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Mercado de luxo volta a ganhar fôlego na China, dizem executivos
Publicado 16/11/2025 • 10:26 | Atualizado há 3 horas
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Pixabay.
Loja da Prada.
Os consumidores chineses estão retornando ao mercado de luxo. Executivos de alto escalão de Prada, Coach, EssilorLuxottica e Value Retail disseram à CNBC que veem a demanda na China se estabilizando após meses de fraqueza, mesmo com o setor de luxo como um todo ainda registrando gasto mais moderado entre consumidores chineses dentro e fora do país.
A China estava a caminho de se tornar o maior mercado de luxo do mundo durante a pandemia de coronavírus, mas o setor desacelerou de forma acentuada desde então. O alto desemprego entre jovens, a prolongada crise imobiliária e a menor confiança das famílias pesaram sobre compras discricionárias, especialmente entre consumidores de renda média.
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Em entrevista à Charlotte Reed, da CNBC, durante a Conferência Global de Luxo e Marcas do JPMorgan, em Paris, executivos disseram que começam a observar uma mudança nos padrões de consumo. Andrea Bonini, diretor financeiro do Grupo Prada, afirmou que a empresa está “cautelosamente otimista”.
“De fato, vemos uma estabilização”, disse Bonini à CNBC, acrescentando que “as tendências estruturais desse setor continuam presentes — inclusive na China”.
O CFO da Prada afirmou que um cenário mais “normalizado” pode surgir apenas em 2026, após as oscilações bruscas registradas depois da pandemia.
A Coach também observa um forte impulso. O CEO e presidente da marca, Todd Khan, disse à CNBC: “Tivemos um trimestre fabuloso. Nosso negócio na China cresceu 20%”, tendência que, segundo ele, se mantém há vários trimestres. A posição estratégica da Coach ajudou a atrair um consumidor mais cauteloso, afirmou. “Nosso ponto ideal na China, especialmente se o consumidor estiver mais cuidadoso, realmente ressoa.”
A empresa vem aprofundando sua presença local, com 25 anos no mercado, estúdios de co-criação no país e expansão em polos regionais como Wuhan. A Coach também tem sido relativamente protegida do impacto das tarifas dos EUA.
“Quarenta por cento do nosso crescimento é internacional. Portanto, no mercado internacional, essas tarifas dos EUA às quais você se refere não têm impacto”, disse Khan.
Os resultados recentes reforçam essa visão. Pesquisa do UBS mostra que as vendas da Burberry na Grande China subiram 3% no último trimestre, superando expectativas de crescimento estável, enquanto a Richemont afirmou que as vendas para clientes chineses ficaram “quase estáveis”, uma melhora significativa ante as quedas de dois dígitos registradas anteriormente. O UBS acrescentou que a Richemont teve crescimento de 10% na Ásia-Pacífico e observou um impulso crescente rumo ao fim do ano.
A LVMH, por sua vez, apontou sinais iniciais de estabilização. No mês passado, o gigante do luxo informou crescimento de 1% no terceiro trimestre, seu primeiro avanço trimestral neste ano, com a CFO Cécile Cabanis dizendo a analistas que “a China continental voltou ao positivo no terceiro trimestre”, segundo a Reuters.
Ainda assim, analistas alertam para conclusões precipitadas.
Chiara Battistini, chefe de luxo europeu do JPMorgan, disse à CNBC que ainda é “cedo para chamar isso de virada ou inflexão completa”, observando que a aparente melhora ocorreu diante de uma base comparativa “particularmente fácil”. Parte desse avanço, afirmou, reflete a repatriação de gastos para a China continental, e não uma aceleração ampla.
O quadro geral do “consumidor chinês total” na Ásia permaneceu “mais misto”, disse Battistini, com o cenário macroeconômico do país ainda “bastante complexo”.
As marcas globais estão sendo pressionadas a se localizarem de forma muito mais agressiva à medida que a concorrência de etiquetas chinesas cresce. Como relatou Evelyn Cheng, da CNBC, há algumas semanas, muitas estão ampliando o marketing focado na China — em alguns casos para mais de 40% da receita, segundo Jacob Cooke, da WPIC — além de acelerar ciclos de produtos e adaptar designs a partir de dados de consumidores locais.
A ascensão de plataformas sociais como Xiaohongshu e Douyin também forçou empresas a repensar estratégias de conteúdo e produto.
A mudança começa a refletir entre varejistas e grandes companhias de luxo que já registram crescimento modesto na região. A operadora de outlets Value Retail tem visto forte tração. O chairman Scott Malkin afirmou que as unidades da empresa na China “estão indo muito bem agora”, observando que marcas globais incentivaram a expansão para garantir a “apresentação correta de excedentes autênticos”.
Malkin disse que os outlets seguem atraindo o “consumidor aspiracional, que voltará a comprar produtos a preço cheio em outro momento”.
A mesma dinâmica se aplica à EssilorLuxottica, que também reporta crescimento generalizado. O CFO Stefano Grassi afirmou: “Registramos dois dígitos na América do Norte, dois dígitos na Europa e dois dígitos na Ásia.”
“Não vemos o consumidor reduzindo a categoria de compra. Vemos consumidores atraídos por inovação em produtos”, disse Grassi. Executivos do setor concordam que a China está se estabilizando, mas ainda não em recuperação.
Com marcas reformulando estratégias e analistas pedindo cautela, a retomada continua lenta. Ainda assim, como destacou Bonini, da Prada, as “tendências estruturais” que impulsionam o luxo chinês não desapareceram — só estão levando mais tempo para reaparecer.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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