Jyoti Bansal busca fusão incomum oito anos após vender a AppDynamics; entenda

Há oito anos, a empresa de software AppDynamics, de Jyoti Bansal, estava prestes a realizar um IPO de sucesso. Um dia antes da oferta, a Cisco entrou em cena e comprou a empresa por US$ 2,7 bilhões. Agora, Bansal está no centro de uma combinação igualmente pouco convencional.

Desde 2020, Bansal tem liderado duas startups como cofundador e CEO: Harness e Traceable. A tecnologia da primeira ajuda empresas a gerenciar códigos, e o software da segunda observa onde as empresas estão, sem querer, vazando dados sensíveis.

No final deste mês ou no início do próximo, a Harness e a Traceable irão se fundir. A empresa resultante terá 1.100 funcionários, US$ 250 milhões em receita anualizada prevista para 2025, uma taxa de crescimento de 50% e uma avaliação de cerca de US$ 5 bilhões.

“É mais ou menos o mesmo tamanho que a AppDynamics tinha quando estávamos prestes a nos tornar públicos”, disse Bansal em entrevista à CNBC na semana passada.

Com a combinação, Bansal afirmou que a Harness será capaz de vender mais produtos aos clientes, e a Traceable estará melhor protegida de concorrentes como HashiCorp, que a IBM concordou em comprar, e Akamai, que adquiriu a startup de segurança Noname no ano passado. Desta vez, Bansal quer um ticker de ações ativo.

Em uma entrevista no ano passado ao CNBC’s Make It, Bansal disse que se sentiu insatisfeito após vender a AppDynamics e que não havia terminado o que tinha começado.

“Todos me disseram: ‘Você deveria se aposentar. Ir para a praia. O que mais você precisa fazer?’” Bansal disse. “Esse foi o meu primeiro instinto também.

Eu queria fazer uma caminhada no Himalaia, subir o Machu Picchu, fazer um safari na África, ver os fiordes na Noruega. Em seis meses, minha lista de desejos estava feita. E eu comecei a perceber: Isso não é tudo para mim.”

Bansal voltou ao trabalho e fundou o Big Labs, um estúdio para explorar ideias de startups. O Big Labs originou a Harness em 2017 e, depois, a Traceable em 2020.

Sanjay Nagaraj, o outro cofundador da Traceable, se lembrou de trabalhar na startup de segurança em uma sala dedicada do Big Labs na sede da Harness em São Francisco. A organização era pouco convencional.

“Eu nunca fiz isso antes, apoiar um CEO para administrar duas empresas simultaneamente,” disse Harrick, que entrou na Institutional Venture Partners em 2001 e faz parte dos conselhos da Harness e da Traceable. “Mas o Jyoti é tão bom.

Ele não é apenas um grande executivo, mas também contrata bem e delega bem, então eu conversei com o Jyoti. Eu disse: ‘Isso é um grande risco.’ Ele me garantiu que não faria uma terceira.”

Estabelecer a Harness e a Traceable como empresas separadas fazia sentido para Bansal na época, porque seus produtos normalmente eram vendidos para compradores diferentes dentro de uma organização.

Mas isso mudou nos últimos um ou dois anos, afirmou ele, à medida que líderes de engenharia e tecnologia começaram a tomar decisões sobre a compra de ferramentas para proteger códigos e dados.

Os funcionários notaram a mudança e, durante as reuniões gerais em ambas as empresas, repetidamente perguntavam a Bansal sobre uma possível consolidação, disse ele. Perguntas também vinham de clientes.

“A equipe da Harness ia agendar uma reunião com um executivo de um banco ou alguns de nossos clientes,” disse Bansal. “Eu entrava na reunião e o executivo dizia: ‘É uma reunião de uma hora. Podemos deixar os últimos 15 minutos para falar sobre a Traceable?’”

Bansal foi, efetivamente, a primeira pessoa de TI nas duas empresas, configurando os mesmos aplicativos de produtividade do Google e o software de gestão de ações carta enquanto cada uma começava. Um porta-voz disse que 70% dos maiores clientes da Traceable também são clientes da Harness.

As culturas também eram semelhantes. À medida que a Harness e a Traceable amadureciam, Bansal escolhia um gerente geral para administrar cada novo produto ou módulo distinto. Ao examinar a receita dos módulos, os executivos das duas startups se baseiam em uma teoria que o investidor da Battery Ventures Neeraj Agrawal chama de “triple, triple, double, double, double”, ou T2D3.

O modelo, sobre o qual Agrawal escreveu no TechCrunch em 2015, descreve o crescimento da receita anualizada que startups de software na nuvem podem almejar.

Em novembro, Bansal disse aos dois conselhos que suas empresas estavam em caminhos convergentes e que seria difícil mantê-las de competindo entre si. Ele obteve autorização para a fusão.

Inicialmente, a Traceable operará como uma unidade própria dentro da Harness, a empresa-mãe, e Nagaraj será o gerente geral. Bansal disse que a estrutura pode mudar no futuro.

Ele está confiante de que as tecnologias se complementarão bem e podem se beneficiar de integrações mais estreitas. A Harness será capaz de ajudar os clientes a entender a origem de seu código-fonte, e a Traceable pode mostrar como as pessoas estão usando esse código.

Harrick considera que é um bom resultado e disse estar empolgado em consolidar sua aposta em Bansal.

“Acho que é benéfico para todos os investidores que ele se concentre em operar uma empresa em vez de duas,” disse Harrick.

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