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Justiça dos EUA determina que Google abra Android para lojas de aplicativos concorrentes

Publicado 31/07/2025 • 19:49 | Atualizado há 21 horas

AFP

KEY POINTS

  • Um tribunal federal dos EUA manteve a decisão que obriga o Google a abrir o Android para lojas de apps concorrentes. A juíza Margaret McKeown fundamentou: os parâmetros estão "amparados pelos autos e natureza do mercado". Tim Sweeney, CEO da Epic, comemorou: "Vitória total!".
  • A empresa argumenta que a decisão "prejudicará segurança dos usuários, limitará opções e minará inovação". O recurso à Suprema Corte é o próximo passo, mantendo a exigência de uso do sistema de pagamento de comissões de até 30% à dona do Android.
  • A EFF defendeu que "concorrência, não monopólio, deixa usuários mais seguros", criticando o modelo de "segurança feudal" do Google. A entidade vê a decisão como equilíbrio para lojas com políticas mais rígidas de curadoria.
android google

JUSTIN SULLIVAN / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP

O mascote "Bot", do sistema operacional Android (Google) é exibido à frente de um edifício no campus da empresa em Mountain View, Califórnia, em julho de 2023

Um tribunal federal dos Estados Unidos decidiu, na quinta-feira (31), que o Google deve abrir o sistema operacional Android para lojas de aplicativos concorrentes. A decisão veio após o gigante da internet perder um recurso em um processo antitruste movido pela Epic Games, criadora do Fortnite.

Com a decisão, a loja da Epic Games poderá funcionar dentro da Google Play Store, mesmo com a exigência do Google de que os aplicativos usem o sistema de pagamentos da própria empresa, que cobra uma comissão sobre as transações.

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Detalhes da decisão judicial e reações das partes envolvidas

A juíza Margaret McKeown, do Nono Circuito dos EUA, afirmou em sua decisão que o painel de magistrados resolveu manter o veredito original porque os parâmetros da primeira sentença estavam “amparados pelos autos e pela natureza do mercado”.

O CEO da Epic, Tim Sweeney, comemorou no X (antigo Twitter): “Vitória total no recurso Epic vs Google!”

O Google vai continuar recorrendo da decisão de dezembro de 2023. O próximo passo será levar o caso à Suprema Corte dos EUA, de acordo com a chefe global de assuntos regulatórios da empresa, Lee-Anne Mulholland.

“Essa decisão vai prejudicar muito a segurança dos usuários, limitar opções e minar a inovação, que sempre foi fundamental para o ecossistema Android”, afirmou Mulholland em resposta a uma solicitação da AFP.

“Nossa prioridade continua sendo proteger nossos usuários, desenvolvedores e parceiros, além de manter uma plataforma segura enquanto seguimos com nossos recursos.”

“Segurança feudal”

A organização de defesa dos direitos digitais Electronic Frontier Foundation (EFF) argumentou, em um documento apresentado no processo, que “a concorrência, e não o monopólio, é o que realmente deixa os usuários mais seguros”.

“Google e outras gigantes da tecnologia oferecem uma ‘segurança feudal’, na qual os usuários dependem dos caprichos de um monopolista para garantir sua proteção”, criticou a EFF em uma publicação online.

A EFF reforçou que a decisão inicial do tribunal promete equilibrar o campo de disputa no Android para lojas de aplicativos concorrentes, inclusive aquelas com políticas de avaliação e curadoria mais rígidas.

Contexto do processo antitruste contra o Google e a Epic Games

A ordem da juíza foi consequência da derrota do Google em um processo antitruste movido pela Epic, no qual um júri da Califórnia concluiu que o Google exerce poder de monopólio ilegal por meio da Play Store no Android.

Uma disputa parecida aconteceu entre a Epic e a Apple, envolvendo a App Store.

Pouco depois do lançamento do Fortnite nas lojas da Apple e do Google, a Epic inseriu um código secreto no jogo para que os jogadores pudessem driblar os sistemas de pagamento das gigantes, evitando as comissões de até 30%, segundo relatou o tribunal.

A Epic chamou esse esquema de “Projeto Liberdade”, como forma de protesto contra o controle rígido das principais lojas de conteúdo digital para celulares.

O Fortnite voltou à App Store dos Estados Unidos em maio, depois de ficar anos fora por conta da disputa judicial com a Apple.

Desde 2021, a Epic, sediada na Carolina do Norte, enfrenta a Apple nos tribunais americanos, depois que o Fortnite foi banido da App Store sob a alegação de que a empresa tentou driblar o sistema de pagamentos do iPhone.

A Apple ainda recorre de partes da decisão, embora uma juíza tenha determinado que a App Store não configura monopólio.

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