitada pelo aumento do capex. Apesar disso, o UBS BB manteve recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 38 para PETR4, avaliando que a tese de investimentos continua sensível ao preço do petróleo e ao compromisso com a disciplina de capital.

Monte Bravo: poucas surpresas

Para o analista Bruno Benassi, resultados vieram em linha com o projetado pela corretora, com destaque para o aumento na produção e redução dos custos de extração, devido à maior produção e menos paradas de manutenção, além da boa performance no segmento de Refino.

Os pontos negativos foram o aumento das despesas operacionais no braço de exploração e produção que contrabalanceou o aumento de produção e redução de custos de extração.

“Porém, o que o mercado vai tentar entender é o capex projetado para os próximos trimestres, para fazer a conta dos dividendos até o final do ano. O dividendo anunciado foi em linha com a politica da companhia e ligeiramente abaixo do que o mercado esperava, mas contrabalanceando isso, a companhia reforçou o guidance de produção para o ano entre 2,7 – 2,9 milhões de barris de óleo equivalentes por dia”.

Daycoval: lucro robusto

O analista Gabriel Mollo destacou o lucro “robusto” de R$ 26,7 bilhões. “Apesar da queda de 10% no preço internacional do petróleo tipo Brent, a estatal compensou esse impacto com o aumento da produção de óleo e gás”.

Sobre a abertura do pregão, ele apontou que apesar dos números fortes, as ações preferenciais abriram em queda de 3,21%, refletindo a decepção do mercado com o anúncio dos proventos, que totalizaram R$ 8,66 bilhões, abaixo da expectativa de cerca de R$ 11,18 bilhões. “Esse ajuste no pagamento está ligado aos elevados investimentos da estatal, que somaram R$ 25,1 bilhões no período, pressionando significativamente o fluxo de caixa livre e, consequentemente, o desempenho das ações”, completou.

EQI Research

O analista Nícolas Merolla avaliou o resultado como misto. Entre os pontos positivos, destacou a forte alta na produção e produtividade, com redução do custo de extração, o que melhora a diluição de custos e sustenta a lucratividade. Por outro lado, apontou preocupação com a velocidade do aumento nos investimentos, que chegaram a US$ 4,5 bilhões no trimestre, em um cenário de petróleo pressionado, o que pressiona margens e limita o espaço para dividendos — que vieram abaixo do esperado pelo mercado.

Além disso, o analista chamou atenção para o fato relevante divulgado com o balanço, que sinaliza uma possível reentrada da Petrobras no setor de distribuição. A mudança é vista com cautela por parte dos investidores, que consideram o foco em extração como o principal motor da valorização da empresa nos últimos anos. Apesar dos alertas, a recomendação é de manutenção das ações, com viés neutro no curto prazo.

Matéria em atualização.

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