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Queda nos preços do petróleo pode mais que dobrar o déficit da Arábia Saudita e ameaçar planos de gastos, diz Goldman Sachs

Publicado 10/04/2025 • 23:22 | Atualizado há 1 uma semana

CNBC

Redação CNBC

KEY POINTS

  • Os preços do petróleo estão despencando devido à queda na demanda, aos temores de guerra comercial global e ao aumento da oferta de petróleo bruto, o que pode mais que dobrar o déficit orçamentário da Arábia Saudita, alertou um economista do Goldman Sachs.
  • A análise do banco destacou a pressão sobre o reino para fazer mudanças em seus enormes planos de gastos e medidas fiscais.
Plataforma de petróleo

Plataforma de petróleo

Pixabay

Os preços do petróleo estão despencando devido à queda na demanda, aos temores de guerra comercial global e ao aumento da oferta de petróleo bruto, o que pode mais que dobrar o déficit orçamentário da Arábia Saudita, alertou um economista do Goldman Sachs.

A análise do banco destacou a pressão sobre o reino para fazer mudanças em seus enormes planos de gastos e medidas fiscais.

“Os déficits do lado fiscal que provavelmente veremos nos países do CCG [Conselho de Cooperação do Golfo], especialmente em grandes países como a Arábia Saudita, serão bastante significativos”, disse Farouk Soussa, economista do Oriente Médio e Norte da África no Goldman Sachs, ao programa Access Middle East da CNBC na quarta-feira (9).

Os gastos do reino aumentaram significativamente devido ao Vision 2030, uma ambiciosa campanha para transformar a economia saudita e diversificar suas fontes de receita, que atualmente dependem fortemente dos hidrocarbonetos. Um dos principais projetos é Neom, uma mega-região ainda pouco povoada no deserto, com tamanho aproximadamente igual ao de Massachusetts.

Os planos para Neom incluem desenvolvimentos ultra-futurísticos que, no total, foram estimados em até US$ 1,5 trilhão (cerca de R$ 7,5 trilhões). O reino também será sede da Copa do Mundo de 2034 e da Expo 2030, ambos empreendimentos notoriamente caros.

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Desafios para equilibrar o orçamento

A Arábia Saudita precisa que o petróleo esteja acima de US$ 90 (aproximadamente R$ 450) por barril para equilibrar seu orçamento, estima o Fundo Monetário Internacional. Nesta semana, o Goldman Sachs reduziu sua previsão de preço do petróleo Brent para o final de 2025 para US$ 62 (aproximadamente R$ 310) por barril, ante uma previsão anterior de US$ 69 — um valor que, segundo economistas do banco, poderia mais que dobrar o déficit orçamentário da Arábia Saudita para 2024, que era de US$ 30,8 bilhões.

“Na Arábia Saudita, estimamos que provavelmente veremos o déficit subir de cerca de US$ 30 a US$ 35 bilhões para cerca de US$ 70 a US$ 75 bilhões, se os preços do petróleo permanecerem em torno de US$ 62 neste ano”, disse Soussa.

Consequências e possíveis soluções

“Isso significa mais empréstimos, provavelmente mais cortes em despesas, provavelmente mais venda de ativos, tudo isso, e isso vai ter um impacto tanto nas condições financeiras domésticas quanto, potencialmente, até mesmo internacionais.”

Financiar esse nível de déficit nos mercados internacionais “vai ser desafiador” devido à instabilidade dos mercados internacionais no momento, acrescentou, e provavelmente significa que Riad precisará buscar outras opções para cobrir sua lacuna de financiamento.

Capacidade de contração de empréstimos

O reino ainda tem espaço significativo para contrair empréstimos; sua relação dívida/PIB em dezembro de 2024 é de pouco menos de 30%. Em comparação, as relações dívida/PIB dos EUA e da França são de 124% e 110,6%, respectivamente. Mas a emissão de US$ 75 bilhões em dívida seria difícil para o mercado absorver, observou Soussa.

“Essa relação dívida/PIB, embora tranquilizadora, não significa que os sauditas possam emitir tanta dívida quanto quiserem… eles têm que considerar outras soluções”, disse ele, acrescentando que essas soluções incluem cortar despesas de capital, aumentar impostos ou vender mais de seus ativos domésticos — como as empresas estatais Saudi Aramco e Sabic. Vários projetos do Neom podem acabar sendo cortados, preveem economistas regionais.

Classificação de crédito e reservas

A Arábia Saudita possui uma classificação de crédito A/A-1 com perspectiva positiva da S&P Global Ratings e uma classificação A+ com perspectiva estável da Fitch. Isso, combinado com altas reservas em moeda estrangeira — US$ 410,2 bilhões (cerca de R$ 2 trilhões) em janeiro, de acordo com dados da CEIC — coloca o reino em uma posição confortável para gerenciar um déficit.

O reino também implementou uma série de reformas para impulsionar e minimizar riscos de investimento estrangeiro e diversificar fontes de receita, o que a S&P Global afirmou em setembro que “continuará a melhorar a resiliência econômica e a riqueza da Arábia Saudita”.

“Portanto, os sauditas têm muitas opções, a combinação de todas essas é muito difícil de prever, mas certamente não estamos olhando para algum tipo de crise”, disse Soussa. “É apenas uma questão de quais opções eles escolherão para lidar com os desafios que estão enfrentando.”

O petróleo Brent, referência global, estava sendo negociado a US$ 63,58 (aproximadamente R$ 317) por barril na quinta-feira (10) às 9h30 em Londres, uma queda de aproximadamente 14% no acumulado do ano.

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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.

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