CEO do Google: desenvolvimento de IA está finalmente desacelerando

A inteligência artificial generativa provavelmente não vai mudar sua vida em 2025 — pelo menos, não mais do que já mudou, segundo o CEO do Google, Sundar Pichai.

Quando a OpenAI lançou o ChatGPT há dois anos, a IA generativa rapidamente capturou a imaginação dos usuários ao redor do mundo. Agora, com o cenário competitivo da indústria um tanto estabelecido — várias grandes empresas de tecnologia, incluindo o Google, têm modelos concorrentes — vai levar tempo para que outro avanço tecnológico abale a indústria de IA e acelere novamente o desenvolvimento, disse Pichai no DealBook Summit do New York Times na semana passada.

“Acho que o progresso vai ficar mais difícil. Quando olho para [2025], as oportunidades fáceis já se foram,” disse Pichai, acrescentando: “A subida está mais íngreme… Você definitivamente vai precisar de avanços mais profundos à medida que chegamos à próxima etapa.”

Perspectivas para o futuro da IA

Os modelos de linguagem atuais — como o ChatGPT, o Gemini do Google ou o Llama da Meta — continuarão melhorando gradualmente, especialmente “em raciocínio e completando uma sequência de ações de forma mais confiável,” disse Pichai. Essas melhorias podem ajudar a aproximar a IA de gerar lucros para usuários corporativos — o que ainda não está acontecendo, apesar dos investimentos na tecnologia que devem ultrapassar US$ 1 trilhão (aproximadamente R$ 6 trilhões) “nos próximos anos,” segundo um recente relatório do Goldman Sachs.

Mas outra mudança sísmica que mude a maneira como a maioria das pessoas pensa ou imagina a IA é improvável de acontecer no próximo ano, disse Pichai.

Opiniões divergentes entre líderes do setor

Alguns CEOs de tecnologia, como Satya Nadella da Microsoft, concordam com Pichai. “Setenta anos de Revolução Industrial, não houve muito crescimento na indústria, e então decolou… nunca vai ser linear,” disse Nadella no Fast Company Innovation Festival 2024 em outubro.

Outros discordam, pelo menos publicamente. O CEO da OpenAI, Sam Altman, por exemplo, postou “não há muro” na rede social X em novembro — uma resposta aos relatos de que o recentemente lançado ChatGPT-4 era apenas moderadamente melhor do que os modelos anteriores.

Incrementos contínuos e acessibilidade futura

O progresso da IA não está exatamente bloqueado, disse Pichai: mesmo o desenvolvimento incremental ajudará a aprimorar a tecnologia, tornando-a cada vez mais útil para uma gama mais ampla de pessoas.

Alguns empregos na indústria que não exigem diploma universitário podem pagar bem: Em média, treinadores de IA ganham mais de US$ 64 mil por ano (cerca de R$ 389 mil), e engenheiros de prompts ganham mais de US$ 110 mil (aproximadamente R$ 660 mil), segundo o ZipRecruiter.

“Acho que daqui a 10 anos, [a programação de computadores] será acessível para milhões de pessoas a mais,” disse Pichai.