Heineken Spin transforma sustentabilidade em negócio e já fatura R$ 256 milhões

A Heineken deu um passo além da produção de cerveja no Brasil ao lançar a Heineken Spin, um modelo de negócios sustentável que busca equilibrar rentabilidade e propósito. Criada em 2022, a iniciativa já alcançou R$ 256 milhões em faturamento no primeiro ano de operação, após um investimento inicial de R$ 150 milhões.

A Spin é baseada em quatro pilares estratégicos: agricultura regenerativa, circularidade do vidro, energia renovável e marcas de impacto. Posiciona-se como uma unidade autossustentável da companhia.

“A Spin não é um projeto, é um novo jeito de fazer negócios. Sustentabilidade não é apenas investimento, é um modelo que gera lucro e representa o futuro”, afirma Mauro Homem, vice-presidente de Sustentabilidade e Assuntos Corporativos do Grupo Heineken, em entrevista à reportagem.

Agricultura regenerativa: R$ 37 milhões até 2030

Na frente de agricultura regenerativa, a companhia plantou 200 mil mudas nativas da Mata Atlântica em 142 hectares em Itu (SP), integrando o projeto com sistemas agroflorestais de limão. A expectativa é que, até 2030, esse pilar possa gerar R$ 37 milhões em receita para a companhia e evitar gastos estimados em R$ 53 milhões em 20 anos com reduções de emissões de carbono.

Em circularidade do vidro, três hubs foram inaugurados em Pernambuco, Bahia e Espírito Santo. Juntos, já processaram um volume equivalente a 9,13 milhões de garrafas long necks, em parceria com 43 cooperativas de catadores.

No pilar de marcas de impacto, Praya, Mamba Water e Baer-Mate, da Better Drinks, tiveram crescimento de produção quatro vezes superior em um ano, ampliando a presença de 10 mil para mais de 60 mil pontos de venda entre 2024 e 2025.

No campo de energia renovável, o Programa Heineken Energia Verde ultrapassou 45 mil contratos assinados, e a meta é expandir para novas localidades nos próximos meses.

Contribuição à agenda global

Globalmente, a Heineken é guiada pela agenda Brew a Better World, que prioriza impactos ambientais, sociais e de governança. A Spin nasceu como uma resposta prática a esses compromissos, mas com DNA brasileiro.

“A Spin representa uma contribuição brasileira para a agenda global da Heineken. É um modelo pioneiro que pode inspirar outras operações a adotarem abordagens colaborativas, regionais e orientadas por impacto”, diz Mauro Homem.

Sem abrir projeções de faturamento, a companhia confirma que novos rótulos não alcoólicos devem ser lançados sob o guarda-chuva de marcas de impacto, com expansão de distribuição para o Nordeste. Além disso, estão previstos novos hubs de reciclagem, como o de Alagoas, e a ampliação dos sistemas agroflorestais.

A expectativa é que o modelo, idealizado no Brasil, possa servir de referência para outras operações da multinacional.

“Mais do que uma solução local, a Spin mostra que é possível crescer com responsabilidade, sem abrir mão da rentabilidade. Esse modelo pode inspirar diferentes operações globais a adotarem práticas de impacto com resultados financeiros sólidos”, conclui o executivo.

Naty.Falla

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